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Aos seguidores de plantão de Chico Xavier, meu salve.

            Amigos. Sentindo-me tão diminuta criatura diante desse insigne poeta, deixo aos Sonetos do Espírito de Manuel Maria de Barbosa du Bocage, a apreciação, pelo Prof. L. C. Porto Carreiro Neto, contido nessa obra.

“Fora ousadia de qualquer um “apresentar” Bocage. O estro maravilhoso do grande poeta português, que nasceu a 15 de setembro de 1765 e desencarnou a 21 de dezembro de 1805, é desses clarões que fulguram rubros acima de todo o horizonte: para que toda a gente os veja e admire.

Manuel Maria de Barbosa du Bocage era um romântico por natureza; e na poesia, que lhe era a vida mesma, um lírico, índole esta que se lhe adivinhava já aos oito anos de idade! Em Setúbal nascera, numa época de transição literária, na qual a literatura de Portugal emergia do marasmo do pseudoclassicismo, ainda dominante no mesmo século XVIII, para o doce período do Romantismo. Desviando-se dos moldes clássicos, demasiado rígidos, Bocage pendeu para a escola que seria a do inolvidável Antônio Feliciano de Castilho: era a luva que se lhe ajustava, por independer de regras convencionais e por visar o efeito da expressão; (…)

Temperamento irrequieto, defrontou-se, no mundo, com os distúrbios que ele mesmo propiciava. Sedento de paisagens, por mais íntimo contato com a Natureza, viajou, por profissão espontaneamente eleita, até longes terras, e mais além pretendia se não fora motivo de força maior. Tais versos, tão miríficos quão surpreendentes — pois da autoria de alguém a quem se atribuem vilezas —, bem poderiam figurar na presente dúzia, ora brindada através do lápis do excelente Francisco Cândido Xavier; entretanto, forjou-os o Espírito ainda enclausurado.

Bocage, um “ateu”, que consagrou a Deus quatro ou cinco sonetos e ao Cristo três; que à Virgem dedicou um, além de quatro cantos, dois dos quais compostos para solenizar a festividade de 8 de dezembro!

Bocage, como todas as criaturas humanas, viveu na sua época própria; deixou-lhe traço indelével duma pena sui generis; formou estilo, imprimiu personalidade a um tempo em que a literatura atravessava fase indecisa; suas ideias trouxe-as ele consigo, para firmá-las no ambiente que devera, naquela hora, receber mais largos horizontes; moldou o que era informe e pôs-lhe rutilante sinete, que jamais se extinguirá, nem mesmo perderá de brilho.

.João Guilherme Cristiano Muller.” n

            No “Dicionário de Rimas Luso-Brasileiro”, de Eugênio de Castilho, “correto, aumentado e precedido de um prefácio e de um compêndio de versificação pelo Visconde de Castilho”, encontramos a seguinte afirmativa, que bastaria para encerrar esta breve Apreciação:

 “O soneto português, podemos dizer sem exageração, nasceu com Bocage, e com Bocage morreu.”

            Essa obra-prima lançada em 1947 através da mediunidade do saudoso médium Francisco Cândido Xavier, é composta por 12 sonetos de esplêndida profundidade poética que raros são aqueles que tem no coração, a sensibilidade aflorada quanto à Criação Augusta de Deus. Creio ser, para os apaixonados da poesia, um encontro iluminado ao folhear as páginas desse livro, desenvolvido pelo seu mentor espiritual Emmanuel. E aqui uma palhinha desse grande poeta, hoje residindo a pátria espiritual:

(Psicografado em 25/11/1946)

 Vive o homem no mundo sorte dura,
Por estranho caminho arremessado;
Fero titã cativo a negro fado,
Do berço morno à fria sepultura.  

Triste filho dos céus, de alma perjura,
Desprezível Adão acorrentado
Ao desterro de sombras do passado,
Respira o lodo e chora a desventura!  

Ao vão orgulho — a esse deus imigo,
Altares vãos erige, por vaidade,
Que, na treva, o mantém revel mendigo!  

Por mais altos pregões a fé lhe brade,
Traz, desditoso, o cárcere consigo,
Atado à Morte em plena Eternidade.

11/05/2024 – Até amanhã pessoal. Divulguem para nós. Obrigado.

Aécio César Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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