Por que será que ainda temos a ilusão de conquistar círculos espirituais mais elevados se não temos cacife até mesmo de nos sustentarmos moralmente em um mundo onde constantemente se nos testa as fraquezas ainda reinantes?
Qual o motivo desse afã religioso sem mesclas onde se frequentarmos nossas religiões cotidianamente já teremos empossado em nossos passos a tão desejada e ilusória posse ao paraíso monótono e sem sentido?
Já pensou em ficar a eternidade toda sem fazer nada, embora trabalho de auxílio fraterno exista em todos os mananciais onde o homem é ainda mero protótipo de singular sombra do homem integral?
Emmanuel ainda no prefácio do livro: “No Mundo Maior” relatado pelo espírito de André Luiz na mediunidade do saudoso Chico Xavier, nos faz refletir mais a fundo sobre o tema. Vejamos: “Iludidos na teoria do menor esforço, inexistente nos círculos elevados, muitos contam com preeminência pessoal, sem nenhum testemunho de serviço e distantes do serviço digno…”.
Como sempre direto em seus pensamentos o ilustre mentor acima nos faz refletir acerca do mal que não praticamos como também do bem não realizado.
É simples questão de raciocínio, não é mesmo? Se o próprio Jesus disse que o Pai trabalha dia e noite e Ele segue seu exemplo, por que nós, ínfimas criaturas que ainda não comportamos virtudes em nosso bojo de sentimentos quereríamos sustentar asas angélicas se ainda não conquistamos o merecimento a elas devido?
Sonhar às vezes é bom como também perigoso vício se não atentamos qual ainda é o nosso lugar de direito num mundo repleto de transformações morais e espirituais. O que nos faz pensar em ter merecimento exclusivo da Espiritualidade Superior no sentido de suster beatitude estando-nos de braços cruzados ante o serviço de acolhimento fraterno tão inoperante nesse mundo de dores e sofrimentos?
É de se notar como também de espantar o quanto invejamos e perseguimos aqueles que tem mais dinamismo e força de vontade de superar as amarras do marasmo, da comodidade enquanto o mundo vem abaixo sem bases sólidas na fraternidade e paz de espírito.
Seria mais fácil aniquilar os homens de bem do que seguir seus belos exemplos? Aqui qual seria o nosso testemunho cristão diante de tanto sangue em nossas mãos? Seria justo pertencermos a legiões iluminadas se ainda a sombra do mal persiste em nos acompanhar não porque ele anseia nossa presença, mas porque o atraímos através dos nossos pensamentos, palavras e atos? Com certeza não conseguiríamos manter conscientes diante de tanta luz a nos envolver. Por isso, vamos aceitar nossa insignificância, procurando reaver padrões melhores de religiosidade cristã em nossas vidas. Concorda comigo, Leitor Amigo?
[aecio]