Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.
Mediunidade… Mais uma vez esse assunto que nunca terá a última palavra. Você que se considera médium já ficou alguma vez sem saber diferenciar o que seria seu ou do espírito? Como seria essa permuta de pensamentos? Como o pensamento do espírito entranha no pensamento do médium? Já foi chamado de mistificador, não de frente, claro, mas pelas costas? Isso acontece? É o que mais a gente observa em muitas Casas Espíritas.
Mas trocando em miúdos, vamos ao que nos interessa. Dr. Inácio sempre que possível visitava o Sanatório e outras instituições espíritas de Uberaba. Manifestou-se em muitos Centros, principalmente aqueles mais carentes, mais humildes. E pensava de si para consigo, narrado em seu livro “Do Outro Lado do Espelho” através da mediunidade de Carlos Bacceelli: “… se é verdade que a mediunidade possui seus limites, não é menos verdade que é o único canal disponível para contatar os que deixamos nas retaguardas da experiência física…”. Realmente é uma verdade. Não teria outro meio senão a mediunidade nos seus amplos aspectos que pudesse contatar com os Vivos do Além. Mostrar pra muitos, principalmente àqueles mais endurecidos de coração que, com a morte, não se desfaz os laços familiares e de amizades sagradas. A vida continua… E isso é o que nos basta, acreditando nela ou não.
“Em mediunidade, portanto, não existe herança: o espírito não herda o médium e o médium não herda o espírito”. Verdade. Tem muitos médiuns por aí que é possessivo com o espírito que se faz os comunicados. Não aceita que ele sirva a outros médiuns. Agora, imaginemos se fosse o contrário. Se o espírito fizesse de tudo para que o médium não procurasse outras fontes de aprendizado com outros confrades e confreiras com os seus respectivos espíritos. Será que isso existe? Sim, existe. Principalmente aqueles espíritos residentes das sombras que hipnotiza suas vítimas – essas médiuns invigilantes – que ficam à dispor das vontades desses seres das trevas.
Nada é impossível na mediunidade. Tudo pode acontecer e acontece principalmente quando milhares de médiuns escancaram as portas da razão e do sentimento fragilizados por uma certa dosagem de descrença que sempre invade muitos corações aflitos e desesperançosos.
Disse Dr. Inácio em companhia de Odilon Fernandes que vem a conhecer Paulino Garcia que terá bons momentos em sua companhia: “A parceria mediúnica cessa quando o sensitivo ou a entidade espiritual que lhe controla mais diretamente as faculdades se revela impedida de continuar o processo”. Isso é fato. E aconteceu com um conhecido médium há muitos anos atrás. Ele tinha como amigo espiritual um receitista que auxiliava muita gente em suas doenças físicas e espirituais. Tudo ia bem quando o médium resolve mexer com cristais. O seu mentor na medida das possibilidades o alertava do perigo que é misturar crenças externas com a Doutrina Espírita que não utiliza nenhum artefato no sentido de comunicar com o Além ou também de curar determinadas doenças com pedras, incensos ou agulhas. Resultado, o médium não ouvindo os conselhos do seu mentor, esse se afasta interrompendo um belíssimo trabalho de anos. Esse amigo espiritual ficou um bom tempo sem ter um medianeiro à altura do trabalho que desenvolvia, até me conhecer…
Em outra citação Dr. Inácio é enfático: “O médium não é “dono” dos espíritos que por ele se expressam e nem os espíritos tem qualquer certificado de propriedade sobre os médiuns que lhes servem de instrumento, todavia, convém cautela com os medianeiros que se apropriam dos espíritos que não lhes “pertencem”. Creio que essa permuta de pensamentos entre médiuns e espíritos só se concretiza quando existe entre ambos uma sintonia bastante forte que lhes permite uma permuta segura e disciplinada. Se um espírito encontrar um outro médium que lhe associe com as suas afinidades, não vejo o porquê do médium negar-lhe passividade. E vice-versa.
Creio que um mesmo médium que venha ter afinidade com um espírito superior que lhe abraça a tentativa de trabalho, pode ser também o mesmo que venha permanecer por algum tempo com entidades obscuras em tratamento psíquico que levam semanas, meses e até anos de despertamento, de aceitação dos erros, de receber incentivos de recuperar o tempo perdido, ou seja, convalescência espiritual.
Sempre vigilante Dr. Inácio ainda acrescenta em seus apontamentos sobre mediunidade: “… um sem número de desencarnados infelizes estão sempre à espreita e não perdem a chance de ludibriar os incautos”. Pensando aqui com meus botões, eu não saberia dizer se existem mais espíritos que procuram – de certa forma – ludibriar médiuns invigilantes ou médiuns incautos que procuram aliciar – vamos dizer assim – determinados nomes de espíritos famosos para troça da sua mediunidade.
Esse tipo de situação ocorreu num grupo que frequentava. A mentora desse grupo sempre que tinha oportunidade de dizer à médium que a recebia que parasse de fumar pois cigarro e mediunidade nunca daria bons resultados. De tanto falar e não vendo solução da médium ela se afasta do grupo. Nesse momento, creio, existia um grupo de entidades inferiores que com certeza estava à par da situação e em momento propício do afastamento da mentora, o chefe dessa gangue passa a se metamorfosear com as feições da mentora para que os médiuns videntes a vissem sem causar alarde desnecessário.
Esse grupo só tinha espíritos inteligentes e que sabia dosar todas as situações à seu favor. A suposta mentora então começou conversar com o grupo participando de trabalhos não direcionados para o bem, mas que tinha sempre uma pitada de maldade. Os médiuns videntes desde a entrada desse grupo de entidades das sombras eram recepcionados por entidades magnetizadoras que faziam com que eles vissem o que eles quisessem e não do que realmente estava acontecendo no recinto. Demorou um pouco para que a mentira viesse a tona por descuido da suposta mentora e a verdade destronou essa entidade e a sua gangue de uma vez por todas. Vale aqui a dica. Acredita desacreditando.
E para uma reflexão mais profunda do assunto, vamos analisar as palavras de Chico Xavier sobre o tema, no livro “Chico Xavier só mediunidade”, na pág. 104. ”Começar é fácil, continuar é difícil e chegar ao fim é crucificar-se – diz o nosso Emmanuel, para designar uma tarefa cristã”. E essa frase inclui as tarefas advindas da mediunidade. Estaria à altura de se considerar cristão nas tarefas de auxílio, Caro Amigo Leitor?
08/03/2023 – Até a próxima sexta-feira pessoal. Divulguem-na para nós. Gratidão.
Aécio Emmanuel CésarMédium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.