A intervenção dos Amigos Espirituais – vez outra, se manifesta em um indivíduo invigilante, algum recurso drástico para que venha, esse, perscrutar melhor a sua vida na vida dos entes queridos que o amam. Esse recurso haveria de ser em todo e qualquer indivíduo invigilante?
É o que veremos nessa semana segundo o espírito André Luiz no livro “No Mundo Maior”, no seu capítulo 14, intitulado “Medida Salvadora”, pela mediunidade do médium Chico Xavier relatando os dizeres do Instrutor Calderaro: “Para isso, porém, usaremos agora recurso drástico já que o desventurado se revela infenso a todos os nossos processos de auxílio”. Devemos considerar aqui que esse pai de família que se entregou às orgias dos vícios incontrolados está sendo auxiliado pela intercessão da esposa e dos filhinhos que lhe cobre de atenção. Nem sempre esses recursos vigoram na assertiva de melhoria moral para alguns espíritos que não deixam, mesmo acamados, os vícios a que tanto o enfraquecem, o debilitam e mesmo assim sentem prazer em alimentá-los.
É de se convir, para tal operação, que muitos irão pensar em um método contrário à uma boa assistência. Mas, se formos observar por outro ângulo não muito aceito, iremos defrontar com a Misericórdia Divina agindo em prol, não desse viciado, mas sim, no porvir mais seguro da esposa e dos seus filhos. É tanto que o Instrutor diz em seguida: “Conhecerá a prisão do leito, durante alguns meses, a fim de que se lhe não apodreça o corpo num hospício, o que se iniciaria dentro de alguns dias…”. Há males que vem para o bem, não é mesmo? Mesmo lutando para melhoria orgânica, sabendo que poderá ter novas recaídas, debaterá num leito com as suas viciações a serem superadas.
No caso à baila, sendo um vício aterrador, o da bebida, terá como companhia indesejável uma moléstia ainda pior, ou seja, nevrose cardíaca que o impossibilitará de pensar em usar da bebida para esquecer o outro mal que o vitima. Muitos não tem essa sorte, pois que desencarnam sem sequer saberem. Passam para o Outro Lado da Vida impossibilitados de vivenciar a nova situação, procurando por todos os meios, matar a sede alcoólica que o transportou prematuramente para a morte. Triste cenário esse em que tanto a bebida quanto outro vício qualquer destrói todo sonho arquitetado quando se entregam – voluntários – nas raias do desequilíbrio, da loucura, da insanidade mental.
Vendo que André Luiz ficou meio desconcertado ante a situação, disse generoso o Instrutor: “As mesmas Forças Divinas que concedem ao homem a brisa cariciosa, infligem-lhe a tempestade devastadora…”. Creio que não será necessário comentar essa última citação não é mesmo? É de plena transparência, não, Leitor Amigo?
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.