Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.
Masoquismo… Você já parou para pensar que os sofrimentos da Terra, nada mais são pela ignorância que alimentamos? E, a partir desse pressuposto, somos masoquistas de carteirinha. Se extinguíssemos a nossa convivência com ela, com certeza, teríamos chances mais diretas de amadurecermos com consciência de causa, qual estamos fazendo, conscientemente com ela, a ignorância.
Na grande maioria das vezes, as Religiões dos homens, tem como obrigação, encaminhar as ovelhas desgarradas do Aprisco do Senhor. Só que, o que vemos, é um espetáculo bastante trágico quando se trata, especificamente, da moral humana. Outra coisa que sabemos e, na grande maioria, não aceitamos, é que as crenças alimentadas por nós, não estão dando o suporte que deveria nos dar. Agora pergunto: Culpa de quem? De todos nós que vemos o perigo à nossa frente e, mesmo assim, caminhamos em direção ao abismo, ou as religiões dos homens, já não tem mais o cabedal de integridade, de moralidade que, a bel-prazer, pouco se importam os seus representantes, se os seus fiéis vão ou não, para o Paraíso ou para o inferno eternos? Indiferente para onde vamos, nossa consciência será nosso juiz incontestável.
Sofrer por ignorância… Masoquismo puro, não? O que ela não faz desde o mais incrédulo ateu até mesmo aqueles que frequentam semanalmente as missas de domingo! E muitos creditam tais sofrimentos exclusivamente pela ira de Deus… Não devemos julgar ninguém, principalmente com Aquele que não tem nada a ver com o que se passa intimamente conosco. Não temos o livre-arbítrio? Não sabemos hoje as consequências quando escolhemos caminhar no caminho das trevas ou da luz? Então vamos encarar as realidades dos fatos, aceitando sem churumelas o que estamos passando. Todos nós temos culpa no cartório. Pais, mães, a sociedade, o governo… tudo está envolvido nessa raça de víboras, nos dizeres do Mestre Jesus, que sentiu na pele a nossa desdita, o mal que ainda o alimentamos com muito gosto.
E, seguindo meu raciocínio, vamos analisar bem o que Odilon disse a Dr. Inácio, narrado no livro “Na Próxima Dimensão” ao médium Carlos Baccelli: “Precisávamos, sim, continuar lutando para que a crença na imortalidade da alma prevalecesse sobre o Materialismo…”. Creio que muitos não aceitam a crença da imortalidade, porque ela está alicerçada numa outra religião. Se caso ela não tivesse ligação alguma com determinada agremiação religiosa, com certeza, a porcentagem de aceitação seria bem maior. O pior disso tudo é que ainda grassa na Terra os “Mistérios de Deus”, que ainda fazem com que a ignorância – mãe de todos os tolos, se enraíze mais na credibilidade religiosa de cada um de nós. Aí, quando deixam a carcaça física e encaram a realidade espiritual de que tudo que acreditou, não faz mais sentido nos Planos Espirituais, o remorso vem a galope e o arrependimento do tempo perdido, escancara sua voz na consciência desses pobres coitados.
E, continuando com o raciocínio do mentor acima citado: “… e para que a Religiao se libertasse de tantos dogmas que terminam por invalidá-la, porquanto impedem que o homem se volte para o cultivo de si mesmo”. Raciocinem comigo. Para se ter fé é tão fácil, que para uma grande maioria de fieis fica intransponível o seu acesso. São muitos dogmas, rituais, cantorias que, em essência, não modifica o homem; não o faz tirar sua visão obtusa do próprio umbigo. E as consequências dessa indiferença, é o chicote do sofrimento de vários matizes, que nos assaltam a cada minuto em nossas vidas. Se apenas a prece solucionasse os problemas do mundo, com toda certeza, o panorama da Terra seria outro, isso é, aqueles que realmente creditam suas palavras e o seu pensamento, numa oração fervorosa, justa e imparcial. E dá-lhe sofrimentos, ranger de dentes e choro nesse Vale de lágrimas…
Uma pergunta interessante foi feita nesse capítulo por um paciente que estava aos cuidados do Dr. Inácio. Vejamos: “Como, no entanto, conseguirmos ser fortes no ponto em que somos mais fracos?”. Já pensou a respeito? Realmente é um labirinto de indecisões, que não conseguimos encontrar aquela agulha perdida num farnel de palha. E essa nossa fraqueza é a ignorância bem mais vistosa, bem alimentada do que a verdade dos fatos que teimamos em não aceitar. Muita coisa está envolvida nesse processo de despertamento: criação familiar; aceitação da sociedade quanto a certos padrões de vivência e convivência com o semelhante; religião que, ao invés de libertar almas, as aprisionam ainda mais nas masmorras dos egos em conflitos… Solucioná-los?…
Mas a resposta do Dr. Inácio é bastante satisfatória para todos nós, desde que resolvamos a sair dessa concha egoística que criamos em nosso psiquismo. “Fortalecendo a vontade, através do trabalho… Os doentes mentais que recusam a terapia ocupacional, recusam o medicamento de ação mais eficiente”. Nessa citação, não estou mandando ninguém a ir a médicos ou a terapeutas. Seria aqui o último caso se não tivesse outros meios mais simples de lhe darmos com as inquietações da alma. Sabe-se que todos nós temos desequilíbrios emocionais que nos afetam consideravelmente. E, quando aparece o remédio, que irá nos fortalecer diante desses distúrbios a que, afanosamente, não queremos nos livrar, deixamos com que a ignorância tome as rédeas do nosso destino.
Será fácil entender a citação acima. Essa terapia ocupacional dita por Dr. Inácio, a meu ver mais eficaz, seria o Culto do Evangelho no Lar, que no meu parecer, não está sendo administrado por pais considerados espiritualizados. A grande maioria dos lares, nos tempos atuais, agravou mais com a tecnologia de ponta que está revolucionando o psiquismo de muita gente, afastando, dessa maneira, daquela terapia espiritual a que muitos de nós ficamos indiferentes, consideravelmente. Creio que, em lares que conservam a espiritualidade em alta, difícil acontecer tantos massacres, tantas tragédias, tantos homicídios a céu aberto. Hoje em dia, com desculpas do profissionalismo e da competitividade, muitos lares ficam a mercê do sofrimento, em que o masoquismo, na sua expressão mais simples, deixa machucadoras na alma por tempo indeterminado.
Sofrer por causa da ignorância! Difícil tentar compreender esse sofrimento, desde que já possuímos a clareza cristã de que o que vale mais, com relação à nossa religiosidade, é fazer com que os nossos lares recebam, constantemente, a Luz do Evangelho; seja na reunião em conjunto num café da manhã, na hora do almoço ou, tão somente, na hora de dormir. De sentirem-se acolhidos, pais e filhos e vice-versa, em conversas construtivas, elevadas, saturadas pelo magnetismo da fé raciocinada e do amor incondicional. Essa, sim, é a verdadeira terapia em que deveremos, o quanto antes, praticarmos em nossos lares. Fica a dica.
E para fechar nosso entendimento, deixo aqui as palavras do Dr. Inácio: “Infelizmente, a imensa maioria demora na periferia de si mesma, embaraçando-se nos efeitos da causa da própria ignorância (…) o homem aprimora a inteligência, mas, na verdade, não existe nenhum processo de cura sem base na autocura… Se não nos decidirmos a nos curar, os outros pouco poderão fazer”. Entremos, pois, nessa terapia familiar, e em curto espaço de tempo, poderemos colher os louros da consciência tranquila. Comigo, meu Caro Leitor Amigo?
Aécio Emmanuel CésarMédium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.