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Aventura dos Sentidos por Aécio César

Você alguma vez já parou para pensar que muitas vezes desvirtuamos conscientemente dos deveres espirituais como se essa solução fosse a melhor para aplacar, em vão, a insaciável aventura dos sentidos? O que esses sentidos malbaratados nos faz a não ser trazer para o nosso composto celular físico-espiritual, moléstias que poderiam ser evitadas se nos submetêssemos aos avisos da consciência reta e transparente?

No caso aqui, Julieta e o seu namorado, que não desejava subtrair núpcias, foram levados em espírito quando do descanso do corpo físico à presença da servidora Cipriana – intercedendo assim aos pedidos da mãe que tinha subsídios para tal mister – a ouvir-lhe certas considerações.

E na presença do casal, disse firme mas carinhosa nas palavras, direcionada a Paulino: “Não supões Julieta digna do teu braço vigoroso e trabalhador? Que fazes da mocidade? Uma simples aventura de sentidos? Não interpretas a experiência humana como estrada preparatória da eternidade?”. Muito do que falar aqui em tão pouco espaço. Mas vamos lá. Muitos casais na atualidade insatisfeitos com a vida rotineira familiar que procuraram construir, se investem em campo minado de experiências extraconjugais no sentido de achar, fora do templo familiar, o que nele tem, sem ser valorizado. Muitos maridos e esposas se entregam aos prazeres da carne sem nenhuma perspectiva de solução espiritual alguma. São sujets das intrincadas manipulações onde desejos mal cicatrizados impõe a criatura, neles, submissa, a se entregarem prazerosamente sem que, com isso, lhe atine nas conquistas do caráter probo.

E a mente desses lhe fazem produzir quistos microscópicos espirituais que vem envolver as células cerebrais com tamanha força e poder que, sem saberem nitidamente do que se está a procurar, vem, com a passagem do tempo, atrair para si mesmos, moléstias silenciosas a lhe possuírem o corpo sem dó nem piedade. É a engrenagem da vida onde o bem e o mal são manifestações da alma em seus estágios de aprendizado. Uns conquistam as experiências familiares com tamanha disciplina enquanto outros venham a penar por longas décadas em processos cada vez mais intrincados que somente aliviarão esse tormento quando vierem a procurar recursos da prece, do passe, do esclarecimento evangélico, da correção altruísta e, assim, vencendo a si mesmos.

No caso aqui desse casal, Paulino não a recebera ainda como esposa porque a conhecera nesses antros de sexualidade desvairada, não aceitando-a como companheira a compor-lhe um ninho familiar digno. Mas estaria ele agindo como cavalheiro ante o sofrimento da companheira, mesmo reconhecendo, nós, que ele não imaginava o motivo verdadeiro da sua presença em bordeis de nível tão inferior? Agiria você da mesma forma, Leitor Amigo?

Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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