Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.
Evangelho e Caridade… Quem os pratica está automaticamente ligado às forças da alma que normalmente desconhecemos.
Evangelho… Você o pratica não tão somente em um Templo, numa Igreja, numa Casa Espírita? Isso seria muito fácil. Queria saber se você o pratica no dia a dia, principalmente em seu lar, com a sua família reunida discorrendo em casa o que não precisa do mundo lá fora ficar sabendo. Não tem o ditado que diz: “roupa suja se lava em casa”. Mas o que vemos é uma avalanche de escândalos os mais escabrosos possíveis não é mesmo a quem se diga ser Homo sapiens sapiens. Onde estaria esse homem?
Caridade… Você a pratica como se deve? Não estou me reportando às esmolas que raramente damos aos pedintes da rua. E tão pouco falar dela para uma plateia, reconhecendo na maioria das vezes que o que falamos, na verdade é o que mais precisamos realizar. Caridade conosco mesmos, para depois desenvolvermos a Caridade na sua essência mais pura ao nosso próximo.
Dr. Inácio e D. Modesta resolveram visitar D. Querubina. Falei dela alguns capítulos atrás. Benzedeira que usava da sua mediunidade para aliviar as dores daquelas pessoas que a procuravam. Ao chegarem em sua casa eles a encontraram com o pé imobilizado.
Mas algo aconteceu de inesperado após sofrer esse acidente caseiro. Diz um ditado: “Há males que vem para o bem”. Lembram-se dele? Pois é. Com a sua queda, os seus netos que ela cuidava mudou suas personalidades antes bastante traquinas, agora com responsabilidades de cuidar integralmente da avó enferma. Para muitas famílias, creio, tem que acontecer certas coisas assim para que prove certo sentimento consanguíneo principalmente entre os componentes de uma família.
Eles aprenderam até cozinhar para auxiliar a vozinha impossibilitada. E fica essa citação de D. Querubina, para que reflitamos nas investidas do mal. Vejamos o que Dr. Inácio nos revela nesse capítulo do livro “Sob as Cinzas do Tempo”, pela mediunidade de Carlos Baccelli: vejamos: “Se alguém pensou em me fazer o mal, acabou me prestando um favor; esses dois não me obedeciam”. Como podemos analisar, nem sempre o mal é mal. Deveremos refletir muito nas circunstâncias que se nos aparecem. As vezes nos desesperamos, perdendo até a cabeça com soluções imprevistas e indigestas. Vale a reflexão aqui.
Toda vez que algo nos acontece de mal, é natural perguntarmos: Onde estará meu Anjo da Guarda que não me socorreu? Por que ele deixou que caísse em desespero? Muitas vezes pensamos assim, não é mesmo? Mas nos esquecemos de observar que ele pode até ter nos avisado, mas como sempre acontece, não ouvimos nossa voz de consciência. Ele pode até não ficar conosco vinte e quatro horas por dia, mas a sua proteção é manifesta em nós. É através dela que ele comunica-se conosco. E, desavisados, tropeçamos e caímos em várias ocasiões trazendo mais cizânia à nossa personalidade já bastante machucada e mais das vezes, desorientada, com a nossa imperícia.
Creio que mesmo que cheguemos a ouvi-la, o nosso ponto de vista não irá condizer com os conselhos que ele nos passa. Somos muito rebeldes. Agimos mais das vezes como animais primitivos do que ajuizarmos da necessidade de reforma íntima em nosso universo interior. Vejamos o que ela nos diz a respeito: “Nós, os médiuns, também temos nossos momentos de invigilância. A gente pensa muita besteira. E em momentos assim que os espíritos das trevas nos alcançam…” Sendo todos nós médiuns indiferentes de estarmos numa religião ou não, assumimos as consequências da nossa invigilância e, muitas vezes, com copiosas lágrimas.
O quanto diminuiriam tantas tragédias, se se pudéssemos interagir mais com a nossa consciência, tendo órgãos preparados para ouvi-la, não é mesmo? O imediatismo das coisas nos fazem ser reféns das nossas próprias fraquezas. A permuta de energias entre encarnados e desencarnados é tão intensa que assustaria a qualquer psicólogo ou psiquiatra tarimbados nos desequilíbrios da mente, se assim acreditassem na intervenção dos seres invisíveis na lida dos homens.
“O que muda a gente é o Evangelho”. Disse a bondosa benzedeira aos convidados. Certamente se não nos interessarmos em iluminar nossa casa mental com a reforma íntima alicerçada no comprometimento de auxiliar irmãos do caminho, de nada valerá a nossa estadia em um mundo que ainda sofre com o descontrole e despreparo dos seus inquilinos.
Poderíamos tecer várias considerações a respeito do Evangelho e Caridade como pilastras do amadurecimento do homem velho em nós, por aquele mais espiritualizado, mais cônscio do trabalho a ser praticado o quanto antes. Sabemos disso de cor e salteado. Porém, a sua prática é bastante vergonhosa. Digo vergonhosa porque observamos que os tutores religiosos que deveriam dar o exemplo santo, se desvirtua bem piores do que aqueles indiferentes à uma crença. “O hábito não faz o monge”, não é mesmo? Antes um morador de rua que mesmo com as dificuldades do caminho procura levar consolo e esperança àqueles de igual nível, do que depararmos com religiosos que não se dignam na postura de representantes de Deus na Terra. É muita falta de caráter.
É sabido que não basta cruzar as mãos e rezar na ilusão de que assim, os Céus acalmem a tempestade da violência entre os homens. Ledo engano. Sabe-se que se não exercermos a Caridade como os cireneus no mundo, a cizânia tende a aumentar ainda mais. Vamos refletir na citação seguinte da humilde servidora: “Ninguém quer nada com a Caridade – quer apenas livrar dos maus fluidos, conquistar homem ou uma mulher, ser bem sucedido nos negócios…”. Realmente como benzedeira, ela recebia todo tipo de gente à procura de obter bens materiais e satisfazer os instintos bestiais. Como dizia Chico, ninguém o procurava para saber como se desenvolvia a bondade. É o retrato curto e grosso da nossa vã sociedade.
E para fortalecer esse meu comentário do dia, vamos refletir nessa citação de Emmanuel: “Antes, porém, da caridade que se manifesta exteriormente (…) pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar a edificação e a redenção de nós mesmos. Trata-se da caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho”. Vinha de Luz – 110. O que ainda nos faltaria nesse desiderato? Será que estamos cumprindo fielmente os Mandamentos do Criador para que possamos ter o merecimento de paz no mundo, Caro Leitor Amigo?
02/11/2022 – Até sexta-feira pessoal. Muita paz.
Aécio Emmanuel CésarMédium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.