Senhoras e Senhores,
A segunda morte… Continuando com o assunto da semana passada, muito tem que se falar a respeito, não é mesmo? Mas aqui não vou aprofundar muito no assunto, apenas dar azo a curiosidade e espanto de uns e ao interesse de analisar com mais afinco esse assunto de tal envergadura que é ignorado por uma grande parte de Casas Espíritas do país que realmente não sabem, pois se soubessem, com certeza, teriam um amplo horizonte para ser dissecado em proveitosas palestras e deixariam de criar tantas polêmicas desnecessárias.
Para aqueles que estudam as obras de André Luiz principalmente, e que raciocinando comigo desde a semana passada, já se sabe que perdemos o perispírito para reencarnarmos em mundos mais densos quanto para planos mais sutis e mais transcendentes.
Esse livro, Libertação”, escrito no ano de 1949, tem uma nota de rodapé de André Luiz bastante interessante que nos informa: “O perispírito, mais tarde, será objeto de mais amplos estudos das escolas espiritistas cristãs”. Com certeza anos mais tarde, muitos estudiosos concentraram seus tutanos cerebrais para estudar sobre o perispírito. E chamo a atenção para uma obra fantástica do escritor Zalmino Zimmermann, “Perispírito”, trabalho sério, profundo, de grande teor científico, com extensa bibliografia e índices que facilitam a consulta, que para mim sem igual para os dias atuais, diga-se de passagem.
Seguindo as explicações de Gúbio para André Luiz sobre o assunto a baila temos na seguinte citação: “Sabes, assim, que o vaso perispirítico é também transformável e PERECÍVEL – Grifo nosso – , embora estruturado em tipo de matéria mais rarefeita”. Como podemos observar, o perispírito morre. A sua essência foi estruturada por uma matéria rarefeita que poderá ser transformável, ou seja, poderá sofrer influenciações de demanda do campo superior quanto do campo inferior.
Enquanto se se processa operações redutivas e desintegradoras quando espíritos ainda ligados à matéria mais densa, como eu e você que me lê esses meus singelos comentários, espíritos outros numa alta hierarquia espiritual desfazem simplesmente de seus perispíritos por comando da própria vontade sem que outros espíritos interfiram nessa incrível metamorfose de morrer simplesmente.
Para uma grande maioria ainda necessitada do império da carne, da matéria agregada às aglutinações celulares ainda abjetas ao controle dos instintos, vem se estruturando num círculo vicioso de encarnações e reencarnações sucessivas e compulsórias impostas pelo pesado fardo de viciações que ainda lhes adornam o espírito ainda sequioso de aventuras passageiras que em nada satisfaz a ânsia da vontade destronada pela realidade que, na hora do “basta” lhe imporá rever conceitos e paradigmas alimentados.
É fato que para desenvolver o nosso campo mental, necessário que pratiquemos atos de solidariedade, pois fazer o bem é ainda o alimento para a alma. Subir, realmente nos pedirá fôlego, determinação, boa vontade e espiritualidade. Para descer apenas que estacionemos nos cômoros da inferioridade onde ainda estamos ligados por campos vitais que administram nosso Modus vivendus ante a nossa determinação do nosso Modus operandi.
A matéria em si tem finalidades inúmeras correspondente ao uso da vontade do ser a caminho da humanidade, pois ainda não somos humanos no significado real da palavra. É tanto que se denomina Ser… Humano. E, de fato, ainda não o somos pois ainda rastejamos nas eiras do primitivismo, da violência, da ignorância, da indiferença, do egoísmo mesmo possuidores da razão, em que a força que se administra ao fazer o mal, na sua grande maioria não é nossa, mas sim de entidades altamente poderosas no que tange ao seu poder magnético aprisionando-nos através do domínio dos instintos incontroláveis.
Nosso objetivo é alcançar a angelitude; espíritos puros tal o é Jesus Cristo hoje. Muitos irão me criticar quando digo que seremos um dia como Jesus, que alcançou as culminâncias da perfeição absoluta no sistema em que faz parte, pois mesmo sendo espírito da mais alta linhagem, jamais terá todas as qualidades do nosso Pai e Criador. Diga-se de passagem.
Jesus quanto outros espíritos desse jaez alcançou a perfeição relativa através do esforço e determinação única de servir a Deus em todos os Seus Mandamentos. Eu e você, quanto milhares e milhares de outros espíritos em que desviamos da senda do Bem e do Amor, procurando meios que, ao contrário do que pareça, nos fará perder ainda mais a individualidade nesse glorioso e fantástico Labirinto do Criador.
Pensa-se agindo desta forma ser inteligente, mas na verdade peca-se muito quanto ao uso ideal do seu livre-arbítrio, que na verdade não é tão livre assim, não é mesmo? Sabemos que somos submetidos aos parâmetro da Criação, às Suas leis que, inexoráveis, não passa a mão na cabeça de nenhum de Seus filhos. Não é cega e nem surda com relação à justiça humana.
Se estamos em um mundo de sofrimentos acerbos é que alguma coisa ainda macula o nosso espírito impedindo-nos de alçar voo para regiões mais etéreas onde o Bem Maior reina com toda a sua beleza e vigor. Um dia, com certeza chegaremos lá, embora a escada da evolução a que temos que subir, demanda suor, lágrimas, altruísmo e espiritualidade diante do Infinito Cósmico em que fazemos parte.
Há várias moradas da casa do nosso Pai. Sim. E todas elas se encontram reunidas nesse desfilar pelo Cosmo augusto de Deus, delegando virtudes, assimilando-as cada vez mais à medida que vamos saldando nossas dívidas em que o nosso fardo aos pouco vai se tornando mais leve até que não tenhamos mais dívidas com a Potestade Divina e nenhum dos sete corpos que ainda nos distancia da perfeição.
Até lá quantos choros, lamentações, mortes, encarnações e reencarnações sucessivas, morrendo para cima e para baixo independentes do crer dessa ou daquela religião de homens, ou desse mecanismo de nascer e renascer, de ganhar ou perder peso quântico no nosso corpo mental a que todos estão integrados.
Quem viver até lá e viverá plenamente descobrirá o quão belo é o mecanismo da Lei de Causa e Efeito abalizada sistematicamente em nosso livre-arbítrio, no comando das nossas escolhas sem interferência direta dessa quanta daquela influência de terceiros. À medida que crescemos espiritualmente falando, vamos ganhando domínio sobre nós mesmos, acessando aos poucos nosso mundo inverso, capitando erros passados com suas respectivas personalidades que adornamos em existências idas. Que sejam bem vindas a segunda, terceira, quarta, quinta mortes, agora sempre para cima, para o Alto, para o Além. Comigo Leitor Amigo para essa viagem crística a que temos direito…, mas claro, com o nosso devido merecimento?
09/06/2022 – Até a próxima quinta-feira pessoal. Boa leitura.
Aécio Emmanuel CésarMédium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.