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Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.

            Inquisidor… Quem o seria nos tempos atuais? Mesmo decorridos mais de vinte anos que essa obra “Sob as Cinzas do Tempo” foi lançada, esse tipo de espíritos das sombras não acabaram com suas investidas. Muito pelo contrário. Eles estão a todo lugar e o que também preocupa é que muitos se encontram infiltrados nas religiões, na política, nos setores de trabalho, nas residências…

            Mas quem seria inquisidor? Seria todo aquele que inquire, pergunta, questiona, pesquisa? Podem ser também aqueles que procuram a Verdade atuando no Bem Maior? Na inquisição haviam os inquisidores, que retiravam de seus prisioneiros até inverdades através da tortura. É muito delicada a questão. Mas vamos por etapas. Somos todos inquisidores porque o ser humano sempre está a inquirir, a questionar, a perguntar, a pesquisar, embora muitos através da história se tornaram perseguidores cruéis que, em nome de seu deus – aqui em “d” minúsculo –punia todos aqueles que iam contra os ditames da Igreja.

            Naquela quarta-feira em suas reuniões de desobsessão no Sanatório, D. Modesta recebe o inquisidor-mor que estava obsidiando Paulinho. Vejamos algumas citações dele, relatadas por Dr. Inácio em seu livro “Sob as Cinzas do Tempo”, ao médium Carlos Baccelli: “Tolos! – bradou o espírito com irônica entonação de voz – Eu estou sabendo de tudo; vocês não me enganam: estão tramando a minha volta ao corpo…”. Como podemos notar, esse espírito está sem reencarnar a décadas, mergulhado esse tempo todo nas Trevas. E quantos outros também estão nesse patamar de maldade, que quando reencarnam trazem um ranço do mal que ainda não lhe desgrudou dos seus corpos espirituais. E as suas reencarnações são muito dolorosas.

            É muito triste o regresso desses à mansarda da carne. Mas graças aquelas mães e aqueles pais altruístas que oferecem o aconchego do seu amor e do seu lar, recebem esses espíritos rebelados da Luz. Muitos pais até conseguem desviar essas entidades do mal e da clientela que os seguem assim que descobrem seus paradeiros.

            Dr. Inácio vem a saber por intermédio desse espírito que Paulinho é o filho que ele tanto procurava. E, na busca da mãe para dar uma vingança à altura da sua maldade, vem a reconhecer o filho dela como sendo seu filho. E perguntando a ele se é seu filho realmente, ele lhe manda calar a boca. Mas, rodeando aqui e ali com palavras evangélicas chamando-o de irmão, ele fica mais irado ainda. Vejamos: “Que irmão, coisa alguma! Dobre a língua, quando ousar dirigir-se a mim. Tenho amplos poderes. Fui nomeado Inquisidor Geral pelo Papa…”. Não sei aqui quem é o pior: se o Papa ou o inquisidor…

            Como podemos ver, o que o poder faz em pessoas que não sabem usá-lo à bem da coletividade. Seguindo uma suposta crença em que acredita ter e ser a verdade para intimidar todo aquele que venha a ser contra aos seus decretos, demandam o mal com castigos, torturas e mortes no sentido de destruir toda ideia à ela – a Igreja – subversiva.

            Infelizmente, no mundo, poderemos encontrar até em nosso meio, pessoas que ao subirem num tijolinho pensa ser a última bolacha do pacote. E dá-lhe maldades, espalhando mortes por onde anda olvidando que a Lei de Ação e Reação é peremptória quanto ao fazer o bem e o mal.

            Outra citação interessante que não poderemos passar em branco é a seguinte, segundo as palavras do Inquisidor: “Posso provocar um curto-circuito a qualquer instante e atear fogo nisso tudo aqui! Não brinquem comigo…”. Devemos considerar a veracidade dessas palavras vindo de um espírito portador de energias suficientes que, casadas com médiuns de efeitos físicos, podem causar pequenos e grandes incêndios. Realmente deveremos medir a língua quando à frente dessas espíritos, não é mesmo?

            Estamos acostumados a ver em filmes principalmente na categoria de terror, cenas em que espíritos do mal agem com seus poderes sobrenaturais investindo contra aqueles que lhe são inimigos de carteirinha. Isso não acontece só em filmes desse gênero. A vida imita a arte ou se quiserem, a arte imita a vida. Esses filmes de ficção científica e de terror na sua grande maioria, tem uma pitada de veracidade. Muitos cineastas aos deixarem o corpo físico em repouso através do sono, se transportam a regiões distantes da compreensão de alguns seres humanos trazendo para nós uma nesga de onde foram, com quem estiveram e o que lhes foram relatados por moradores dessas regiões sombrias.

            Dr. Inácio esclarece ao inquisidor sobre as palavras de Irmão Jacó, não surtindo nenhum efeito naquele ser das sombras. Em contrapartida, quando ele disse que traria Paulinho para conversar pessoalmente com ele, o inquisidor ficou mais feroz ainda espumando pelos cantos da boca da médium que o recebia.

            E como as vezes é do seu estilo não para confrontar, mas para que o diálogo fluísse com mais energia, Dr. Inácio ouviu essas palavras do inquisidor: “A sua palavra não vale coisa alguma para mim… Quem você pensa que é para me fazer proposta? Se eu quiser, tiro Paulinho daqui esta noite mesmo…”. E lhe responde assim: “Como?!” Foi a conta do espirito soltar um urro e deixar a médium desfalecida à mesa. Não podemos afrontar espíritos trevosos dessa envergadura, porque eles tem uma visão mais abrangente do que nós e, principalmente, estando eles invisíveis.

            Aconteceu num grupo mediúnico muitos anos atrás, onde também participava, onde uma médium de incorporação não deixava que padres incorporassem nela. Não foi por falta de aviso do doutrinador. Numa dessas reuniões semanais um religioso das sombras se apresentou na reunião e somente ela poderia recebe-lo. Ela negou de pronto. E o que aconteceu foi impressionante. Esse espírito tirou a médium da sua cadeira, virou ela de cabeça para baixo deixando no teto da sala de reunião a marca do seu pé. O dirigente desse Centro enquanto estava vivo, sempre que havia uma nova pintura, sempre rodeava aquela pegada para mostrar para todos o que a mediunidade faz em médiuns que desconhecem seus princípios. Ele vindo a desencarnar, outros presidentes taparam com tinta o local da pegada e hoje frente aos novos neófitos do Espiritismo não passa de lenda. Mas, como disse, eu estava lá e sempre que posso desminto essa mentira.

            E para fechar com chave de ouro vamos analisar o conselho dado por D. Modesta para Dr. Inácio. “Inácio, esse espírito é dos piores que tenho visto em toda minha vida. Não convém desafiá-lo. Tive que fzer um esforço muito grande para que ele não me obrigasse a saltar sobre você…” Vale o conselho para todos nós que, digamos de passagem, pensamos saber tudo sobre mediunidade e na hora H, somos sobressaltados pelas trevas através da nossa própria invigilância e ignorância. É isso aí. Comigo e com ela Caro Leitor Amigo?

26/10/2022 – Até a próxima sexta-feira pessoal. Muita paz.

Aécio César Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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