Servir. Dissemos que seguimos os ensinamentos de Mestre Jesus, não é mesmo? Muito digno da nossa parte pensarmos assim, mas devemos convir que muitos estão adentrando a faixa contrária do verdadeiro amor exemplificado pelo Cristo de Deus. Falarei mais claro. Muito pouco se faz ainda quando a nossa finalidade no bem é servir o próximo incondicionalmente. A comodidade enfermiça está nos deixando mais distante do serviço fraterno.
Não podemos dizer tão somente que fazer o bem é trabalho de Ongs ou de secretarias mais diretamente ligadas a esses assuntos. Jesus não esperou que a Sinagoga ou os Templos da Sua época fizesse o serviço de encaminhar os fiéis à salvação da própria alma sem que com isso pagasse por ela. E hoje em dia ainda fazemos isso. Somos doutores da lei indiferentemente do que ela nos diz para ser feito. E sendo indiferentes à Lei Maior, estaremos, sim, nos afastando do convívio daqueles que sofrem mais do que nós.
Para não me tornar severo no assunto, para alguns leitores, vamos analisar o que o Instrutor Eusébio em uma das suas pregações em que André Luiz se encontrava presente, registrado em seu livro “No Mundo Maior” no seu capítulo 15 “Apelo Cristão”, pelo lápis do médium Chico Xavier: “Antigamente os companheiros do Cristo disputavam a oportunidade de servir, no entanto, na atualidade, procurais as mínimas ocasiões de serdes servidos”. Ele está certíssimo. A carapuça coube muito bem em nossas cabeças, não é mesmo?
Qual seria o Cristo que estamos seguindo? Onde estaria resguardado nossos sentimentos diante do exemplo maior que Jesus nos passou? Podemos considerar como seguidores fieis do Nazareno? De forma alguma. Agora, o que não pode acontecer é deixarmos que fique em vão todo o sacrifício, toda a renúncia, toda a coragem de homens e mulheres que realmente seguiram o Messias sem nenhum laivo de fraqueza, de dúvida, de incredulidade, sentimentos esses que ainda os estamos alimentando ferozmente.
O egoísmo ainda é o senhor das nossas vontades. Desejamos paz, mas ao contrário, destilamos ódio ao semelhante não se importando que ele seja consanguíneo ou não. Jesus fundou uma única religião – a da Caridade – mas não interpretando bem as palavras do Mestre, dividiram-na em vários setores religiosos como se fossem repartições apenas para pregações, onde se vingam, tão somente, a palavra inoculadora do veneno, as articulações impostas para merecer apenas os louros da cobiça e do orgulho estando sempre, seus representantes e seus fiéis, de mãos vazias.
Onde essa pompa horrenda em que sentam muitos representantes religiosos, se Jesus nos mostrou a simplicidade do seu nascimento numa estrebaria, levou uma vida humilde de carpinteiro e no final foi pregado numa cruz tendo direito apenas a pedaços de pano a lhe taparem suas partes íntimas. E nós, queridos leitores, mais uma vez lhes pergunto: Que Cristo é este que procuramos seguir afanosamente?
Aécio Emmanuel CésarMédium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.