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A Mensagem do Dr. Bezerra – Cap. 25 – Sob as Cinzas do Tempo

Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.

            Bezerra de Menezes… Muitos ainda desconhecem essa figura ilustre. Outros tantos falam dele, mas não procuram seguir-lhe os exemplos de fraternidade que deixou. Homem de bem e do bem, demonstrou que sem aproximarmos dos necessitados em corpo e alma, nada adiantará emoldurarmos a Caridade numa tela sem cor e sem vida.

            Adolfo Bezerra de Menezes foi cearense. Foi médico, vereador e deputado federal. Tanto como médico e político, exerceu seu veio de homem honesto cumpridor dos seus deveres pátrios e religiosos. Amava e se preocupava muito pelos menos favorecidos da sua época. Escreveu inúmeros periódicos no jornal “Reformador”, no “O Paiz” empregando o pseudônimo de “Max” e “Frei Gil”. Emitiu muitos comentários judiciosos sobre o Catolicismo. Seria um novo Lutero? Foi presidente da F.E.F. – Federação Espírita Brasileira lutando e muito contra a maré da discórdia e das radicalizações no meio espírita. Enfim, foi um homem que falava e praticava amor, irradiando o bem e perfumava-se de Caridade. Pena não encontrarmos hoje mais Bezerras de Menezes no meio médico e político…

            Dr. Inácio foi na Casa da Prece assistir às reuniões onde Chico Xavier trabalhava intensamente como receitista e psicógrafo. Era impressionante o dom mediúnico que não recebeu por privilegiado dos Céus. Ao contrário, veio exercendo essa faculdade por várias das suas reencarnações. E, depois de atender ao público que o procurara e tendo diminuído a quantidade de pessoas no recinto Dr. Inácio recebeu uma mensagem de Dr. Bezerra de Menezes.

            Qual não foi a sua surpresa e emoção lhe dando forças diante das lutas enfrentadas, principalmente no Sanatório onde ali muitos internos eram vítimas de terríveis dramas do passado. Vejamos algumas partes dessa carta que com certeza servirá para mim e para você que ora analisa meus humildes comentários, relatadas no livro “Sob as Cinzas do Tempo”, na mediunidade do médium Carlos Baccelli. Vajamos: “A Doutrina carece contar com o concurso de colaboradores conscientes, de modo que os nossos princípios não sejam adulterados em sua aplicação…”. Muita coisa temos que falar nessa citação. Esses colaboradores conscientes são aqueles que não se prendem a querelas de pontos de vistas fulos que em nada nos eleva, nos esclarece, nos orienta no sentido de nos tornarmos mais espiritualizados e não cometendo erros inadmissíveis de cuidadores fieis dessa Doutrina de Amor.

            Se o erro está nas raias dos princípios despossados por Kardec e Chico Xavier, não vejo o porquê alimentá-los, ou pior, dando margem a pseudo-ensinamentos que mais escravizam do que libertam as almas ainda indecisas do seu pensar, falar e agir.

            Muito se tem englobado no Espiritismo coisas que em nada lembra os alicerces em que fora fundado. É muito ti-ti-ti, muito blá-blá-blá inúteis e pueris, que não enaltece todo aquele que se diz com boca cheia: Sou Espírita. Não podemos, jamais imitar adeptos de outras religiões em sua fé cega e interesseira. Façamos por onde levar consolo e paz, esperança e luz para aqueles que precisam da água que dessedentará os “porquês” ainda envolvidos pelos espinheiros que sufocam o caminho dos verdadeiros desbravadores do Evangelho no Brasil.

            Vamos interagir como irmãos que somos, independentes de rótulos religiosos. Vamos amar mais para que esse amor não venha ser sufocado por estéreis palavras ditas com certo fervor, mas isentas do perfume da consciência tranquila. Creio que muitos de nós ao recostar nossa cabeça no travesseiro com certeza a nossa consciência está em gritos nos alertando dos perigos que estamos atravessando diante dos detratores do Evangelho. Digo Evangelho e não Espiritismo, pois que sem a praticidade diária do Evangelho em nossas vidas, o Espiritismo nada será que uma flor artificial em cima de uma mesa. Atentemos, espíritas ou não sobre isso. Sejamos antes de tudo, cristãos…

            Em outra citação de Dr. Bezerra de Menezes, temos: “Preparemos o mundo da Nova Era, cuidando, com maior empenho da renovação de nós mesmos”. Observo muitos confrades e confreiras que estão na lida espírita procurando cumprir com os exemplos deixados pelos exponenciais personalidades do Espiritismo. É certo que difícil será – pelo menos nessa reencarnação – nos tornarmos – de chofre – um Eurípedes Barsanulfo, um Bezerra de Menezes, um Ghandi, uma Madre Teresa de Calcutá, um Chico Xavier… É fato. Mas o que vejo é que muitos procuram salientar suas deficiências ainda em alta trazendo dissabores, escritos e falados, que nada representam como forma de vivenciar o Evangelho de Jesus Cristo.

            É difícil nossa reforma íntima. Sabemos disso. Mas, porque nada fazemos para melhorar a nossa conduta no espelho da nossa consciência? Será que este despertamento só será mais presente quando estivermos além-túmulo entre queixas e decepções pelo tempo perdido? Será que irá adiantar dissermos: Poderia ter feito mais…”. Sim. Poderíamos ter feito, só que nos prendemos ainda à letra morta, pois as ações que nelas irradiam são abafadas pelas desculpas que damos em não apregoar mais os princípios doutrinários por questões profissionais e familiares.

            É um excesso de tempo no que condiz à sobrevivência humana que exaspera até mesmo os princípios de Sigmund Freud quanto à sua busca da alma nos refolhos do quimismo orgânico-espiritual. Portanto, pessoal, que se encontra à frente de determinada linha de raciocínio prático da Doutrina Espírita ou não, falemos menos e trabalhemos mais. É muito bom falarmos de Jesus, dos feitos deixados por Chico Xavier? Sim. Mas estamos no tempo agora de colocar em prática o que eles nos passaram. Como Dr. Bezerra de Menezes disse na primeira citação: “A Doutrina CARECE contar com o concurso de colaboradores conscientes…”. Ele disse CONSCIENTES. O que posso dizer é que ainda estamos regidos por nosso inconsciente que está fazendo de tudo para diminuir nossa pecha de religiosos sensatos, incorruptos e não traidores do Cristo. Podemos dizer que hoje somos quais Judas ou Pedro? Peremptoriamente diremos que não. Mas, pelo menos eles corrigiram seus erros. E nós? Pelo menos já pensamos nisso?

            E para fortalecer esse meu pensamento, vamos refletir no que disse Chico Xavier ao Dr. Inácio: “A Doutrina tem crescido e não estamos preparados…”. O que nos falta fazer para que esse pensamento de Chico Xavier se renove, que possa dar frutos sazonados? Temos tudo a nosso favor. Por que não fazemos? Estamos esperando Emmanuel aparecerá e fortalecer nossas mais belas intenções? Lembremos que o inferno está cheio daqueles que empanturram-se de segundas intenções. Ele com certeza está fazendo a parte dele. E nós…. Algo já fizemos que deixou nossa consciência mais amigável conosco? Já pensou nisso Caro Leitor Amigo?

07/11/2022 – Até a próxima quarta-feira pessoal. Muita paz

Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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