Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.
Depressão… Muitos acreditam ser ela um tipo de frescura. Mas não é. Você talvez possa até ter tido, mas teve sorte de ter, vamos dizer assim, intercessões que o salvaram, claro, não porque talvez merecesse. Já sentiu um vazio no coração? Uma rápida alteração de humor? Uma tristeza infundada? Um abatimento como se forças invisíveis estivessem tirando todas as suas energias? De inopino, começou a ter desinteresse nas ações de convívio com familiares e amigos? A lista é imensa. E com certeza alguns desses sintomas o alimentamos, porque nossa vida em si, é de altos e baixos de sensações, palpites, pontos de vistas que nem sempre nos são respeitados ou aceitos.
A depressão é uma enfermidade delicada e complexa e nunca tem duas circunstâncias exatamente iguais. Cada caso é um caso. Há histórias e histórias sobre a depressão que deve ser observada ainda no seu início.
Quando Dr. Inácio despedia dos pais de Paulinho, ele foi avisado por uma enfermeira que um paciente de nome Sebastião entrou numa crise de depressão. Quando ele se sentia melhor sempre o viam varrendo o pátio, regando as plantas, cuidando dos jardins; mas, em contrapartida, quando as crises eram mais fortes que a sua vontade, nada fazia. “Ociosidade – o agravante dos males da alma!”. Aqui está a fonte desse mal. Dr. Inácio disse sabiamente o que ela significa em curtas palavras em seu livro “Sob as Cinzas do Tempo”, através do médium Carlos Baccelli.
A ociosidade em si não é tão somente cruzar os braços, se esconder debaixo de colchas e travesseiros… Vai muito mais além… O cérebro em si quando se encontra em pleno ócio, não deixa de ser uma porta escancarada para que espíritos inferiores possam entrar na nossa casa mental e fazer dela um pardieiro de energias negativas que o objetivo desses é puramente levar-nos à sarjeta e à morte.
Esse paciente quando tinha lá suas crises, sua vontade era exclusivamente tirar sua vida. Nada lhe tinha importância que o prendesse a atenção no sentido de abreviar um dos sintomas da depressão. A vida não teria objetivo para ele e não significaria para esse paciente, nem mesmo o ar que respirava.
Sei que é complicado esse estado d’alma. Aconteceu já comigo. Às vezes, senti tentarem me dominar. Passam verdadeiros flashes de situações as quais não me lembro ter passado. Um casal sempre me visita aqui em casa. Não são presenças amigáveis. Esse casal me ajuda a ficar ainda mais pra baixo. Sempre me colocam triste e desesperançoso. Suas vibrações são pesadíssimas. Se eu não tomo o cabresto das minhas vontades, despertando todas as vezes desse alucinógeno de energias pesadas, já não estaria aqui para contar esse meu testemunho. Esse casal é a solidão e o silêncio. Tomem cuidado com ele. Ela se preza em isolar-me do mundo lá fora e esvaziar o meu mundo íntimo. Ele, me emudece. As palavras são contidas pelo pensamento arraigado nas variações hipnotizantes que ele causa. As vezes vem acompanhado de choro convulso. Só Deus e eu sabemos desses momentos em que esse casal descobre fraquezas que ainda alimento. Creio que alimentam delas também, pois parecem sentirem prazer ao ver-me quase derrotado. Mas Deus em minha vida é mais.
Sebastião era um senhor de setenta anos, bem vivido mais com os vícios do que das virtudes que poderiam ameniza-los trazendo menos desequilíbrio e loucura. Gostava de ser sempre vítima dele mesmo. “Sou um peso para vocês; não posso pagar pela comida que me dão… O melhor mesmo seria morrer”. Devemos considerar nessa citação, que todas as pessoas depressivas nunca estão satisfeitas. Sempre algo as incomodam. Sejam ficarem perto de pessoas, ouvirem uma música, assistirem um noticiário… até mesmo ficarem sozinhas. É um verdadeiro tédio. Tudo está ruim… Tudo está péssimo. O pior do Sebastião é que ele não acreditava na vida após a morte, estando esse, já morto.
