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Sobrevivência da Fé – Cap. 33 – Do Outro Lado do Espelho – Assunto: Fé

Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.

            Fé… Como anda sua fé? O que seria para você? Também um pingente apenas pendurado no pescoço qual fazemos com o símbolo Maior de Liberdade do Cristo Jesus? Necessitaria a fé de contornos religiosos no sentido de transportar montanhas do egoísmo, da maledicência, da ira, da indiferença, da falsa modéstia? Como também andar sobre as águas revoltas da violência, da impunidade, da impudica religiosidade a que muitas vezes escondemos nossa real personalidade voltada ainda aos instintos inferiores?

            Um exemplo para ilustrar nosso comentário é a cura do servidor do centurião. Jesus não precisou ir até a presença dele para que O curasse. Apenas a fé do centurião o fez que o curasse. Que fé seria essa?  Jesus afirmou que nunca encontrou em Israel, alguém que tivesse tanta fé como aquele centurião romano. Jesus elogiou a atitude fiel do oficial romano, que provinha do mundo pagão. Estaríamos à altura dessa fé? Estaria presa a prolegômenos religiosos ou somente ela, a fé, seria o bastante para termos consciência espiritual no controle absoluto dos nossos pensamentos, palavras e ações? De fato muita polêmica para muitos, embora não o seja.

            Digo que a fé estaria aprisionada à um tipo de religiosidade, porque é difícil atinar ela despida desses andrajos. Vejamos o que Sebastião Carmelita que fora um religioso convicto disse em uma de suas palestras narrada no livro “Do Outro Lado do Espelho”, de autoria do Dr. Inácio Ferreira, pela mediunidade de Carlos Baccelli: “Sem dúvida, um dos maiores entraves à evolução do espírito foi a crença na absolvição dos pecados, mediante a simples prática da confissão auricular; crendo-nos limpos de todos os equívocos e mazelas, apenas por expressá-las verbalmente aos ouvidos de uma criatura tão falha quanto nós…”. Como sempre gosto de explicar em meus comentários, não estou aqui para criticar ou julgar essa quanto aquela religião. Meu verdadeiro intuito é o do esclarecimento e reflexão de quanto é frágil o ser humano. Como sempre digo também, o homem em si é muito influenciável; aceita tudo que lhe vem pelas portas do mundo sem uma melhor análise, coesão de pensamentos nobres, vigilância e prece que se consubstanciam na fé raciocinada.

            Como disse tão bem Sebastião Carmelita “A confissão era uma espécie de anestésico para a consciência, (…), A penitência prescrita pelos sacerdotes não impunha a necessidade de se reparar o al; com doções vultosas à Igreja, os pecados mais graves poderiam ser esquecidos pela Lei…”. Que contrassenso meu Deus. A fé aqui era vendida por vultosas doações para a Igreja. E no final dessa história, ficaria em paz de espírito, o sacerdote e os seus confessores? De forma alguma a Lei assim funciona. Jesus nos disse em uma das suas passagens que se quisermos “confessar” com o Pai, que entremos para o nosso quarto e lá desabafássemos todas as nossas angústias, todas as nossas dificuldades, recebendo desse colóquio a esperança em forma de fé rediviva. Poderia o Mestre ter encaminhado muitos para a Sinagoga e Templo da Sua época, mas simplesmente nos pediu que fizéssemos essa interação – Filho e Pai – de forma espontânea e indispensável ao nosso bom viver.

            Muitas almas encarnadas e desencarnadas tem esse pensamento: “Creem na existência do Cristo, mas o consideram inacessível; para esses, o Senhor é uma espécie de sonho inatingível para a Humanidade, um modelo perfeito demais para ser seguido…”. Devemos refletir aqui que na Criação Divina não existem favoritos do Senhor. Todos nós fomos criados – simples e ignorantes – e, se existem aqueles na nossa dianteira é porque lutaram para conquistar o degrau de perfeição – não tão somente porque Deus o favoreceu diretamente, mas por questão de Merecimento. Nada, em lugar algum no Universo iremos encontrar espíritos iluminados sem que com isso não tiveram merecimento para tal desiderato. Poderemos, sim, ser iguais a Jesus. Por que não? Contudo, quando nós atingirmos esse patamar, Ele consequentemente estará bem além de nós, mas no mesmo pórtico de Espíritos perfeitos segundo o aglomerado estelar em que se situam. Em momento algum essa perfeição será absoluta, pois que assim acontecesse, seriamos Deuses também. Somente Deus é absoluto em tudo. E isso é inadmissível aos seres criados. Deus na Sua essência é Incriável e querer adentrar nesses domínios é se entregar, fatalmente, à perda da noção espaço-tempo acessível, ou seja, implosão do espírito consciente, tornando muitos, com esse destempero em mônadas espirituais…

            Segue Carmelita: “Invadindo, feito o joio, que se alastra no meio do trigo, os templos consagrados à fé, independente da crença religiosa, desfiguraram os ensinamentos do Cristo e manipularam os seus pastores”. Infelizmente é a verdade. Por questões de pureza doutrinária, vem o homem jogando pedras no Cristo, procurando reformular Seus ensinamentos irretorquíveis. Daí a cizânia nos credos religiosos. Existem mais dissenções que uniões dentro e fora de suas paredes. Por isso a violência grassa impune em toda parte. Lares que não consagram à Espiritualidade; igrejas, templos e casas espíritas que não procuram disseminar a Verdade de modo simples e acessível para todos. Para que dificultar caminhos mais simples para a própria libertação espiritual? Não seria aqui a jogar pérolas aos porcos?

            Outra verdade dita por Sebastião Carmelita: “Quantos espíritas, passada aquela fase inicial de entusiasmo, caem na apatia, por verificarem que não conseguem vencer de improviso as imperfeições que acalentam há séculos!”. Sim. E essa apatia é ainda mais fortalecida por muitos presidentes de Centros Espíritas juntamente com os seus coordenadores sobre a mediunidade que dificultam ainda mais o contexto de salvaguardar interesses obscuros ante os novos médiuns que estão se manifestando com suas mediunidades à flor da pele. Inaceitável para mim, tal ato.

            Sabemos que “A imaginação para o mal é fertilíssima”. Como o homem agrega sombras no coração! Poderia ser diferente? Sim. Apenas com força de vontade, resignação, fé acompanhada de esperança. Os impulsos dos homens na gramde maioria das vezes são monitorados por forças espirituais obscuras que uma grande porcentagem não acredita existir. E as Trevas, nesse sentido nada de braçada. Antes, pois, de ir a um Templo Religioso, a uma Igreja, a uma Casa Espírita, façamos uma reflexão ante o Evangelho que nos orienta com mais objetividade, o caminho para as inúmeras dificuldades do caminho. A leitura no lar é benção assegurada para todos reunidos no mesmo teto.

            E para terminar, vamos examinar com mais atenção, essa passagem de Carmelita: “Que fazeis de especial?”. E eu complemento… do Evangelho que é a Boa Nova, sempre Nova em qualquer coração que admite a carência das benesses do Criador, sem olvidar que, sem merecimento, não haverá como dar pérolas aos porcos. Comigo, Caro Leitor Amigo?

24/03/2023 – Até a próxima segunda-feira pessoal. Divulguem-na para nós. Gratidão

Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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