Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.
O meu paciente. Dr. Inácio procurava uma maneira mais sucinta para resolver um caso de homossexualidade. E você que inicia meus comentários da semana já pensou se caso viesse a descobrir que seu filho ou filha é homossexual? Qual seria sua reação? Difícil até de pensar não é mesmo? Tem certas situações na vida da gente que preferimos nem pensar, embora que, mesmo agindo com certa indiferença, esse impulso reside dentro de nós e uma hora ele irá aflorar, em muitos casos, sem termos o devido controle como no caso à baila.
Dr. Inácio deixa bem claro ao seu paciente que não existe uma fórmula específica para sua situação. Apenas deixar que o tempo lhe faça sua serventia. Contudo, já sabendo ao certo da sua perspicácia em aprofundar no âmago de certas questões, lhe faz uma pergunta, narrada no livro “Sob as Cinzas do Tempo”, no Cap. 11, através da mediunidade de Carlos Baccelli: “Felizardo, você quer mesmo se curar? Você, de fato, deseja tirar esse rapaz de sua vida?”. Pergunta direta e objetiva. Tem pessoas que trazendo contigo um certo transtorno arrasador não deseja que ele seja extirpado das suas entranhas. Difícil, não é mesmo? E o Dr. Inácio observando que a sua resposta não foi imediata, acreditou que aquela solução não acabaria do jeito que esperava.
O sexo, sabem poucos, não deixa de ser um vício poderoso. Creio que ele é bem mais forte que o cigarro, a bebida e muitas vezes até as drogas. E esse paciente do Dr. Inácio lutava entre aceitar a cura ou continuar se martirizando com aquela situação. É o tal do diabo ficar sussurrando em um dos seus ouvidos: Fica, ele é agradável para você, sacia suas vontades… Enquanto o anjo, noutro ouvido lhe aconselha: “Olha, essa situação é por demais delicada. Essa vida que deseja levar com esse rapaz pode trazer consequências não só para você, mas também para sua esposa e filhos…
E através de copioso pranto se abriu para Dr. Inácio lhe contando que desde pequeno já trazia essas tendências homossexuais. Quando adulto, pensou que, casando, pudesse dar fim àquele martirológico. Enganou-se tremendamente. Isso seria o mesmo que mudar de casa, pensando, em vão, que assim agindo, essa tendência ficaria para trás. Ledo engano. E para solucionar aquele transtorno, ele, só via uma saída: o suicídio.
O sensato médico procurava de todos os meios tirar essa ideia dizendo-lhe que esse trauma iria afetar, como disse acima, não somente a ele, mas a esposa, os filhos, seus familiares e amigos. E complementa: “Ninguém morre. A morte é uma ilusão que entrava o progresso do espírito”. De fato, se toda religião pudesse dar esse alerta aos seus fiéis, não teríamos tantas notícias tristes. Infelizmente muitos representantes de igrejas impedem que muitas criaturas se voltem para si mesmas auscultando a própria consciência. Muitas vezes ela até esbraveja, mas o seu tutor não consegue assimilar seus avisos. E com esse acometimento, muitos espíritos vagueiam nas trevas que próprio atraiu para si mesmas.
Não precisa ser psiquiatra, como não sou, para compreender algumas falhas humanas. Analisar de pronto o que passa na mente de muitas pessoas é um lugar onde as sombras dominam. Não há sequer uma pequena luz de esperança em dias vindouros, passando a se torturar com sua consciência que, com o chicote do remorso lhe encrava n’alma as marcas da sua invigilância e falta de uma fé mais robusta, mais forte, acima de todas as sujidades que trazemos conosco.
Muitos pensam que o dinheiro compra qualquer coisa. De certa maneira pode comprar até mesmo a dignidade de alguém, mas não solucionará as inclinações do seu mundo íntimo. O dinheiro não compra paz de espírito. Não compra consciência tranquila. Não compra a própria honra, porque tudo isso é sentimento e nenhum sentimento, na verdade, não se macula, por muito tempo, quando o remorso vem a galope.
Felizardo faria tudo para se despojar de vez daquele transtorno que o atormentava tanto. Pagaria até mesmo em dólares o tratamento. Mas Dr. Inácio lhe oriente que a Medicina não tinha ainda todas as respostas. E lhe recomenda: “Infelizmente, do ponto de vista médico, no máximo eu poderia falar com você em desvio de personalidade, mas reconheço, isso é muito vago”. De fato é verdade. Tudo aquilo que foge de uma sanidade saldável é interpretado como desvio de personalidade. Mas quem não o teria hoje em dia, não é mesmo? Com certeza, você que lê meus comentários dessa semana sabe que dentro de cada um de nós, lutamos intimamente com algum desvio seja ele de pequena ou de grande monta. Não conseguiremos nos distanciar deles a toque de caixa. Muitos poucos até conseguem levar uma vida supostamente normal. Enquanto outros…
O mais acertado a meu ver nessa situação é pegar numa religiosidade que, sabe-se, não trará a solução tão esperada. Mas alivia momentaneamente a alma em conflito. Se caso precisar para não ter um descontrole maior, procure assistência médica, além de frequentar uma religião que lhe traga paz de espírito e esclarecimentos.
Mas isso tudo, se a pessoa não quiser será tudo em vão. Em muitos casos favoráveis, seria melhor afastar da esposa, desligar-se do casamento, mas não de cortar definitivamente os laços familiares. Poderia, agindo dessa forma, anular a solução desse desvio para outra existência, mas suicídio, jamais.
A vida de muitos casados não é um mar de flores. Muita coisa fica dentro de quatro paredes, para que sociedade e família não venha intrometer, ainda mais, metendo o fedelho onde não deve. Algumas décadas atrás era proibido envolver na vida de casais. Mas hoje as situações pioraram, principalmente com o machismo descontrolável e inaceitável de muitos homens. As mulheres hoje não penam tão somente nas quatro paredes do lar. Elas são feridas fora e dentro deles, por uma incontida reação negativa de muitos companheiros. Dizem esses: Se não for minha, não será de mais ninguém”. Triste, não? Isso não deixa de ser um desvio de personalidade dos mais graves.
No caso de Felizardo, ele tirou da cabeça a vontade do suicídio mudando para o Paraguai. Agora fica a pulga atrás da orelha. Mudou com a família, foi sozinho ou em companhia do jovem que se lhe afeiçoara tanto? Fica em branco a resposta. Como somos curiosos. Dr. Inácio nos puxa o tapete deixando com que nossa imaginação viaje nas experiências humanas, saciando, temporariamente nossas vontades, esquecendo de que poderemos estar na mesma situação, mais grave ou não, não nos isentando de pensamentos como teve o Felizardo. Comigo Caro Leitor Amigo?
03/10/2022 – Até a próxima sexta-feira pessoal. Muita paz.
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.