Aos seguidores de Chico Xavier, meu Salve.
Intenções… Saberia dizer o que diferencia uma intenção “boa” de uma intenção “má”? Existe uma linha clara entre elas? Saberia distinguir se suas intenções irão produzir benefícios ou malefícios no sentido de “se dar bem”, indiferente se vai ou não prejudicar alguém? Até que ponto as intenções “más” podem ser justificadas em certas circunstâncias? Existiria, aqui, uma ética plausível nessas situações?
Caso você consiga responder alguma dessas perguntas acima, saberá o desenrolar desse drama nesse capítulo, relatado no livro: “Entre a Terra e o Céu”, através das mãos abençoadas de Chico Xavier. Zulmira era a segunda esposa de Amaro, pai dedicado de dois filhos em que a madrasta zelaria como mãe aos filhos agora sob sua guarda, já que Odila sua primeira esposa desencarnara. Zulmira passou a ter ódio do enteado, quando esse caiu enfermo, tendo olhos para o filho e não para sua esposa atual. Com o tempo, essa madrasta fazia de tudo para tirar de vez aquele filho indesejado por ela. Numa praia a família parecia estar feliz, quando apareceu uma oportunidade de matar aquele que a separava do seu amado. E, deixando-o afogar nas águas, Zulmira passou a conviver com o remorso e arrependimento aterradores. E, assim estando, desceu sua vibração até onde se encontrava a mãe desencarnada, iniciando uma batalha entre as duas movidas pelo padrão vibratório entre as duas.
E, seguindo esse drama entre julgamento de André e Hilário, Clarêncio esclarece: “… quem de nós não é responsável pelas ideias que arroja de si mesmo”. É o tal da vigilância dos pensamentos que sempre venho falando aqui e meus comentários. Enquanto não atinarmos quem é quem nessa profusão de pensamentos que surge em nossa consciência, vários e vários erros cometeremos. E, complementando o pensamento do instrutor: “Nossas intenções são atenuantes ou agravantes das faltas que cometemos”. Muitas vezes é o que mais acontece. Com desculpa muitas vezes de “perder a cabeça”, andamos pelo mundo dos vivos assenhoreado pelo mundo dos ditos mortos. Às vezes, não nos importamos com aquela intenção”inocente” que se movimenta em nosso mundo íntimo, tecendo angústias para quem será por nós feridos, quanto para nós mesmos.
“Nossos desejos são forças mentais coagulantes, materializando-nos as ações que, no fundo, constituem o verdadeiro campo em que a nossa vida movimenta”. Tendo algum poder temporal nas mãos, desvirtuamos comportamentos humanos, na sutil e pretenciosa “ajuda”, levando mutos, nesse sentido a um caos moral de ininmaginadas proporções de loucura.
Diz um ditado que diz: “De boas intenções, o inferno está cheio”, atribuída a Karl Marx. Independente de ser ele ou não o autor dessa verdade, movimentamos nelas atribuindo nossa parte no suposto bom andamento da sociedade. E, nesse andar da carruagem, quantas almas são maculadas por nossas intenções, no sentido de que pareçamos tipo um anjo da guarda, mas na verdade somos, demônios de nós mesmos.
“Os frutos falam pelas árvores que os produzem”. Disse bem Clarêncio. Somos todos enfermos da alma. É tanto que estamos em um mundo de misérias morais não é à toa. A correção, tanto nesse caso quanto em outros desequilíbrios devem ser melhor ventilados, melhor avaliados, melhor aceitos, para que o tempo disponível, não nos entregue à ação das horas incriminando-nos de seu mal aproveitamento. Não será porque participamos fielmente de uma religião sob a capa de bons cristãos, que as nossas intenções várias sejam acatadas como tábua de salvação para aqueles que também se encontra no mesmo carreiro das necessidades de despertamento espiritual. Lembremos que os ateus, não tendo em seu código divino a ideia de uma Força Maior a qual alimenta e está por Ela vivo, se encarrega de bons posicionamentos liberto de rótulos religiosos que mais prende do que liberta as almas sob o seu martelo.
E, como a vida tem os seus fragrantes de provas e expiações, vamos ver o que o Instrutor acima revela para os dois dos seus pupilos: “Júlio – a criança morta – trazia consigo a morte prematura no quadro de provações. Era um suicida reencarnado…”. interessante tal passagem, não? E vem a pergunta. Essa criança reencarna no sentido de aliviar o seu fardo provacional e, por causa de um ciúme movido por paixões em que o sexo inveterado é a chave mestra, foi impedido de continuar sua sina de saldar faltas para com a Justiça Divina. E muitos perguntarão: “Onde está a Misericórdia Divina de deixar que esse triste episódio acontecesse? E respondo: Mesmo presos a um corpo densamente material e, depois sem ele, mas vergando um outro que, espiritualmente falando, também não deixa de ser matéria mais quintessenciada, não poderemos jamais julgar as Leis Divinas que mal, mal, conhecemos. Onde vemos o mal pode estar a Vontade de De Deus agindo sempre a favor dos Seus filhos.
Em muitos casos, interagimos com mentiras para abafar nossas desencontradas intenções que, a menor juízo, não passa como produto alimentício dos nossos arroubos sentimentais. Esse quadro, quanto tantos outros bem mais complexos de serem resolvidos pela visão obtusa que temos da Misericórdia Divina, nos tornamos como sábios protetores da boa índole, reconhecendo também que de boas índoles, o inferno também está cheio.
De fato, ter boas intenções pode ser um motivador poderoso para a mudança e o crescimento pessoal. No entanto, o impacto de nossas ações muitas vezes supera as intenções subjacentes. É crucial considerar cuidadosamente como nossas ações afetarão outras pessoas, independentemente de nossas intenções, coisa que não atinamos tanto quanto deveria. Más intenções sempre serão prejudiciais e muitas vezes envolvem engano, manipulação ou exploração de outras pessoas para benefício pessoal. É importante estar ciente das más intenções de terceiros e proteger-se contra elas.
Diante do exposto, você acredita que é sempre possível distinguir claramente entre boas e más intenções em situações complexas em que o ser humano se apresenta com várias máscaras da hipocrisia? De fato impressiona o quanto como a gente pode causar estragos, mesmo utilizando de supostas boas intenções. Rumi, que fora um poeta, mestre espirituale teólogo sufi, disse nas suas palavras de profundo valor intelectual: “Você não é só uma gota no oceano. Você é o próprio oceano dentro de uma gota”. Se a humanidade está congregada na reunião de valores e de vícios, por que não sermos alvos, amanhã, das boas ou más intenções que soltamos à ventania das nossas pobres ilações existenciais. Comigo, meu Caro Leitor Amigo?
21/09/2023 – Até a próxima quinta-feira pessoal – Favor divulgar para nós. Gratidão.
Aécio Emmanuel CésarMédium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.