Senhoras e Senhores,
Luz… Como precisamos dela, não é mesmo? Mas ainda não sabemos da sua importância em nossas vidas. Luz Cósmica, Luz Divina, Luz Interior. Já tentou durante um dia fazer as coisas rotineiras que sempre faz com uma venda nos olhos ou em completa escuridão? Com certeza não iria conseguir, né? Então, mesmo não querendo aceitar que as sombras ainda dominam nosso coração, procuramos, aqui e ali, subsídios espirituais que muitas vezes vão de encontro ao nosso ilegítimo equilíbrio emocional.
Falo isso, porque observo, atento, entre outros fatores de pobreza espiritual, o crescente tsunami de clínicas se espalhando pelo país qual joio sufocando, consideravelmente, o trigo da fraternidade legítima. É um comércio venenoso onde muitos que os encabeçam essa tríade sinistra – Laboratórios – Farmácias – Clínicas, vem apostando seus dados na crescente e malfadadas enfermidades que acometem milhares de pessoas pela invigilância a que deveríamos – todos nós – atentarmos o quanto antes.
Não é só porque o mundo ainda é de provas e expiações que iremos aproveitar dos sofrimentos alheios para enriquecermos inutilmente às custas das variegadas doenças e não propriamente dito das curas dos doentes em si. Até quando esse frenesi financeiro – sutil na grande maioria – onde se pesa na balança da insensível quantidade e não qualidade das ações salutares do bem, expressos não em cifras, mas em bônus-horas? Ou será que é apenas em Nosso Lar que existe a comercialização dele? Ganharíamos muito se o usássemos em cativar nos braços os irmãos em consanguinidade espiritual e não familiar. Somos uma família universal reunida em um mesmo teto e, sendo assim, temos que nos irmanarmos, amando um e outro como fator de salvação da própria alma.
A consciência sempre está a nos fornecer alvitres de compartilhamentos mais humanos, embora ainda não o sejamos. Não sabemos ainda o valor de uma existência terrena nos moldes verdadeiros do amparo, do acolhimento, do legitimo ato do bom samaritano. Estamos ainda atrelados àquele sacerdote dessa parábola que vendo um miserável desacordado na rua, passamos por ele virando a cabeça para outro lado tentando viver em um mundo egoísta, podre e fedorento.
Somos quais os Levitas impossibilitados de compadecer com as sofridas aquisições cármicas de irmãos nossos desgraçados, embora também o sejamos. Quem estaria precisando mais de um consultório médico – não aquele limitado a quatro paredes ou enfurnado em remédios que apenas relaxa o corpo atazanando consideravelmente o espírito em convulsão contínua, onde a Terra no momento, seria o hospital benemérito acolhendo a todos nós – enfermos – incondicionalmente?
Quem nos dera enxergar no próximo necessitado com os mesmos olhos que temos para com a nossa família consanguínea; quem nos dera podermos escutar os gemidos de sofrimentos dos transeuntes da rua como acolhemos nos braços nossos temporários familiares renunciando muitas vezes nosso tempo tão mal utilizado com coisas tão banais? Muitos leitores respeitáveis dos meus comentários que faço sobre a Obra Luisiana através da santa mediunidade de Chico Xavier não os aceitam de bom grado porque na grande maioria sempre a carapuça da consciência pesada envolve seus sentimentos. E saibam que não fujo à essa regra. O primeiro a ser escolhido e beneficiado para usá-la sou eu. Aprendo muito com os meus próprios comentários que na sua maioria não são meus legitimamente e espero que eles sirvam como um farol nos caminhos tortuosos dessa humanidade que assim caminha ainda trôpega nos passos interiores.
Onde a nossa compaixão diante das refregas da vida? Onde se enquadraria o óbolo da viúva que deu o dinheiro que necessitava e não aquele que damos incomodados sobrando muitas vezes em nossa carteira ou bolsa? Que criaturas ainda somos diante do aprendizado de Mestres Luminares que vem conviver temporariamente conosco e não lhes damos o valor merecido? Falamos muito de Jesus. Seus atos, Seus Exemplos, mas o tratamos na grande maioria como Pedro negando-O não três vezes mas setenta vezes sete cada vez, até empanzinarmos em apetrechos religiosos com a hóstia da hipocrisia. Onde nosso testemunho? Nosso ceitil de misericórdia?
Enquanto estivermos aprisionados tão somente às reuniões de belas e inspiradas palavras de Amor e Caridade, ficaremos sujeitos ás emanações passageiras do incensório da insensatez e falta de caráter espiritual. Acordemos, pois, para a Luz do verdadeiro Evangelho, aquele que nos faz praticar a amar a Deus acima de tudo e de todos nesse mundo esquálido de virtudes altaneiras e ao próximo como irmão verdadeiramente consanguíneo espiritualmente aqui falando.
Que os ilustres médicos possam abrigar vez outra em seus luxuosos consultórios aqueles irmãos que lutam incansavelmente – quando não morrem – em uma fila de hospital ou em um carente posto de saúde. Muitos dirão, insensíveis, que essa responsabilidade é de uma política mais compenetrada com as necessidades da comunidade. Ela existiria em nosso país? Pois bem. Então que os ínclitos responsáveis vereadores, prefeitos, deputados, governadores, presidente, possam também dar a mão à palmatória onde façam cumprir as leis que elegem, tirando-as do papel – as vezes amassado no bolso e depois destinado ao lixo – e, que energicamente assumam a verdadeira cadeira de um edis de respeito ao próximo e para com o próprio Deus que os criaram à Sua imagem e semelhança.
Sei que é delicado o assunto quando se trata principalmente de religião e de política. Diz-se cada um tem a sua. Mas convenhamos que por causa desse afresco é que o mundo está assim de ponta cabeça. Afirmamos, sim, que religião cada um tem a sua. Pode até ser, mas como estamos compenetrado com ela a ponto de julgar as outras existentes? Batemos o pé quanto à política. Reclamamos aos quatro cantos do mundo por mais atenção das autoridades competentes. Mas nós, seus subordinados não fazemos também a nossa parte como legítimos patriotas de uma nação se preparando para ser Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. Que Boa Nova é essa que estamos seguindo sempre indo de encontro aos Mandamentos do Criador e aos ensinamentos do Mestre Jesus? Certamente não o estamos seguindo à risca não é mesmo? Não por falta de oportunidade, mas sim, pela má vontade mesmo de auxiliar sem que venhamos esperar algo em troca ($$$$).
E assim, coloco aqui os dizeres do Mestre: “Andai, enquanto tendes luz”, também citado por André Luiz em seu livro “Libertação” cap. VI. Tenhamos, pois, olhos de ver, ouvidos de ouvir e coração para sentir reconhecendo que, sem auxílio mútuo, essa luz em nós aos poucos se extinguirá e, nas sombras, estaremos sem rumo certo, havendo com isso, mais choros e ranger de dentes. Vamos sair desse charco o quanto antes usando nossas mãos para o Bem Genuíno, Caro Leitor?
07/07/2022 – Uma ótima leitura. Até a próxima quinta-feira pessoal. Fique em paz.
Aécio Emmanuel CésarMédium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.