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“Gratuíto” ou “Gratuito”? por Antonio Nazareno Favarin

Correto: gratuito (sem acento).

Comentário: é comum ouvirmos, no dia a dia, pessoas mesmo de certo destaque no cenário social, pronunciarem com maior intensidade o “i” do vocábulo “gratuito”.

A pronúncia formal (culta) e correta dessa palavra é graTUIto, com a sílaba tônica no “U” do ditongo “UI” e esse vocábulo é formado apenas de três sílabas (gra-tui-to), sendo a sílaba tônica “tuisem acento no “i”; pois, se acentuado, formaria 4 sílabas (gra-tu-i-to), que é forma incorreta.

Entenda-se por sílaba tônica a que é pronunciada com mais intensidade, mesmo que não esteja acentuada. Veremos isso em futuro breve, quando estudarmos as regras de acentuação conforme o último acordo ortográfico, que começou a vigorar a partir de 1º/01/2009, em que foi extinto o acento agudo de todas as palavras que formam ditongo.

Temos, no Idioma Português, outros vocábulos paroxítonos com ditongos, cuja regra de acentuação é a mesma atribuída à palavra “gratuito”, em destaque, nessa página.

Exemplos: fortuito, intuito, circuito, fluido (fluente).

Para facilitarmos a pronúncia desses vocábulos e evitarmos equívocos, destacamos-lhe a sílaba tônica (forte) de cada um: for-TUI-to, in-TUI-to, cir-CUI-to, FLUI-do.

Nessa mesma sintonia e de acordo com nossa prosódia, que se refere à acentuação correta das palavras padronizadas à língua culta, apresentamos mais exemplos de vocábulos que frequentemente geram dúvidas:

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Oxítonas (com tonicidade maior na última sílaba): cateter, Cister (Ordem Religiosa monástica católica), condor, mister, obus (projétil), nobel, novel, ruim, sutil, ureter.

Paroxítonas: (com tonicidade maior na penúltima sílaba): abside (recinto semicircular), acrinia (amargo), algaravia (algazarra), alfar (gota de água com aspecto de pérola), âmbar (resina), ambrosia (doce delicioso – não confundir com ambrósia), apoteose (final deslumbrante), avaro, aziago (azarento), barrie, boêmio, cartomancia, vel, díspar, ebola, edito, enxovia (cárcere subterrâneo), erudito, exegese, filantropo, grácil, ibero, luzidio, meteorito, misantropo, ônix (pedra de adorno), pudico, rubrica, tulipa.

Proparoxítonas (com tonicidade maior na antepenúltima sílaba): aelito, álibi, aete, varo, mano, chávena, crisântemo (flor nacional do Japão), égide, etrodo, êmbolo, ímprobo, ínterim, ômega, pântano, quadrúmano, verfugo, firo, nite.

Nota:

a) observa-se que todas as palavras proparoxítonas são acentuadas e quanto à tonicidade das oxítonas e paroxítonas, seguem seu padrão já consagrado.

b) nossa prosódia corre solta. Além de constituir um campo repleto de armadilhas, temos alguns vocábulos variantes, cujo acento é incerto, mesmo na língua culta.

              Exemplos: acrobata ou acróbata? autopsia ou autópsia? biopsia ou biópsia? levedo ou lêvedo? necropsia ou necrópsia?  reptil ou réptil? xerox ou xérox? (optamos pelos acentuados, consagrados pelo uso – fator importante na língua).

Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.

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