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Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.

            Torquemada… Espírito, esse, destituído temporariamente de amor no coração. O mal lhe apossou da alma de tal maneira, que ele mesmo não conseguiu atinar as consequências de tanta maldade. Não seria ele, a meu ver, o senhor daquele império, mas sim um escravo, mais um prisioneiro vítima de uma força maligna bem mais poderosa, que ele mesmo não tinha ideia em que se enfiou.

            Ele, como tantas outras milhares de almas voltadas contra as determinações divinas do Criador, não ficarão assim perdidas na Eternidade. Sempre haverá para os réprobos da Criação, uma chance, uma nova oportunidade de rever suas faltas e, cientes dos erros, procurarem saná-las à medida que se vai tendo um entendimento melhor acerca da Vida em processo de evolução plena.

            A equipe de Odilon Fernandes ainda continuava na praça ouvindo a palestra do Grande Dragão que expunha Torquemada preso numa jaula como a um troféu, uma cabeça valiosa para aquela civilidade afastada de Deus.

            Contudo, aquela gente ali aprisionada, alucinada pela palavra feroz e poderosa, não estava assim isenta de vícios. Algo ou alguma coisa a prendia voluntariamente a ele e não vice-versa. Vejamos o que Odilon nos diz a respeito: “Os espíritos que se deixam influenciar pelo Dragão, em maioria, atendem as próprias conveniências: não querem voltar à Terra e fogem da reencarnação, abominando o esforço evolutivo que lhes compete empreender e que,  mais cedo ou mais tarde, enfrentarão…”. A sintonia aqui é tudo. E as intenções também. Ninguém está no momento errado e com as pessoas erradas. Cada um está coligado um com outro no sentido de proporcionar garantias de convivência e de vivência no aprendizado a que cada um se encontra ainda não preparado para agir isoladamente.

            Nenhum fardo é tão pesado que faz com que seu tutor delibere desistir ou desviar o seu caminho promissor para trilhas onde o mal se situa aguardando pacientemente pelas suas vítimas. Daí os desequilíbrios emocionais os quais todos nós carregamos, sejam morais, pessoais, familiares, sociais, religiosos… Cada um tem a cota indispensável de irradiar luz ou treva em seus passos.

            Nesses lugares como esse em que a equipe de Odilon Fernandes se encontrava, as leis são respeitadas à altura e, se caso alguém vier usurpar alguma delas, será punido com a reencarnação. Mas essa volta ao corpo virá sempre com pesados resgates como consequência da desobediência infringida ao seu senhor, ou seja ao Grande Dragão.

            O Líder das Trevas fora avisado de que vibrações diferentes se encontravam ali naquele lugar. E feroz: “Eu os advirto uma vez mais desistam de me usurparem o trono… Os traidores pagarão caro! Faremos com que renasçam  como pasto dos homens sem escrúpulos; os perseguiremos  desde o berço e seremos inclementes”. Qual seria o processo reencarnatório usado aqui? Nas Trevas teriam tipo câmaras onde se processaria a volta ao corpo daqueles espíritos sem luz ou a Espiritualidade Superior assumiria esse processo? Como podemos observar as Trevas tem um poder próprio poderoso, por que a maioria dos que lhes atendem as ordens, são almas destituídas de qualquer resquício de interatividade com as forças superiores. E tem muita gente que acredita fielmente que essas energias negativas, não adentram seus lares ou crenças religiosas. Sendo o homem falível, essas investidas são tão rotineiras que os homens comuns não captam suas energias porque, nelas, se encontram submersos desde muito.

