Depois de banquetearem com papai noel vários tipos de cadáveres de animais, agpra milhares de pessoas vão festejar – sem o poderem – a entrada do ano novo que, apesar de novo, já se encontra bastante velho, acamado e em coma induzido. Nada muda ou irá mudar. Para que, não é mesmo? Sempre digo que é difícil entender a humanidade. Sabendo das dificuldades que se avolumam a cada dia, ela não consegue se libertar de comezinhos diários afundando-se mais e mais em dívidas acotovelando-se nas sequelas morais de que prazerosamente se tornou a própria vítima.
Não estou aqui para julgar ninguém, porque não tenho cacife moral para tanto, mas o mundo está aí e não irá me deixar mentir das realidades sem sentido e sem tino do ser humano classificado como Homo sapiens sapiens, com a cegueira personalista e arbitrária, devendo convir que a sua natureza precisa forjar o seu lado espiritual para que o seu futuro se torne mais dinâmico e mais aceitável para ele mesmo.
É natural do homem reclamar de si para consigo e com para outras pessoas. Mas é só chegar as festas de final de ano e lá vai ele gastar o dinheiro – que poderia ser melhor empregado – para satisfazer o ego das festas passageiras e sem nenhum aproveitamento e não tão intimas assim mergulhados em compras exacerbadas de presentes, que, no fundo, convenhamos, é pura enganação. Explico-me. Temos consciência – apesar de que não admitimos – de que o verdadeiro sentido natalino há muito não é compartilhado. É apenas um divisor de perdas. Uns dizem: “Temos que seguir a tradição natalina dos antepassados”. E eu como sempre, discordo: Isso tudo não passa de fachada para o consumismo. Sentimentos natalinos?! que nada.
É de se convir que o ser humano ainda prefere inalar o gás tóxico que o comércio exala nessa época de ano. Ilude e aprisiona principalmente as crianças no mal ilusório que faz com que papai noel seja eleito todo ano como o preferido, além de tapear também muitas pessoas com descontos que jamais existem no sentido de “gastar menos” para que o comércio ganhe sempre mais. Vale aqui lembrar aos mais afoitos em liquidações hoje conhecidas também como Black Friday que esse comércio em momento algum, fará algo para levar prejuízo . É puro jogo de marketing. Mas como isso é “espírito” de Natal… ou de Réveillon é da tradição… Vamos gastar então pessoal…
Essa data em nada se parece uma celebração de nascimento de Jesus. Este foi, há muito, substituído por aquele, “bom” velhinho que de bom não tem nada e que se tornou o queridinho, o símbolo das imperfeições humanas. Tornou-se vantajoso alimentar a soberba das crianças. Desde pequenas, elas são ipsis litteris viciadas pelas famílias, sociedades e mídias, pelas religiões, pelo comércio, pelo meio em geral através dos podres costumes que lhes são passados de geração a geração. É o tal do “Padrão” imposto a todos. E ai daquele que lhe venha sair desse contexto alucinógeno e viciante. O difícil mesmo hoje em dia é reunir as famílias numa mesa recheada com ensinamentos substanciados de simplicidade e conquistar a todos através do exemplo sadio, da fraternidade legítima, da cristandade, da prática do verdadeiro sentido de Natal – com Jesus – que infelizmente desapareceu dos lares ofuscado ferozmente pelas luzes noelinas.
Acredito que se apenas orações, cânticos e supostas promessas se é que lembrados nessa época do ano resolvessem todos os problemas morais e religiosos da humanidade, a Terra com certeza, já seria um paraíso bíblico – aquele indiferente aos que não foram eleitos por Deus, penando eternamente num inferno sem salvação; aquele monótono, porque as pessoas sonham mesmo é com “sombra e água fresca”. E é fácil de observar que na atual conjuntura dos fatos, alguma coisa falta para amenizar tanta violência que grassa o planeta e temos consciência disso. Agora dar o primeiro passo no sentido de descruzar as mãos em prece e aconchegar no peito – alma com alma – aqueles que direta ou indiretamente colocamos nas sarjetas do mundo é de uma complexidade que impressiona. Só que, na realidade, muitos não querem mudanças, sair daquela zona de conforto egoísta e mesmo convivendo com a própria fedentina que exalam. O fato é que ainda somos espíritos bastante endividados uns com os outros, não queremdo de maneira alguma festejar a tão necessária reforma íntima e nem sequer ajudar aqueles que já a desejam.
Somos, nós, os únicos culpados do que estamos passando e, mesmo sentindo na pele os horrores da insanidade, não aceitamos estar no mesmo barco das angústias e depressões insaciáveis porque somos indiferentes às realidades da vida… da Vida Eterna Espiritual a que muitas religiões não ensinaram esse catecismo. Vivemos em pleno século XXI mas a mentalidade de uma grande maioria está aprisionada, enraizada em séculos passados. Agora digo com toda propriedade que quando vierem a dor e o sofrimento – e elas virão a galope – , não adiantarão se revoltarem e a dizerem que Deus é vingativo, é injusto, é insensível; quando o remorso, o vazio, o tédio, a desilusão, a loucura juntamente com uma má digestão dos festins de fim de ano, fizerem moradia nos corações, dou-lhe uma dica: chamem aquele “bom” velhinho. Com toda certeza, ele estará bem longe – totalmente indiferente às fraquezas alimentadas por ele que, na verdade, serão forçados a aceitar aquela sua risada típica de deboche: Ho! Ho! Ho!. Que venha, pois, 2024 com todas as misérias a mancheias. Com todos os repetecos, sujidades, morticínios, mediocridades, falências morais, profissionais, pessoais, religiosas e políticas. Pessimismo da minha parte? Ou hipocrisia desses que assim pensam de mim? Mudar esse cenário??? Para que, não é mesmo? Como diz um ditado: “Pau que nasce torto sempre morre torto”. Entenderam? Então voilà…
29/12/2023 – Um ótimo 2024 para todos.
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.