Senhoras e Senhores,
Inconsciência… Segundo o grande Carl Gustav Jung, “Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamar isso de destino”. Profundo, não é mesmo? Até onde iria a nossa inconsciência? Muitas vezes somos pegos de surpresa com os nossos pensamentos não é mesmo? Alguns deles e na sua grande maioria não são nossos, mas sim, de terceiros ou resquícios de eras passadas alimentadas em outras personalidades que se lhe aplicam, AINDA, a Lei de Talião – olho por olho, dente por dente.
Decerto irão me julgar como anti-doutrinário pelo comentário acima, que como disse é um comentário e não uma certeza, mas cá pra nós, como pagamos nossos débitos para com a Justiça Divina senão pelo que fazemos de mal com o nosso próximo ou conosco mesmos? Muitos creem na Lei de Ação e Reação – palavras mais suaves para uma compreensão das leis Divinas, mas só mudou as palavras para não serem muitos pesadas. Se caso suicidarmos, se atirarmos contra alguém, se matarmos nosso pai, mãe, irmãos, amigos e desconhecidos, de todas as formas grotescas e imaginárias, como pagaremos essa ofensa para com as Leis Divinas que nos governam? Da mesma forma, embora em outras existências. Claro que, em algumas situações somos contemplados com o merecimento de atenuar nossas faltas por um bem genuíno praticado, ou nos prendermos ainda mais em um fardo de dívidas mais pesado do que aquele quando reencarnamos em um mundo de provas e expiações. Nada mais que justo, não é mesmo?
Daí a importância de analisar muito bem nossos sentimentos que são passivos literalmente aos nossos pensamentos bons ou maus. A dificuldade aqui é saber o que é nosso ou de outrem no nosso pensar. Estará eles nos auxiliando ou nos prejudicando? Temos o livre-arbítrio, nossas escolhas, pensarão muitos. Mas se estão também subjugados aos egos doentios do passado, o que nos resta como uma consciência mais transparente do que somos hoje e o que fomos em outras existências? A Lei é clara. Pagar ceitil a ceitil segundo o mal ou o bem praticados.
É fato analisar corriqueiramente nossos pensamentos passando-os na peneira da nossa compreensão exercitada na conjunção do saber mais translúcida para que as nossas escolhas se casem perfeitamente com o nosso Modus vivendus do Homo sapiens genuíno. Será?
Para fortalecer esse meu raciocínio, vamos analisar o que o Instrutor Gúbio diz a seus protegidos, registrado aqui por André Luiz no livro “Libertação”, pelo lápis abençoado de Chico Xavier, enquanto esperavam a presença de Gregório rodeados daqueles dementes teleguiados como parte integrante da populaça da Cidade Estranha: “São réus da própria consciência, personalidades que alcançaram a sobrevivência sobre as ruinas do próprio “eu”, confinados em escuro setor de alienação mental”. Mais claro impossível, não é mesmo? Podemos categorizarmos como tais, embora ainda envolvidos na matéria mais grosseira do corpo físico? Com certeza, sim.
Digo isso acertadamente, porque ainda não temos o controle, mesmo parcial, dos nossos pensamentos. Pensamos alhures, quais, sejamos, “lenhos secos” nos dizeres do Instrutor acima. Preocupamos, de certa forma em corrigir conceitos, vistos transviados para nós, mas que se a fonte está contaminada com o genoma da intransigência, difícil acreditar na sua total cura. Mesmo que a antipatia as vezes se nos coloque frente a frente com desafetos ligados a nós direta ou indiretamente no carreiro das existências, agimos inconsequentes na desvariada solução que, muitas vezes, nos levam a cometer verdadeiros escândalos em que a nossa própria consciência se maculara com tamanha e incontrolável loucura.
