Você alguma vez já parou para pensar o que seria mais difícil: perdoar ou pedir perdão? Creio que na conjuntura dos sentimentos ainda arraigados nos instintos bestiais, creio que tanto um quanto outro é difícil de se chegar a um consenso favorável em ambas as partes.
Ainda temos o orgulho qual punhal que nos retalha o sentimento impedindo-nos de praticar determinadas virtudes que, no seu todo, sempre são bem-vindas quando já se tem um coração que sabe amar. O perdão é ainda classificado para muitos, como vergonhosa ação de covardia. Para esses, não se abaixa a cerviz quando o assunto é massacrar o semelhante independente dessa ou daquela religião e, principalmente, quando já se tornou obsoleto falar tanto do bem sem que se venha praticá-lo. Por que será?
Continuando o assunto da semana passada, a irmã Cipriana se encontrava presente com os dois personagens já de nosso conhecimento. O primeiro, ela revigorou as fibras do coração estraçalhado pelo remorso e agora se encontrava à frente do outro espírito, o que fora assassinado pelo seu melhor amigo.
Não sentia paz íntima pois a sua preocupação é a de ficar colado ao seu assassino por tempo indeterminado. Resultaria em algo satisfatório tal ação? De certa forma, não.
Seguindo aqui este meu singelo raciocínio, vejamos o que a irmã Cipriana diz à vítima do passado ou ao verdadeiro algoz de hoje: “As vítimas inacessíveis ao perdão e ao entendimento soem ultrapassar a dureza e maldade dos seus preceitos provocando horror e compaixão”. É mais fácil deixar-se levar pela loucura do que se satisfazer das benesses do bem que a todo tempo se mantém aptas a todo aquele que lhe sintonize suas seguras coordenadas. Muitas vezes nem sempre a vítima tem compreensão ou reconhece a sua fragilidade íntima. Não se torna em santo por ser vítima do destino dos homens. Muitos utilizam dessa situação para transformar lágrimas de inquietação interior por aquelas outras de ódio, de vingança, de rancor incontido, deixando um rastro de maldade aquinhoada por uma perseguição ferrenha e sem nenhuma solução benéfica.
Segundo nos relata André Luiz no livro “No Mundo Maior”, pela mediunidade de Chico Xavier, esses dois espíritos já se encontravam juntos há quase vinte anos. Vinte anos mal aproveitados por onde se alinhou apenas a descarada presença do mal em todos as suas nuanças de desequilíbrio e inconsciência. Cipriana levou a suposta vítima ao lar do seu algoz para finalizar a sua ação com bondade e verdadeiro amor.
Vejamos o que a nossa irmã diz ao espírito que não deixava em paz o seu assassino: “… a verdadeira liberdade é a que nasce da perfeita obediência às Leis divinas de Deus e que só o amor tem suficiente poder para salvar, elevar e remir”. Creio que eu não precisarei dizer mais nada não é Leitor Amigo, pois interpretamos muito mal esse provérbio: “Quem sabe ler, pingo não é letra”. Não é mesmo?
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.