Pessoal, no final dessa matéria tem um link para o Youtube.
Aos seguidores de plantão de Chico Xavier, meu salve.
Prezados… Esse é o primeiro romance escrito por Emmanuel através das mãos abençoadas de Chico Xavier quando ele contava apenas 29 anos de idade. É uma biografia em que o autor espiritual dá a sua cara a bater, diante das suas fragilidades de espírito e homem comuns, na época em que o Cordeiro se apresentava de corpo e alma nesse mundo de meu Deus.
E uma frase ficou marcada quando disse:. “Que são dois milênios, Senhor, no relógio da Eternidade?”. E muito se tem o que falar desse pensamento. A cada segundo que passa da nossa existência, o próprio tempo deixa sua presença marcada na herança genética dos povos. E Emmanuel nos passa essa impressão em seu prefácio:. “Sim, o tempo é o grande tesouro do homem e vinte séculos, como vinte existências diversas, podem ser vinte dias de provas, de experiências e de lutas redentoras“. O que se passa, na realidade é que a humanidade em si, não sabe aproveitar o tempo destinado para aprender, para se curar e para se libertar das algemas do passado, que sem experiência no arcabouço orgânico, esses clichês se tornam em comandos que os próprios homens não conseguem se desvencilhar. O tempo passa rápido. O tempo não para. E quando despertamos para a realidade que esse tempo, que sempre nos avisava dos seus prós e contra, na indiferença e no descaso, a carcaça humana se entrega ao inverno da velhice desestruturada, sem o viés da fé raciocinada e da razão não alicerçada no despertamento de cada um de nós.
Esse romance é composto de duas partes em que conta sua história de vida e morte quando revestia seu espírito como o romano Públius Lêntulus. Seus amigos foram relembrados, juntamente com sua pompa de autoridade onde o poder lhe subiu à cabeça desguarnecida da luz do raciocínio mais claro, além das leis humanas que outorgava a vida e morte de seus co-cidadões mais pobres. Orgulhoso, na toga de Roma, foi ele designado para alto cargo na região da Palestina, quando Jesus apresentava os ensinos de seu Evangelho à humanidade. Tendo como cenário o Cristianismo Primitivo do século I, Emmanuel mostra os embates entre a arrogância das famílias patrícias e a simplicidade fraterna dos primeiros cristãos, numa trama em que opostos como sofrimento e alegria, esplendor e miséria, poder e escravidão, crueldade e benevolência, perdão e vingança se entrelaçam na realidade familiar de Públius Lêntulus, interferindo em sua relação com os filhos e com a amada esposa Lívia, convertida aos sublimes ensinamentos de Jesus a contragosto do esposo.
E nesse prefácio, muitas lições ele nos deixa como caminho seguro para nossas intempestivas inclinações para a sombra e para o mal.
Emmanuel sempre falava que um dia, se Deus assim permitisse, ele falaria um pouco de algumas das suas reencarnações. E no dia 24 de outubro de 1938 Chico Xavier recebia a primeira página desse romance reconhecendo que:. “Agora verificareis a extensão de minhas fraquezas no passado, sentindo-me, porém, confortado em aparecer com toda a sinceridade do meu coração, ante o plenário de vossas consciências. Orai comigo, pedindo a Jesus para que eu possa completar esse esforço, de modo que o plenário se dilate, além do vosso meio, a fim de que a minha confissão seja um roteiro para todos.”.
Emmanuel sempre se preocupou com a cristandade – e não religiosidade – do povo que se fez como mentor espiritual direto dos livros compartilhados com o médium Xavier.
Numa prece sentida para Jesus através de uma mensagem ele reconhecia que:. “Diante de meus pobres olhos, desenha-se a velha Roma dos meus pesares e das minhas quedas dolorosas… Sinto-me ainda envolto na miséria de minhas fraquezas e contemplo os monumentos das vaidades humanas…”. Essa expressão em forma de oração nos cativa e nos faz refletir do que fazemos da nossa existência. O que a ganância de tanto querer mais, olvidando da simplicidade de Jesus, mesmo em um mundo que se tornou numa selva de pedra, onde a Natureza grita por falta de ar salutar. O que não faz de indigesta a política até mesmo e principalmente para seus legisladores, onde se esbaldam das suas fraquezas e mendicância, a ponto de cegar a própria consciência no abismo profundo e obscuro. Que poder é esse desenhado nas escórias de um povo, que não tem realmente onde cair morto, pois que nada nos pertence, nem mesmo nosso próprio corpo e espírito. Que desigualdades são essas. O porquê de várias máscaras utilizadas na vivência e convivência com os iguais, no intuito de fazer parte, de certa forma, de padrões sociais que tem como característica, o fedor das entranhas cheias de vermes latentes à espera do tônus corporal a se extinguir tornando o corpo num banquete onde apenas ossos nos classificam igualmente do que realmente somos. O que dizer de poltronas confortáveis em escritórios, luxo exacerbado, honrarias que em nada se opõe ao verdadeiro sentido da vida. Roupas de grife que não faz a pessoa que a veste, em que o Mestre sempre está a humilhar o que o ser humano ainda não é nas falsas glórias de um mundo competitivo, traiçoeiro e sanguinário, nos torvelinhos das inquietações, em que vícios ponderáveis se mesclam a personalidades doentias reduzindo no final de cada existência, todas as tendências torpes da insensatez.
E Emmanuel nessa oração, mostra uma realidade vivida a mais de dois mil anos, mas presente no encalço da humanidade atual:. “Vejo ainda as ruas movimentadas, onde uma plebe miserável espera as graças dos grandes senhores, as esmolas de trigo, os fragmentos de pano para resguardarem do frio a nudez da carne. Regurgitam os circos… Há uma aristocracia do patriciado observando as provas elegantes do Campo de Marte e, em tudo, das vias mais humildes até os palácios mais suntuosos, fala-se de César, o Augusto!…” Hoje, os deuses do passado foram trocados pelos santos dos últimos dias que são mais reverenciados do que o próprio Deus que os criara. Mas dias virão em que esse poder será destruído pela Boa Nova do Cristo renascida do Cristianismo Primitivo, onde não haverá crenças, rótulos religiosos que em nada se iguale à essência do que o Mestre nos passou como guia seguro para a salvação de nossas almas.
E terminando seu fabuloso prefácio, ele enquadra o passado ao nosso presente quando disse:. “Basta! São vindos os tempos de operar-se na seara da Verdade!” E os grandes monumentos, com as estátuas dos deuses antigos, rolaram de seus pedestais maravilhosos! Um sopro de morte varreu as regiões infestadas pelo vírus da ambição e do egoísmo desenfreado, despovoando-se, então, a grande metrópole do pecado. Ruíram os circos formidandos, caíram os palácios, enegreceram-se os mármores luxuosos…”. Você encaixaria, no momento, nesses pormenores, meu Caro Leitor Amigo?
Francisco Cândido Xavier – Pedro Leopoldo, 2 de março de 1939.
14/04/2024 – Até terça-feira pessoal. Divulguem para nós. Obrigado.
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.
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