A vontade… Você já sabe coordená-la no sentido de viver e conviver consigo mesmo e com o seu semelhante? Através dela você sabe dominá-la no contexto de avaliação do seu ego presente? Sabe-se que estamos interligados, ainda, às nossas personalidades animadas do passado e, se não soubermos controlar nossos pensamentos, as coisas debandarão para as sombras sinistras do mal. Compreende agora a extensão da nossa responsabilidade?
Diante de tal raciocínio, vamos observar o que André Luiz registra em seu livro “Libertação”, no seu capítulo 2, intitulado “A Palestra do Instrutor” pela mediunidade de Chico Xavier. Vejamos: “A vontade, não obstante condicionada por leis cósmicas e morais, inclinará a comunidade dos corpúsculos vivos que permanecem a seu serviço por tempo limitado, à maneira do eletricista que liga as forças da usina para atividades num charco ou para serviços numa torre”.
Observamos claramente na citação acima que poderemos direcionar nossa vontade para as sombras ou para a luz, segundo nossos pensamentos em uníssono aos sentimentos que por ora alimentamos. Difícil coloca-la no cabresto da nossa vigilância, pois, se não compreendemos a sua estrutura de funcionamento, como lidar com o sofrimento e com as dores morais, se não sabemos qual antídoto adequado ser-nos-á indispensável para um melhor entendimento?
Não basta simplesmente pensar. Nosso pensamento está vivo, mas sendo alimentado pela nossa vontade adestrada ou não. No vácuo que se nos apresenta – sem o sê-lo, claro –, existe outras mentes dominando esse espaço para nós invisível. São criaturas que se adequam a ele, movimentando também suas vontades a bel-prazer dos seus instintos ainda agregados à forças que também ainda desconhecem, pois morrendo não se ganha – como muitos pensam – a sabedoria integral.
Daí essa permuta incessante entre espíritos encerrados na carne com aqueles outros, também ligados a corpos sutis – mas que também é matéria – que fazem parte da estrutura do seu Corpo Mental na erraticidade. Por si só, somos uma concentração de energias capazes de nos transformar em espíritos de luz que é o nosso objetivo primaz ou em entidades das sombras que, querendo ou não, seremos beneficiados, em momento aprazado, com reencarnações compulsórias para nosso próprio bem-estar espiritual aqui como em outro planeta. Ninguém viverá na escuridão eternamente, graças a Deus.
Sem conhecermos os meandros em que a nossa vontade atua, estaremos sendo joguetes de outras mentes mais capazes de compreende-la e de comandá-la direta ou indiretamente, afetando-nos consideravelmente no nosso modus vivendus terreno e espiritual. Daí dizermos que os espíritos influenciam na vida dos encarnados bem mais do que imaginamos, pois que eles usam da energia irradiada do nosso pensamento – estruturado em sombra ou em luz – para intervir nas circunstâncias em que ainda não dominamos. Apenas, pois, as cumprimos entre achaques e rebeldia sem uma resposta plausível para com a nossa ignorância sempre necessitada de mais e mais saber.
Quando, enfim, soubermos dominá-la, poderemos aquinhoar vetores de esclarecimentos e, assim, suavizarmos nosso campo mental atrelado mais a derrotas do que conquistas. Já pensou o que poderia fazer com a sua vontade raciocinada? De dirigir o seu pensamento como a guiar uma embarcação que mesmo enfrentando terríveis tempestades, saberia dominar o seu barco mental diante das ondas que lhe ameaçam a tranquilidade íntima? O mundo com certeza teria novos ares expulsando gradativamente o mal desse planeta. Daí transformá-lo em um mundo de regeneração possível de agregar aquela paz que sempre desejamos e que ainda, por ora, não conseguimos suportá-la. Comigo, Leitor Amigo?
29/07/2021
Aécio Emmanuel CésarMédium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.