Comentário: “onde” e “em que” estão corretas. O que devemos observar é, apenas, sua aplicação. Em linguagem formal e cuidada, o uso dessas duas formas é bem diferente.
Onde – é um advérbio (*) de lugar e é usado só com verbos que indicam permanência.
Exemplo: “minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá” – Gonçalves Dias (1823-1864).
O verbo “cantar”, na frase acima, não indica movimentação. Assim como os verbos: encontrar, morar, estar, ser, ficar etc.
(*) advérbio – é uma classe de palavras invariáveis, cuja função é acompanhar e modificar um verbo, um adjetivo ou outro advérbio, exprimindo-lhe tempo, lugar, dúvida etc. – daí o nome ad-vérbio = palavra que lhes antecede e está próxima.
Em que – essa expressão é usada nos dois casos: em frases indicando permanência, substituindo o advérbio “onde” e em textos sem referência a lugares.
Exemplo: assisti ao vídeo, no youtube, de 09 minutos, em que o médium José Raul Teixeira fala sobre a origem do batismo (aqui, sem referência a lugares).
- “Atender o doente” ou “Atender ao doente”?
Correto: atender o doente.
Comentário: o verbo “atender” é transitivo direto e indireto.
Para pessoas, prefira a regência direta (atender alguém).
Exemplo: o médico atendeu o doente.
Para coisas, use a regência indireta (atender a/ao).
Exemplo: Allan Kardec atendeu ao chamado da Espiritualidade Superior para codificar o Pentateuco, as 5 obras fundamentais do Espiritismo: “O Livro dos Espíritos” (1857); “O Livro dos Médiuns” (1861); “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864); “O Céu e o Inferno” (1865) e a “Gênese” (1868).
- “Puz” ou “Pus”?
Correto: pus, com “s”. (A palavra “puz”, com “z”, não existe na Língua Portuguesa).
Comentário: “pus” (*) é a 1ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo
“pôr”, originário do latim: ponere = depositar, botar.
Exemplo: eu pus toda minha fé em Deus que me traz harmonia, paz e bem-estar.
(*) O termo “pus” pode, também, significar um substantivo, que é um líquido amarelado formado de infecções, e tem como sinônimos: “supuração”, “purulência”.
Nota: na língua, somente os verbos que têm “z” no infinitivo deverão ser conjugados com “z”, assim como os verbos “dizer”: diz; “fazer”: fiz; “trazer”: traz etc.
O mesmo acontece com os verbos sem “z” no infinitivo: esses devem ser escritos com “s”, como o verbo “querer”: eu quis, tu quiseste, ele quis, nós quisemos, vós quisestes, eles quiseram.
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.