Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.
Segunda sessão mediúnica relacionada com o caso Paulinho. Como sempre digo, no sentido de trazer à baila o despertamento desse quanto daquele espirito ignorante, em muitos casos não se processa em apenas uma reunião. Não é fácil esclarecer espíritos das sombras ainda mais aqueles inteligentes. Eles estudam bem mais que nós a Bíblia, a obra básica de Kardec, no sentido de saber, tão somente, onde puxar o tapete do nosso egocentrismo. E na grande maioria conseguem tal intento.
Nessa reunião no Sanatório, o dito cujo malfeitor não deu as caras e a frustração foi enorme para todo o grupo. Difícil para muitos adeptos do Espiritismo analisar a rigor como se processa uma reunião mediúnica antes dela começar, nos planos espirituais. Quem será auxiliado? Qual amigo espiritual poderá manifestar-se no sentido de coordenar os trabalhos? Os próprios médiuns, principalmente os de mediunidade ostensiva são preparados para essas reuniões dois, três dias antes. Daí o nosso comprometimento com a nossa higiene mental.
Naquela noite de reunião mediúnica, Paulinho descansou como se nada estivesse acontecendo de mal à sua volta. O espírito obsessor o deixara por alguns momentos ou fora o tranquilizante dado por Manoel Roberto que o afastou temporariamente de pronto? Ou os dois… Não se sabe.
D. Modesta nessa noite começou ouvir um burburinhos de vozes agitadas. Analisava e comentava com Dr. Inácio, em desdobramento, de tristes acontecimentos do Tribunal do Santo Ofício onde estavam preparando a morte de algumas pessoas. Cenário inconcebível para espíritos que conquistaram a razão mas não desenvolveram o sentimento.
Muitas pessoas sofreram muito na Inquisição. Até mesmo antes de serem queimadas na fogueira como bruxos, seus olhos eram furados com adagas em brasa, repetida esse gesto insano também na boca. Faz-me lembrar aqui dos cristãos que foram mortos também, uns na fogueira, depois de serem flechados ou lancetados, ou devorados sem nenhuma piedade por feras famintas por sangue e carne. Nesse espetáculo de terror ninguém era poupado. E depois vem, através da nossa história, repetindo essas terríveis calamidades. Nessa época sanguinária nem mesmo os médicos foram poupados. A ciência até então não dava as cartas. Apenas a Igreja tinha o poder de vida e morte.
Em um mundo de provas acerbas, onde o sofrimento domina, a humanidade em si, vem sendo desestruturada com a sua fé. Onde a Bênção Divina que não chegava? Ou seria através da morte que o alívio espiritual se completava? Além desse sofrimento em que todos nós passamos entre provas e expiações, também existe o carma, como patente das nossas transgressões?
Perseguições tanto de pessoas vivas quanto dos supostos mortos, não deixa nenhuma criatura em total tranquilidade. Qualquer barulho que fosse, qualquer vozerio, palmas, no bater da porta, o coração parece sair pela boca.
O Espiritismo como sendo julgado por outros religiosos, é coisa do demônio. Bruxarias são feitas no sentido de trazer desentendimentos para outros fieis que, com certo desespero culpa-o das misérias que o mundo está passando. Se houvesse um retrocesso de valores religiosos, com certeza voltariam o espetáculo bizarro das fogueiras, sendo hoje em dia como alvos, todos que aderiram sua fé ao Espiritismo. Você deixaria ser morto pela fé que professa? Ou no momento de dar seu testemunho você esconderia a candeia da sua cristandade, anulando, assim, oportunidades divinas de se expressar condignamente com os preceitos do Criador, de Jesus e do próprio Kardec?
Analisando aqui com meus botões, uma grande maioria se esquivaria de ir para a fogueira, com a desculpa de terem família honrada, filhos, trabalho, essas coisas que, sendo passageiras, não deixam de ser meios de sobrevivência do corpo. Mas e a essência do cristianismo redivivo, onde estaria nesse transeunte sentido ilusório da vida terrena? Todo esforço dos precursores da Doutrina Espírita seriam em vão? Deixaria, pois por sua vez que exterminasse essa Doutrina de Amor? Muitos dizem seguros que isso jamais aconteceria. Pode até ser que tenhamos essa esperança, mas do jeito que o mundo está mergulhado nas trevas, todo cuidado é pouco, a começar pelos pensamentos. Lembram-se de Pedro?
Segundo os dizeres do Dr. Inácio a respeito, temos nessa citação desse capítulo do livro em análise “Sob as Cinzas do Tempo”, através da mediunidade de Carlos Baccelli: “A liberdade religiosa ainda não está consolidada não”. Verdade. Existe uma linha ainda tênue quando o assunto é religião em um país que se demonstra laico, respeitador com as outras religiões. De fato o respeito gera certo conforto onde cada um escolhe a religião que queira seguir. Mas podemos notar que essa religiosidade não é tão vista com bons olhos em escolas, faculdades e universidades. Ainda existe uma muralha no sentido de levar a cristandade envolvida por pontos de vista sobre pressão de algumas autoridades religiosas.
O que posso me expressar aqui, antes que me venham vetar meus comentários é que liberdade mesmo não a temos em nenhuma área de convívio, de vivência e convivência com nossos semelhantes. Procuramos sempre tapar o sol com a peneira do nosso egocentrismo no sentido de transformar hoje ditadura em polêmica no pensamento de alguns religiosos. O veto existe. É fato, mas não é lei. E para complementar esse meu raciocínio, vamos analisar outra citação: “A ânsia do poder temporal é uma coisa tremenda”.
Sim. Todo poder tem diversas graduações e perigos. Todo poder é manuseado criteriosamente, por pessoas que se dão ao luxo de representar na Terra alguma instituição qual seja. Maquiavel disse com distinção o que comento nesse parágrafo. Vejamos: “Dê o poder ao homem, e descobrirá quem ele realmente é”. Se tem o poder de mando, como você o aplica no lar, no trabalho, na religião, na sociedade? Seguiria os passos do Mestre Jesus ou se deixaria aprisionar ainda nos recônditos dos egos do passado que ainda o domina, fazendo, na realidade, que seja seu escravo, Caro Leitor Amigo?
26/09/2022 – Até a próxima sexta-feira pessoal. Muita paz.
Aécio Emmanuel CésarMédium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.