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Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.

            No Pavilhão masculino acontece muitas coisas. Pensamentos aí se desabrocham sem controle fortalecendo, assim, os vícios até então alimentados. Mesmo com a limpeza acurada do Sanatório, um cheiro diferente no ar acusava enfermidades morais de difícil cura, embora seja em tratamento quase sempre em longo prazo.

            Dr. Inácio pela manhã vai ao refeitório onde internos tomavam seu café da manhã. Paulinho estava presente, mas dentro dele algo de ruim procurava se manifestar. Dito e feito. Paulinho jogou uma jarra de leite fervendo nos companheiros da mesa próxima. Chegou a queimar com queimaduras de segundo grau os internos que nela se encontravam. Com o alvoroço que iniciou, todos, a partir de então, passariam a tomar o café em seus aposentos. Mesmo com o caldeirão saído do fogo Paulinho não teve nenhuma queimadura nas mãos.

            Dr. Inácio analisava cada situação. Se intrigava às vezes com o Modus operandi de Paulinho e pensava de si para consigo: “Aos poucos, eu estava aprendendo a distinguir quando estava conversando com Paulinho ou com a entidade espiritual que parecia domiciliada em seu psiquismo”. Natural que seja assim nesses casos. Deveras isso acontecer corriqueiramente com milhares de almas encarnadas e desencarnadas, essas, muito raras, se deixam levar à prece, à vigilância, à renovação dos pensamentos a se tornarem melhores do que são.

            A obsessão em si faz suas vítimas, vítimas essas presas à vícios muitos deles seculares. Difícil exterminar de vez um vício enraizado nos sentimentos de alguém. Hoje com o mundo materialista, muitos, não acreditando na Vida Além-Túmulo, se deixa levar pelo destino que nem sempre eles o escolheram. O que mais acontece são os moradores das sombras que coordenam como agir com cada um que a eles são atraídos. Difícil sintetizar aqui as artimanhas das trevas no meio principalmente humano. Kardec nos informa que a interferência dos desencarnados em nossas vidas vai além do que imaginamos. Daí a vigilância será inevitável para que tenhamos certo controle com os nossos instintos ainda que arraigados no mal.

            É fato que em organizações como essas onde se encontram enfermos com desequilíbrios morais tenham sérios problemas com o sexo. Essa força quando não controlada, torna-se em vício dos mais poderosos no sentido de um distúrbio, tendo “n” fatores de sanidade. Paulinho, muitas vezes era encontrado na prática libidinosa, forçado, assim, pelo obsessor ferrenho que o envolvia com os seus desequilíbrios e loucura.

            Nessa época em alguns lugares em que a psiquiatria anda engatinhava nos verdadeiros significados além do corpo físico, usava-se sempre o eletrochoque. Interessante essa citação do Dr. Bezerra de Menezes no excelente livro “Loucura e Obsessão” pelo médium Divaldo Franco que relata: “Segundo Doutor Bezerra de Menezes, o Eletrochoque desacoplaria o obsessor do obsidiado, ou seja, geraria uma desvinculação perispiritual entre o Espírito desencarnado, no caso o vampirizador, e o Espírito encarnado, o qual, nesta situação, trata-se do ser vampirizado. Portanto, haveria uma separação brusca dos respectivos corpos espirituais, interrompendo drástica, porém paliativamente, a simbiose perispírito-a-perispírito. Ressalta-se que tais casos constituem, de fato, processos obsessivos propriamente ditos, e não apenas leves influências espirituais negativas, sendo que a maioria destas situações de parasitose espiritual pode ser classificada como fascinação ou subjugação, em concordância com a Codificação Kardequiana.

            No caso do Dr. Inácio, ele estava abolindo essa técnica não sendo apropriada em muitos casos psiquiátricos que poderia ao contrário de curar, vir a piorar mais a situação de muitos enfermos.

            Algumas horas depois do ocorrido, Dr. Inácio vem a conversar com Paulinho sobre o que fizera no refeitório pela manhã. Difícil concatenar impulsos que não são seus, principalmente desguarnecida – a mente – dos princípios básicos de todo cristão: vigilância e prece. Além dessas defesas contra as investidas desses nossos irmãos ignorantes, a mediunidade é a porta principal onde esses malfeitores a usam com maior facilidade em milhares de pessoas espalhadas pelo mundo. Muitos desconhecem a parceria encarnado-desencarnado e vice-versa entre os dois mundos que praticamente vivemos. Muitas vezes, pensamos, falamos fazemos coisas que, analisadas criteriosamente, não teríamos tantos desequilíbrios em muitas pessoas alvoraçadas pelo materialismo destruidor. Não digo em frequentar uma religião a contragosto só porque algo sinistro envolvem muitos desavisados da intervenção das sombras na nossa rotina diária. É questão de amenizar as consequências, as baixas morais que muitas vezes podem levar até mesmo ao suicídio.

            Paulinho relata ao Dr. Inácio que já tinha visto o seu rosto em sonhos e até mesmo desperto. Era bastante sinistro, medonho a lhe causar muito medo. De fato essas entidades se transformam em gênios do mal alterando seus perispiritos de forma a se parecerem com certos animais. Pena que nas trevas não teriam espelhos para que esses espíritos dessem uma olhada em suas aparências. O tempo nesses lugares castiga o perispírito em todos os sentidos. São vibrações pesadas que se casam frequentemente com as irradiações liberadas por uma quantidade de almas isentas de princípios renovadores do próprio espírito.

            E em dado momento da conversa entre ambos, Paulinho vem a informar ao Dr. Inácio que certa vez ele disse o seu nome. Chamava-se Tomás.  O nosso médico tremeu nas bases. Tinha suspeitas de há muito ser tal espírito, mas será verdade ser o famoso Tomás? A nossa história não deixa por menos diante de certas personalidades religiosas que infelizmente marcaram de sangue inocente suas trajetórias religiosas. E isso tudo, nessa carnificina hedionda em nome de deus, um deus em “d” minúsculo, pois o Deus Soberano e Justo em momento algum se delicia com sofrimentos atrozes de Seus filhos.

            Haveria, sim, um confronto com esse espírito e não era qualquer espírito. Era ardiloso, perspicaz, inteligente e ferozmente mal nas suas intenções em prejudicar qualquer um que lhe cruze o caminho. É… Dr. Inácio e a sua equipe estejam preparados e para deixar ciente sua perspectiva de conhecimento sobre o fato, ele despede de Paulinho dizendo tanto para ele quanto para seu obsessor que ali também estava: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”. E de fato o que acontecerá com esse magistrado da Igreja pelo mal tremendo que causou será baseado em exclusivo, na Lei de Causa e Efeito. Aqui, tanto o mal quanto o bem praticados, aqui iremos pagar, ceitil por ceitil, cada dívida contraída com a Justiça Divina. Graças a Deus. Comigo, Caro Leitor Amigo?

10/10/2022 – Até a próxima quarta-feira pessoal. Muita paz.

Aécio César Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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