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Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.

            Chico Xavier. Quem haveria de confrontá-lo, sabendo desde já que estaria perdendo tempo e campo para supostas indiretas? Pelo menos todos o respeitaram quando conosco estava, mas depois que desencarnou… Para quem apertou suas mãos – como eu – calejadas de tanto trabalho, poderia sentir a sua energia interior em plena atividade. O corpo? Bem… Todos nós envelheceremos, mas no caso de Chico Xavier era diferente. Enquanto o seu corpo mirrado dava sinais da sua decrepitude, seu espírito parecia ganhar subsídios de mais força e mais luz.

            Chico se encontrava no Sanatório em visita. Fora recebido por Dr. Inácio com alegria e respeito. Conversaram muitos assuntos, como vimos na semana passada. E o Chico pediu para visitar Paulinho. Juntamente com Manoel Roberto desceram a escadaria que dava acesso ao alojamento dos internos. Tudo parecia normal. Tudo estava tranquilo. Porém, ao se aproximarem perto da cela onde Paulinho se encontrava, ele se modificou por completo. A voz rouquenha não era de um rapazinho de seus dezessete anos. Algo e alguma coisa parecia querer saltar em direção ao Chico, salvaguardado pelas grades que os separavam.

            E sem devaneios e papas na língua ele se dirigiu ao Chico nesses termos, narrado por Dr. Inácio em seu livro “Sob as Cinzas do Tempo, no seu Cap. 15 através da mediunidade de Carlos Baccelli: “Até que enfim, você veio… Face a face com Chico Xavier, o chefe dos hereges”. Todos os habitantes das sombras se incomodam quando uma luz lhes envolve. Chico era pura luz materializada. E, de fato, ele incomodara e muito aquele obsessor. Tinha premonições. Sabia que ele iria vê-lo. E que diria tudo que pensava a seu respeito. Verdades e mentiras.

            Ele vinha estudando Chico há muito tempo. Não sabia como e onde ele se encontrava. Mas sabia que estava perto. Bem perto. Gargalhou ante aquele corpo para ele bastante esquisito. Suas fontes sempre o deixavam a par dos acontecimentos daquela cidade onde, provisoriamente se encontrava. E, à medida que recebia notícias dele, seu ódio por ele crescia assustadoramente, porque era o maior inimigo da Igreja que professava.

            Mesmo diante da afronta do obsessor, Chico se mantinha calado, apenas observando, analisando aquele espírito que já sabia quem era. E vendo que não tinha efeito as suas palavras continuou as ofensas: “Seu francês tolo! Você é que deveria ir pra a fogueira”. Francês tolo?… Como aquele espírito sabia da sua última reencarnação? Sei que os habitantes das sombras estudam por demais, agora saber de vidas passadas de celebridades para mim foi surpresa. Se desenrolasse uma conversa amigável entre ambos, poderíamos receber revelações as mais notáveis, não é mesmo?

            Como podemos notar, não foi revelado que Chico fora um francês na sua última encarnação através de um espírita ou de um amigo espiritual de alta envergadura. Nada disso. Veio através de um obsessor, de um inquisidor ferrenho. E fico a pensar com meus botões aqui. Se a turma do contra já não aceita Chico/Kardec, imaginem a cara deles quando ler esta parte desse livro?

            O espírito obsessor queria porque queria alcançar Chico que estava distante das grades por motivo de segurança. Continuava a xingá-lo dizendo que essa história de reencarnação era bobagem. Mas se vocês prestarem atenção na citação acima, ele estava indo contra o que disse, não é mesmo? Parecia, muitas vezes que ele estava preso à uma camisa de força invisível para que talvez não viesse a machucar Paulinho.

E com os olhos injetados de sangue lhe pergunta: “Você sabe quem eu sou? (…) Sabe, eu sinto que você sabe…Não pensem que, em prendendo aqui o meu instrumento, vocês me manterão preso por muito tempo”. Dr. Inácio veio a saber que esse obsessor estava preso ali no Sanatório através do menino e ele não poderia afastar dele senão ele morria. Mas ele não queria machucar de certa forma Paulinho, mas sim a mãe dele que o tinha envenenado. Relembrando a última existência sua esposa ficou grávida dele e depois de o mata-lo, deu seu filho para os mulçumanos. Mas aí algo aconteceu que mexeu muito com a sensibilidade do obsessor quando falou de seu filho. Lágrimas correram no seu rosto. É por isso que falo e tem gente que não acredita. Os piores sanguinários que passou pela nossa história tinha seus momentos de sensibilidade. Ninguém é tão duro, com o coração tão represado pelo mal, que em momento algum não sente necessitado de pelo menos um abraço, de uma palavra confortadora. Será que Paulinho era seu filho ou o estava usando para martirizar o coração da sua mãe?

Chico aproveitando o silêncio que fizera, procurou consolá-lo. “Não se prenda ao passado. Esqueça… Somos filhos de Deus. todos temos caídos sucessivas vezes, mas somente através do Amor nos levantaremos…”. Belíssimas palavras. Não é mesmo? Realmente caímos muitas vezes e, de reencarnação a reencarnação estamos tentando reerguer ante o pântano dos vícios que ainda nos prendem aos tormentos causados por nós mesmos, alimentando-os.

            Infelizmente ainda estamos longe da verdadeira reflexão no sentido de analisar o que pensamos, falamos e agimos sem o controle da nossa consciência. É triste tantos desencontros, tanta violência, tanto ódio… muitos se entregam nos braços dessas entidades também infelizes, tornando-se em marionetes nas mãos desses espíritos. E o resultado é o que estamos vendo pelo planeta afora. Muitas vezes transformamos pessoas que vem de encontro às nossas querelas sentimentais como inimigos gratuitos. Não procuramos ajuizar palavras de entendimento. Somente o chicote da maledicência fala mais alto, soa como um poder que pensa ter, mas que em grande maioria não é seu.

Diante das palavras de Chico, o obsessor pediu que lhe calasse a boca com uma ferocidade que impressionava. Queria lhe fazer uma proposta inusitada. Se caso eles o ajudassem na sua vingança, iria ignorar a todos. Fixou-lhes o olhar e como ele veio, ele se foi, deixando o rapaz estirado no chão. Bastante sensibilizados pela situação Manoel Roberto abre a cela e juntos o colocam na cama. Fizeram uma prece e lhe deram passes de reconforto deixando descansar. E quantos não se encontram nessa condição sem ter a luz do conhecimento e da compreensão, do auxílio e do aconchego como subsídios sagrados, não é mesmo?

            A verdade é que muitos de nós quando agredimos o próximo seja com palavras e gestos esquecemos que a nossa consciência trabalha incansavelmente através dos pensamentos que criamos ao léu das circunstâncias. Quem nos dera pudéssemos ouvir a voz da nossa consciência dando-nos consolo e esperança? É também através dela que os Amigos Espirituais a utilizam para orientarmos quando nos sentimos perdidos, desarvorados, inquietos e rebeldes a tudo e a todos. Fiat Lux. Acendamos, pois, nossa luz íntima enquanto é dia… Coloquemos a candeia das nossas experiências acima das nossas cogitações pueris. Tudo tem uma razão de ser não é mesmo? E se estamos em desequilíbrio alguma coisa nos falta: vigilância e prece; esperança e mais fé na Caridade praticada. Comigo meu Caro Leitor Amigo?

14/10/2022 – Até a próxima segunda-feira pessoal. Muita paz.

Aécio César Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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