Dr. Inácio como sempre dava conselhos no sentido dele se amar mais. “A vida é um dom de Deus; precisamos esperar, com paciência e resignação, pelo momento aprazado…”. Infelizmente o que mais acontece é milhares de pessoas ceifando suas vidas acreditando – em vão – que além da morte do corpo físico nada mais existe. E eu fico pensando aqui com meus botões: O que seria da vida se a Vida Eterna não existisse, quando um homem passou a vida toda ajudando o seu próximo na Caridade praticada, enquanto outro só deixou sangue nos seus passos viessem a morrer exterminando tanto o bem quanto o mal num fechar de olhos? Que sentido então teria uma existência, se no final tudo termina no Éter de Deus? do próprio Criador que nos deu a vida, Ele depois lha nos tiram?
A cada dia, se não for tratada com especial atenção, a depressão poderá alterar os neurônios que nos capacitam coordenar nossos impulsos, impedindo-nos de que toda dificuldade que se nos apresente, seja motivo para o desânimo, para a ociosidade e para o suicídio. Nesse estado alimentamos células que também podem se tornar suicidas, abrangendo nosso universo cerebral com o mesmo intuito cada vez mais forte. Quem nos dera poder participar mais assiduamente das nossas dúvidas com relação à continuidade da vida depois da morte física? O que fazem, pois, as religiões que em nada favorecem aos seus fiéis um preparo para morrer conscientes de que a morte é apenas uma passagem da alma de um plano mais grosseiro para outro mais diáfano. A vida, decerto, continua independentemente acreditarmos nela ou não. Acreditando, nossa decepção do Outro Lado torna-se menos gritante.
Esse vazio que muitas vezes sentimos, sendo indícios de uma depressão, se algo não fizermos por conta própria, ocupando nossos neurônios com algo que venha nos beneficiar, estaremos fortalecendo nossa rede cerebral contra as investidas externas, essas invisíveis, vale lembrar, pois que muitas tragédias se encontram alicerçadas pela incredulidade de espíritos à nossa volta alimentando de todas as adversidades que também nutrimos, até que, esvaídas nossas energias, deixam-nos qual um trapo humano simplesmente para morrer e depois, mais presencialmente conosco, nos tornarmos seus serviçais.
Segundo Dr. Inácio “A depressão é um mal terrível. Os argumentos dos que se permitem dominar por semelhante estado d’alma são quase irrefutáveis;”. Com certeza é a realidade cruel desses que se deixam ser denominados por ela. Mas o nosso médico tinha uma alternativa que salvara muitos dos seus pacientes nesse estado. “… uma das táticas que funcionava bem era, por vezes, mostrar-me mais louco do que eles”. Lembrei-me aqui de um filme bastante real na nossa vida mesquinha, da nossa rotina alimentada por impulsos não vistos como cacoetes da alma enferma. Chama-se Patch Adams – O Amor é contagioso. Belíssimo filme que é uma realidade triste no mundo limitado dos médicos.
Quando, contidos, estivermos pra baixo, peguemos uma vassoura e vamos varrer a casa, o quintal, a porta de casa e se formos mais receptivos à ela até a porta dos nossos vizinhos ganhará uma limpeza extra. A alegria aqui é o combustível para que nossos sentimentos se sintam bem alimentados. Dr. Inácio superou sua depressão e a do Sebastião, entre outras medidas, correndo atrás de galinhas para prendê-las no galinheiro. Um ótimo exercício esse.
Para inteirarmo-nos bem sobre o assunto em baila, deixo para refletirmos esse pensamento de Freud: “Antes de diagnosticar a si mesmo com depressão ou baixa autoestima, primeiro tenha certeza de que você não está, de fato, cercado por idiotas”. Profundo, não? Comigo e com ele, meu Caro Leitor Amigo?
19/10/2022 – Até a próxima sexta-feira pessoal. Muita paz.
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.