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Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.

            Fidelidade Doutrinária… O que seria para você? Estaremos dando à nossa Doutrina a fidelidade doutrinária que ela merece? Independente de crença, todos nós somos carentes de uma essência espiritual para chamar de nossa. Mas não é tão somente ser um devoto assíduo numa determinada religião que se não vota e pratica seus alicerces de educação e disciplina.

            Segundo Dr. Inácio em seu livro “Na Próxima Dimensão”, através da mediunidade de Carlos Baccelli: “A pretexto de fidelidade doutrinária, oferecemos resistência às obras que pretendem dar sequência àquelas já consagradas”. Mais claro impossível. Como já sabemos, Kardec e Chico não disseram a última palavra quanto aos enunciados dessa Doutrina. E mesmo não dizendo tudo, muitos conservadores batem o pé não aceitando a continuidade de revelações dos planos invisíveis ainda para conosco.

            O que não pode acontecer e está acontecendo, são as nocivas enxertias e práticas inconvenientes porta adentro  de muitas Casas Espíritas, sob o olhar invigilante de muitos dos seus presidentes. Além dessas enxertias e práticas desfavoráveis, muitos utilizam de dogmas e rituais que, a olhos vistos de terceiros, principalmente aqueles que não comungam os mesmos ideais espíritas, julgam seus fieis como copiadores de outras doutrinas religiosas.

            Contudo, uma verdade é certa dita por Odilon: “...  toda obra, quando traz a chancela da verdade acaba se impondo”. Tudo que direciona o homem a refletir, não deixa de ser um caminho promissor. A verdade não se torna em brinquedo na cabeça de pessoas que acreditam que podem dominá-la. A nossa imaginação é fértil segundo o âmbito pelo qual gira o pensamento daquele que procura o autoconhecimento. É muita riqueza pouco explorada. Raros aqueles que debruçam em livros com conceitos extremamente confiáveis, tirando deles um conhecimento até então inextinto pra muitos e, quando a eles chegam, são tachados de anti-doutrinários. Triste esse cenário.

            Sabemos de cor e salteado que a censura ainda existe em nosso país. Não podemos, hoje, falar certas verdades ocultas no manto da hipocrisia, porque seremos tachados de hereges, loucos, visionários e perturbadores da paz social. Por isso é comum quando nos chegam algo que ignorávamos, a primeiro exame, nos faz com que afastemos dessas ideais, porque na grande maioria tudo isso afeta nosso orgulho pedante e egoísta.

            Quando conquistamos algum cargo que se nos diferencie dos outros, nos classificamos como os tais, os maiorais, os super-deuses. Ledo engano. Não somos senão criaturas falidas moralmente de antigas vivências que, mesmo nas atuais contingências reencarnacionistas, nos postamos como os bam-bam-bams, esquecendo que hoje não mais, em nós, existam uma coroa, um trono e serviçais cumpridores das nossas mais incompreensíveis ordens.

            É muito triste quando não conseguimos realizar o que propomos fazer quando ainda nos Planos Espirituais. E quando reencarnados então… Isso tudo é falta de sintonia, de abranger mais a nossa capacidade receptiva da consciência com o meio em que vivemos. Tudo parte da escuridão em que revestimos nossa alma atribulada, surrada de tantas iniquidades que, mesmo feridos gravemente por seus estilhaços, ainda procuramos submeter-nos ao martirológico que mais das vezes piora a nossa situação como réprobos da Criação Divina.

            “Perseverar nas obras da fé é um constante desafio para quem se encontra no corpo”. Acertado ponto de vista esse do Dr. Inácio. Creio que o maior desafio quando aprisionados temporariamente em um corpo físico é manter a nossa consciência sempre interligada na vivência e convivência com os semelhantes, porque se o meio interage constantemente conosco, diga-se lá com muitos pensamentos adversos ao nosso em combate constante entre a Luz e as Trevas. Somos ainda muito vulneráveis no quesito livre-arbítrio. Não o sabemos usar como deveria. “Libertas Quae Será Tamen”, ou seja: Liberdade ainda que tardia, Palavras essas encontradas na bandeira de Minas. Mas o que seria essa liberdade, se somos muitas vezes comandados por terceiros do que conosco mesmos? É incrível a capacidade de nos sugestionarmos em todos os sentidos, não tendo, nós, a capacidade de decidir ou mesmo discernir o que seja correto ou não em nossas vidas. Quando acordamos é tarde demais para tomarmos as iniciativas que deveríamos termos tomados a princípio. E o remorso então, nada de braçadas.

            Segundo o respeitado mentor da Espiritualidade Odilon Fernandes: “A Doutrina nos exorta a um maior desprendimento, e ainda não sabemos conciliar interesses que, em essência, são inconciliáveis”. Não somente o Espiritismo, mas qualquer outra crença que se esforça em despertar a consciência de seus fiéis, tem um grande desafio pela frente. É difícil despertar alguém que há muito tempo se encontra estagnado no pântano das próprias convicções religiosas, que, mais das vezes, parou no tempo.

            Temos ao nosso desfavor, interesses que se ligam a bens materiais, a sofismas que mais afundam o raciocínio do que esclarecem como agir em determinadas situações que nos desafiam a capacidade de diferenciar com propriedade. Na vida em si, tudo está a nosso favor como não, embora já sabemos que, somos nós que fazemos nosso caminho de dores ou de alegrias, de pesos ou de garantias de refrigério, de gostos e desgostos que nos sufocam o espírito e, diretamente ao nosso corpo somático. E muitas vezes com a revolta entalada na garganta ainda culpamos Deus pelas desditas que próprios procuramos.

            A nossa fidelidade doutrinária não se prende ao que achamos certo ou não segundo à nossa carência religiosa. O nosso status quo se manterá equilibrado quando resolvermos lidar com as nossas próprias escolhas, iluminadas ou ofuscadas quanto ao nosso saber já conquistado. Somos  ainda neófitos da Espiritualidade que tem um carinho imenso para conosco. E, como rebeldes, ainda intentamos burlar inteligências acima da nossa compreensão no sentido de abarcar no “jeitinho brasileiro”, a que todos procuram se dar bem. Ledo engano.

            Creio que a verdade dói. Embora estou longe de exemplificar plenamente minhas virtudes como se deve, mas já tenho consciência do que tenho que fazer. Enquanto outros… Por isso sou tido como uma pessoa ácida, embora essa “acidez” esteja ligada à certos questionamentos que muitos procuram olvidar mesmo fazendo parte do contexto de uma civilidade ainda ortodoxa. Como muitos já devem ter percebido, tenho praticado e muito minha fidelidade doutrinária, embora não esteja ligado integralmente à uma religião. Minha religião é a Caridade e é em nome dela que convoco os Trabalhadores da Última Hora para unir forças, braços e abraços na construção de um mundo melhor de se viver civilizadamente cristão. Comigo, meu Caro Leitor Amigo?

22/05/2023 – Até a próxima quarta-feira pessoal. Divulguem-na para nós. Gratidão.

Aécio César Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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