Como ponto de equilíbrio emocional em que minha matéria essa semana se propõe, vamos analisar o que Freud nos exorta colocando seu pensamento no meu e no seu como fator de esclarecer e pontuar a consciência como réu das nossas inconsequentes escolhas. Vejamos: “Com a força tomada de empréstimo a essa ajuda inconsciente, os pensamentos, resíduos do trabalho do dia, tornam-se então ativos novamente e surgem a consciência sob a forma de sonho”. Subjetivo tal pensamento freudiano para tentar esclarecer que tanto a inconsciência quanto a consciência devem se equilibrar na balança dos pensamentos que, ainda, desvairados, não tem porto seguro onde a razão se debate sem a boia da segurança mental na tempestade das nossas intempestivas vontades e decisões não muito salutares.
O nosso “eu” nos pede socorro. Ser e estar, ter e haver, são verbos fundamentais para que o nosso Status quo se manifeste com mais garra, determinação, incentivado por neurônios que antes sem controle energético, nos faziam sempre tomarmos choques como um desfibrilador tentando nos chamar para a realidade da vida vivida no mundo da Alice no país das maravilhas. Tudo é sonho… Tudo é pesadelo… Tudo é ranger de dentes… Tudo é carência afetiva e efetiva quando se trata do “Ser ou não Ser”… eis a questão?
De fato é que quanto mais temos um conhecimento ainda que limitado das nossas conquistas pessoais, profissionais, familiares, nossos egos doentios ainda se debatem no nosso mundo cósmico íntimo deliberando fagulhas de correção no emaranhado consenso de acreditarmos ser sábios… mas, sábios da ignorância… da maledicência… da avareza… da inveja… e hajam predicados e predicados aqui desfraldados quando o contexto humano ainda se debate entre a treva e a luz; entre o bem e o mal.
O tempo não dá satisfação a ninguém quanto ao aproveitamento em suas horas. O tempo passa incólume diante das nossas fraquezas ou virtudes trazendo nas suas alcovas o remorso como despertador pontual e conciso. Diante de tais explanações, temos muito que arrumar a nossa casa mental. Tirar a poeira dos vícios, as traças da vaidade, nossa, humana. O caminho para conquistarmos novos parâmetros de saber já foi traçado por Jesus Cristo. E há mais de dois mil anos que ainda não sabemos ou queremos sair das sombras que nos impede de vislumbrar Seus ensinamentos e Suas verdades na prática altruísta e anônima da Caridade em todo o seu esplendor e glória. Daí o caos vivido.
Deixar que as tradições milenares dos nossos antepassados que ainda embalam sutil e serenamente a nossa ignorância é gritante, ou seja, é uma quebra de braço entre o Determinismo Divino e o nosso livre-arbítrio. Hoje, o pensamento é bem outro de dez, cem, mil anos atrás. Decerto que tem que haver renovação de ideias e ideais, pois é assim que o progresso age nos cômoros ainda obscuros do nosso ser. Mesmo perdendo em todas as tentativas o homem se arvora em descobrir-se da pior maneira possível. Se até os mortos levantam das suas sepulturas vencendo a morte, despertemo-nos, pois da alcova dos pesadelos liberando com mais fulgor a luz que ainda irradia de nós como prova de que Deus é Justo e Misericordioso segundo nossos pensamentos, palavras e ações.
Somos filhos de um Pai Magnânimo. Temos seu DNA fluindo em nossas veias materializando ou transcendendo sua essência diante do nosso bom ou mal viver segundo leis que nos governam, ainda, qual o lançar de dados nos dois mundos que se convergem. Contamos, sim, com todas as oportunidades de crescimento espiritual, mas para deixarmos aquela zona de conforto, aquela nossa ociosidade espiritual, deliberamos brigar até conosco mesmos. E achando supostos vícios e inclinações que nos venham pesar a consciência abitolada em princípios nada pueris, julgamos o próximo também alienado e corrupto qual jogar lama no ventilador de erros, olvidando que, aquele dedo em riste é apontado na sua caracterização legítima como reflexo da nossa própria alma estando ela entregue, provisoriamente à nossa inconsciência, sendo ou não o jugo do nosso pleno juízo… Comigo Leitor Amigo?
03/08/2022 – Tenham uma ótima leitura. Até a próxima quinta-feira. Muita pz
Aécio Emmanuel CésarMédium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.