            Depois das advertências, o Dragão pediu que alimentassem aquela plebe de espíritos sofredores e que voltassem com o prisioneiro para a sua cela. “Tive a nítida impressão  de que se tratava de pedaços de carne ou de algo que se lhe assemelhasse. (…) Mais tarde, Odilon me esclareceria que parte daquele alimento – princípio vital semimaterializado – era extraído de cadáveres”. Mais uma vez, deveremos refletir aqui quanto a esses cadáveres. Haveria morte anunciada em que os perispíritos grosseiros dessa região seriam destinados depois da desencarnação perispiritual, a alimento para toda aquela gente? Creio que sim, embora terei resistências de espíritas ortodoxos que, em momento algum soube qual a cor do cavalo branco de Napoleão. Como o próprio Odilon disse ao Dr. Inácio, que desses pedaços de cadáveres retirava-se uma grande parte do seu “princípio vital semimaterializado”. Interessante. Mas, antes que me taquem pedras ou coloquem uma cruz nos meus ombros e me façam subir a Serra Santa Helena de minha cidade, lembremos da pergunta 64 do “O Livro dos Espíritos”: “Vimos que o Espírito e a matéria são dois elementos constitutivos do Universo. O princípio vital será um terceiro?” Resposta: “É, sem dúvida, um dos elementos necessários à constituição do universo, mas que também tem sua origem na matéria universal modificada. É, para vós, um elemento, como o oxigênio e o hidrogênio, que, entretanto, não são elementos primitivos, pois tudo isso deriva de um só princípio.”  Ou seja, se a matéria universal pode ser modificada, aquela essência retirada dos cadáveres que alimentavam aquela gente pode ser uma modificação do princípio vital, por que não? E pode ter outra alternativa também. Aqueles pedaços de corpos podem ser de períspiritos de espíritos mortos com o objetivo de alimentação. Creio que nesses lugares trevosos, ninguém vai preocupar em enterrar seus mortos, não é mesmo? Alguma finalidade teriam. Por que não na alimentação? Como o tema é bastante complexo e não querendo estender o assunto, deixemos mais para frente outros apontamentos a respeito.

            Como o corpo físico, o princípio vital não acaba de chofre. Ele vai lentamente deixando o corpo que animava até que o corpo, totalmente isento desse princípio, começa a entrar em decomposição. O perispírito da mesma forma. Tendo também nele o princípio vital ele vai se extinguido daquele corpo espiritual  até que, sem ele, começará a se decompor. Daí a retirada do princípio vital semimaterializado antes que os corpos se decompõem, usado para alimentar toda aquela gente daquela cidade. Lembra-se do cemitério em Nosso Lar?

            Com muita dificuldade, Paulino com uma serra a laser liberta Torquemada daquela jaula e em suas costas coloca aquela massa disforme saindo em disparada por um caminho ermo distante dos olhares dos guardas que vigiavam – de certa forma – o prisioneiro. No caminho para a superfície, faziam certo revezamento quanto a carregar o corpo de Torquemada e chegando à vez do Dr. Inácio: “Quem diria, eu, Inácio Ferreira, considerado o inimigo número um pelo Clero em minha cidade, arriscando-me para salvar um ex-inquisidor. Como de fato, a vida dá voltas, meu Deus”. Nunca poderemos dizer que dessa água não beberei, por que como disse Dr. Inácio, o mundo dá muitas voltas e numa dessas voltas, poderemos estar face a face com os nossos supostos inimigos nos estendendo a mão, socorrendo-nos apiedados, eles, da nossa posição.

            Somos ainda espíritos frágeis, endividados com a Justiça Divina. Reencarnações diversas se nos possibilitará mourejar em nossos desequilíbrios no intento de saldá-los. Mas a nossa materialidade espiritual não deixa com que atinjamos horizontes mais iluminados, por que em nós ainda existe a trave que impede o nosso reconhecimento aos débitos contraídos com uma certa lucidez. Diante desses altos e baixos, o Espírito Imortal terá sempre chances de se auto aprimorar. Dependerá, pois, da sua vontade na persistência em sair do charco das sombras e qual flor de lótus, renascer com novas esperanças de avanço, de aprendizado e de experiências. Comigo nessa, meu Caro Leitor Amigo?

19/04/2023 – Até a próxima sexta-feira pessoal – Divulguem-na para nós. Gratidão.

Aécio César Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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