Senhoras e Senhores,
Flores da Sensibilidade… Cada uma mais bela que a outra. Dos seus caules florescem ramas de fino perfume aromatizando corações que, em prece, harmonizam o caminho daqueles irmãos que ainda permanecem nas trevas.
Você já sentiu o aroma suave de uma fé sustentada na divina virtude da esperança? Ou se o quiser, já se deixou levar pela brisa encantadora do Amor que inebria corações embalados no ritmo da Caridade incondicional? Tudo isso para muitos é surreal. Mas quando o coração os sente, não há nada que a sombra e ódio possam desestruturar. Muitos se entregam a eles dependentes exclusivos de serem mais amados.
Saldanha, o algoz de Margarida não tinha palavras de agradecimento pelos feitos de Gúbio para com o seu filho. Lágrimas lhe rolaram naquela face em que muitos e muitos anos se encontrava árida de tantas maldades. E que o amor não faz, não é mesmo?
“Se o horizonte, por vezes, se faz mais longínquo, nunca se torna inatingível”. Disse Gúbio à Irene – a suicida – que aos poucos recobrava a consciência. A esperança é impulso divino quando a pleiteamos ante nosso esforço de melhoria interior. Quando alicerçada no coração com as dádivas da fé imorredoura, não só moveremos montanhas que obstruem nosso caminho, como também conquistaremos a paz que tanto almejamos.
Mas, o coração de Irene estava ainda mergulhado nos arvores do desespero. E encarando o marido em silêncio profundo a ouviu taciturno: “Por que não vingaste o filho infeliz? Não te doi tanta infâmia inútil? Não disporás de armas, com que possas ferir o juiz desalmado que nos conspurcou a vida? Cessa, então, com a morte o devotamento dos pais?”. Realmente aqui, o ódio enceguece aquele que profere insultos ao léu. Não sabe ela o quanto tem denegrido sua alma numa vingança que quem é afetada diretamente é ela mesma. Desconhece o perdão… Não sabe se auto burilar nos próprio erros. Podemos até em algumas situações nos enquadrar nesses pensamentos desastrosos, não é mesmo? Quem não?
De fato, ainda não somos anjos. E, se supostamente pensamos que o somos, a própria consciência nos faz voltar nos degraus ínfimos a que nos compete com a cruz nos ombros, a subir o Monte da nossa salvação sem desânimo, sem palavras vãs, porque somente com o esforço poderemos no topo do nosso Calvário, despirmos das nossas milenares mazelas.
Ah!!! Deus. Por que esse nosso desatino de afastar da Sua proteção paternal? Por que não O adoramos como fazemos com os santos que sempre por nós são idolatrados? Ainda adoramos o Bezerro de Ouro com toda a pompa que lhe damos louvores de gratidão. Creio que nesse teatro humano a que estamos acostumados a fazer sempre os papeis de conquistadores, sempre voltamos à realidade do que somos, servos submissos à consciência que sempre, sempre, nos está orientando nos deveres cristãos a que todos sonhando em praticar.
Saldanha agora com outros sentimentos a alimentarem o coração dirige o olhar para Gúbio pedindo sua iluminada intercessão ante o descontrole da sua esposa: “Irene, a certeza da vida vitoriosa, acima da morte, não te infunde respeito ao coração? Supões estejamos subordinados a um poder que nos desconhece? (…) Onde se encontra a felicidade da vingança”. Sim… Devemos convir que a morte em si não existe. Ela apenas nos faz pegar o transporte de Caronte do Hades para o outro lado da margem da Vida Eterna onde nos espera a nossa consciência. O poder de Deus em nós nos apodera de sentimentos que, alimentados com dinamismo e perseverança, alcançaremos as graças de criaturas manifestas à felicidade que não encontramos ainda na Terra.
Louvado seja Esse Deus que não se intimida com as nossas incertezas, com as sujidades da alma insepulta que se agarra à pobreza de sentir algo de maior no coração. Onde a nossa felicidade se não a transportamos para quem realmente se digna a recebe-la com os braços envoltos numa braçada de flores?
Quem realmente somos nesse mundo em que o poder muitas vezes está em mãos despreparadas? Do que podemos supor superiores sendo quais vermes rastejantes que desconhecemos o brilhar do sol nas frondes das árvores mais altas a se nos acobertar com acolhimento de sombra e água fresca sem pedir nada em troca?
Diante daquelas duas mulheres ainda desmemoriadas, Gúbio aconselhou Saldanha se as pudesse levar numa organização socorrista para os primeiros socorros espirituais. Ele, sem achar nenhum obstáculo para tanto acenou com a cabeça permitindo o auxílio mais que preciso. Ele passou a sentir estimulado no bem através de tudo que viu e sentiu perto daquele Mensageiro do Senhor.
A pergunta que Saldanha fizera a Gúbio quando regressou, pergunto a você que está lendo meus singelos comentários: “Quais seriam as armas justas num serviço de salvação? Saberia, de pronto, responder? Não? Vejamos então a resposta: “Em todos os lugares, um grande amor pode socorrer o amor menor (…) e em toda parte, a grande fé vitoriosa e sublime, pode auxiliar a fé pequenina e vacilante, arrebatando-a às culminâncias da vida”. Belíssima citação, não? Aqui estão as flores da Sensibilidade inebriando almas em desalento, em dúvidas insuportáveis quanto à essência da Vida Maior: o Amor.
Da fé alimentada, poderemos nos inebriar do amor que transcende as nossas querelas religiosas que a tudo nos envolve, nos irmana, nos capacita à uma aproximação do Pai diante do Confessor que a tudo sabe e respeita, ampara e acolhe como filhos pródigos de volta ao regaço aconchegante. Tenhamos em nós o alimento da Caridade que nos extasia diante de irmãos em crise. Que as nossas palavras de conforto e segurança, de incentivo e perseverança sejam aliciadas com a razão e com o conhecimento partindo de nós, ínfimas criaturas às excelsas regiões que no momento apenas os nossos sentimentos possam sentir o frescor das almas agradecidas.
Fiat Lux! Acendamos, pois, nossa luz interior. Sejamos cristãos de um Cristianismo Redivivo na Nova Era que faz raiar os horizontes de futuros laços da Irmandade, da Fraternidade, da Igualdade. Vamos repartir o nosso supérfluo, pois dele muitos dos nossos irmãos com certeza irão sobreviver agradecendo pelas dádivas recebidas. Vamos nos tornar o Bom Samaritano que acolhe o irmão desmaiado nas calçadas da vida, já sem forças suficientes para pedir auxílio. Por que tanta indiferença? O egoísmo fala-nos mais alto. Mas quando a hora da Grande Viagem chegar iremos nem mesmo com a roupa usada dentro de um invólucro de madeira dentro de uma sepultura. Do mesmo jeito que viemos, voltaremos. Sem Absolutamente NADA. Serão nossa companhia os vícios e as virtudes alimentadas. Os primeiros nos atrairão para onde se encontra nossa consciência pesada. Já com as segundas, deliciaremos pelo suor derramado a favor dos mais necessitados que nós; da renúncia altruísta em realizar todo bem falado; de doar simplesmente por Amor, pelo Amor e de Amor mais puro que a nossa alma pode resguardar. Já é hora de cair em campo. Já falamos demais… Agora é tudo ou nada. Comigo Caro Leitor Amigo?
05/01/2023 – Até a próxima quinta-feira pessoal. Divulguem-na para nós. Muita Paz.
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.