Senhoras e Senhores,
A Coroa e Seus Espinhos… Quem na Terra não tem responsabilidades de vulto? Grandes ou pequenas? Já julgou alguém sem analisar os prós e os contra? Analisar os dois lados da moeda? Sentiu que a sua consciência foi contrária aos seus supostos princípios de condenação? Que pensamentos são os seus no sentido de realizar vontades aquém das decisões que toma? Existiria algo ou alguém que interferisse nas suas escolhas em que até então não saberia concatenar se são suas ou de terceiros?
É de praxe encontrarmos nas ruelas do mundo pessoas despreparadas para o mando. Pensam estarem com o rei na barriga e aqui me considero: Que coroa é essa a qual se utilizam no sentido de autoridade austera comandada pelo chicote da insensatez? A escravidão já acabou, mas ela ainda tenta agrilhoar muitos capatazes da atualidade. O machismo impera sem que haja uma punição à sua altura. Esse negócio de muitos homens não aceitarem o término de relacionamentos é uma ignorância ao quadrado. “Se não ficar comigo não ficará com mais ninguém”. Misericórdia. Cadê as autoridades?
Quantos erros por nós cometidos que a simples resolução ao nosso favor se justifique ao preço de propina? A consciência aqui ficaria sem dar o seu grito de alerta? De forma alguma. É o que estava acontecendo com o juiz sendo monitorado por Gúbio que o fez pensar e repensar na sentença dada ao jovem que era inocente.
“Por que razão se detinha – meditava o pai de Margarida – naquele processo liquidado a seu ver, desde muito, ferindo o próprio coração?”. Muita coisa poderemos rever na nossa vida. Muitos enganos podem e devem ser sanados, pois a nossa consciência não descansará enquanto não direcionarmos certas sanções comportamentais a que desgarramos para o autoritarismo.
‘ Esperamos muitas vezes num conflito entre familiares e amigos que eles e não nós, nos venham pedir desculpas. E somos muitas vezes tão salafrários que, diante da humildade de pedir perdão, julgamos ainda mais pelo erro corrigido. Muita coisa deverá ser melhorada na Terra. E para tal objetivo, deveremos reunir forças e sentimentos debaixo do teto dos lares. Sem o aprendizado dos filhos nos exemplos dos pais, difícil a sociedade sobreviver à tanta violência por carência familiar-religiosa.
Ante as divagações do juiz: “Recordou que o sentenciado perdera a assistência dos melhores amigos e a própria esposa suicidara-se em pleno desespero…”. Sabe-se que a justiça dos homens é falha em vários seguimentos. E que os seus representantes à sua guarda não conseguem, dirimir fatores de sobreaviso que se manifesta de caso a caso. Como sempre falo, o homem é influenciável quase na sua totalidade. Por isso, a coroa do poder cintila acima do coração, ao ponto de no momento não sentir-lhe os espinhos da insatisfação e do remorso.
Daí a necessidade primordial de analisar casos e casos em que não é o juiz que impõe a pena e sim as testemunhas que na hora do julgamento se apresentam. O juiz nesse caso só reforça o resultado. Para que então precisar-se-á de juiz? Em muitos casos, seria louvável a interação do crime cometido nos laudos da criminalística. Nada justifica analisar apenas por um ângulo da questão. Mesmo tendo advogados de defesa e de acusação, o benemérito juiz deveria calcar a sua posição e o poder que lhe tem em mãos para solucionar problemas numa simples questão de análises antes de bater o martelo.
Lembremos de Salomão – o juiz sensato que diante de duas mulheres afirmando serem mães de uma criança, o rei decidiu que cortaria a criança ao meio e que uma parte ficaria com um lado e a outra com outro. Diante da decisão tomada, a verdadeira mãe entrou em desespero, pedindo ao rei que ele a deixasse com a outra mulher mesmo sabendo que ela não era a mãe consanguínea. Desta feita, o rei Salomão descobriu quem era realmente a mãe daquela criança.
Diante do impasse do juiz ante a revisão do processo do réu, ele terá que se reajustar ao contexto de um posicionamento formal quanto aquele caso. Analisará, sim, os prós e contra, coisa que deveria ter feito no dia daquela audiência. Um homem sendo sabatinado ali por advogados de defesa e acusação nem sempre tem cartas nas mangas. Destrinchado nas suas supostas fraquezas por um, mas valorizado o contexto de inocência de outro. Onde o juiz sensato?
Não será, pois, com o resultado das testemunhas que se resolve questões de foro moral e psicológico. Elas passam a conhecer os réus naquele momento das audiências. Que peso, então elas teriam? Todo juiz deveria usar da situação do Rei Salomão no sentido de dar o veredicto à altura de uma consciência sóbria, operando no juramento não apenas do réu mas sim de todos que fazem parte daquela assembleia de julgadores.
Quem somos nós, homens comuns no mundo, no sentido de confessarmos nossos desequilíbrios a outros homens de iguais ou piores tendências subversivas acobertados tão somente por trajes religiosos ou toga de juízes que em momento algum dignifica o espírito por trás deles. Muitos homens vão mais pelos instintos acerbados pelas situações que lhes defrontam.
E é tão verdade o parágrafo acima que Gúbio se direge ao juiz liberto do corpo físico nesses termos: “Os fluidos da carne tecem um véu pesado demais para ser facilmente rompido pelos que se não afeiçoam, ainda, diariamente, ao contato da espiritualidade superior”. De fato. Mesmo jurando os réus com a mão na Bíblia Sagrada ou sendo assistida, a assembleia, pela imagem de um crucifixo na parede, quem garante ser o resultado oficial perante a Justiça Divina? Quem seria quem nessa história de humanos julgarem humanos? Como sempre digo a nossa justiça além de cega é surda. E para esclarecer uma curiosidade, por que nossa estátua da justiça é a ÚNICA que está sentada? Preguiçosa e acomodada? Onde a luta? Seria o retrato real do nosso Brasil varonil? E sem o símbolo da balança? A Têmis cansou-se de lavrar leis no Brasil que não são respeitadas a começar dos seus edis? A Coroa e seus Espinhos… Cabe a nós uma reflexão bastante profunda a respeito, não é mesmo Caro Leitor Amigo?
19/01/2023 – Até a próxima quinta-feira pessoal. Favor divulgua-la para nós. Muita paz.
Aécio Emmanuel CésarMédium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.