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“DISPOR” ou “DISPUSER”? POR ANTONIO NAZARENO FAVARIN

“DISPOR” ou “DISPUSER”?

Explicação: dispor/dispuser são duas formas verbais derivadas do verbo irregular “pôr” e são conjugadas de acordo com este verbo, que é acentuado para ser diferenciado da preposição “por”; porém, nenhum destes seus derivados é acentuado, graficamente, no infinitivo: “dispor”, “depor”, “propor”, “sobrepor”, “repor” etc.

Para dirimirmos equívocos no uso destas duas formas verbais: “dispor” e “dispuser”, vejamos o uso correto de cada uma delas:

Dispor – este verbo é utilizado somente na 1ª e 3ª pessoas do singular, no infinitivo pessoal. Eis sua conjugação completa, nesse tempo:

dispor eu; dispores tu;  dispor ele/a; dispormos nós;  dispordes vós e  disporem eles/as.

Exemplo: por dispor eu (e não “dispuser eu”) de mais tempo que ela, fui ao mercado sozinho.

Dispuser – este verbo é, também, utilizado somente na 1ª e 3ª pessoas do singular, no futuro do subjuntivo. Eis sua conjugação, nesse tempo:

Quando eu dispuser; quando tu dispuseres; quando ele/a dispuser; quando nós dispusermos; quando vós dispuserdes e quando eles/as dispuserem.

Exemplos: –  quando eu dispuser (e não quando “eu dispor”) de mais tempo, poderei realizar melhor seu trabalho.

                 – quando ele dispuser (e não quando “ele dispor”) seu carro à venda, eu irei propor-lhe minha oferta.

Nota: o verbo “dispor” pode, em alguns casos, ser um substantivo com o sentido de “escolha”, “arbítrio” etc.

Exemplo: o carro estará ao seu dispor a partir de amanhã.

“DISPOR” ou “DISPUSER”

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 “DEVIDAS PROVIDÊNCIAS” ou “PROVIDÊNCIAS”?

Correto: providências.

Explicação: “pedir as devidas providências” é um vício de linguagem que não se enquadra no padrão culto da Língua Portuguesa. O adjetivo “devidas”, nesta expressão, é desnecessário e redundante, pois em “providências” já está inerente a devida obrigação!

Exemplo: peçamos  providências  (e  não  as “devidas providências”) a fim de que   ações  adequadas  sejam  tomadas  no  sentido  de  melhorarmos  nossa situação financeira.

Para refletir: “habituai-vos a não censurar o que não podeis compreender, e acreditai que Deus é justo em todas as coisas. Muitas vezes o que vos parece um mal é um bem; mas vossas faculdades são tão limitadas que o conjunto do grande todo escapa a vossos sentidos obtusos” – Allan Kardec.

Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.

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