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Senhoras e Senhores,

            Caronte… Barqueiro dos mortos. Por que esse capítulo leva esse nome? “Deixem que os mortos enterrem seus mortos”. Lembra-se dessa passagem evangélica pronunciada por Jesus? Vejamos o seguinte: No capítulo XIII do livro “Libertação” escrito por André Luiz através da mediunidade de Chico Xavier, continuamos com a história de Margarida vítima do terrível Gregório. Saldanha, agora, reconhecido pelo que fez Gúbio ao filho antes dementado, procurou auxiliá-lo no que podia.

            A turma de Gúbio junto com Saldanha foram até a residência do juiz que incriminara o filho do verdugo de Margarida injustamente. Lá chegando, o grupo observou que o juiz embora um sono aparentemente tranquilo, muitos espíritos com ele se encontravam; uns pedindo auxílio, outro imploravam por justiça. A quem recorrer com desvelo?

            Devemos considerar que a vida de um juiz não é lá coisa fácil. Decidir a punição ou a liberdade de alguém deve pesar-lhe muito à consciência, não é mesmo? Sendo a justiça como as leis humanas bem falhas, muitas vezes acontece que se pune muitas vezes o inocente e liberta os verdugos por simples falta de direcionamento não apenas à justiça dos homens, mas a Justiça Divina que impera acima da nossa.

            Mais das vezes, determinamos ser juízes não para nós ou de nós, mas dos outros, dos nossos semelhantes, do próximo que também tem uma carga de vícios a serem agilizadas com o esforço e determinação, conhecimento da verdade e correção imediata das falhas que ainda intentamos em não largar.

            Como diz o juiz em sua mente inquieta: “Onde estariam centralizados os supremos interesses da vida?”. Saberia equacionar essa pergunta ao seu modus vivendus? Onde estariam eles, senão no cultivo incondicional do bem com a enxada iluminada da Caridade entre os vários terrenos inóspitos do coração humano? Ainda não temos o aprumo do servidor à Causa da Verdade. De tão simples resolução, a complicamos por falta de uma lucidez maior quanto aos verdadeiros sentimentos de Cristandade. A Religião em si ajuda? Sim, mas não resolve a questão da ignorância que ainda grassa no mundo. Pratiquemos, pois, a Caridade e, com certeza, sentiremos no ar uma atmosfera bem mais irmanada, reluzindo de nós para com os outros a paz de espírito a que tanto desejamos. Vale a dica.

            Outra citação do juiz: “Onde a ambicionada paz espiritual que não conquistara em mais de meio século de experiência ativa na Terra?”. Aqui está o dilema de todos nós: o tempo perdido. No corre-corre pela sobrevivência do corpo físico, não damos azo às questões indispensáveis no quesito espiritualidade. Somos impulsionados pelos miasmas alucinógenos do meio em que convivemos nossas virtudes e vícios condicionados tão somente à insanidade de uma fé bem distante daquela que temos por obrigação abrigá-la em nosso aconchego íntimo. Suposto bem-estar não nos deixa esconder a nossa insatisfação… o nosso tédio… a nossa insegurança nos dias que correm. Estarei colocando em prática aquilo que prego? Serei um servidor fiel à Causa que o Cristo morreu no sentido de abrir novos horizontes à nossa passividade em cumprir os Mandamentos do Senhor como álibi para o nosso ingresso à Espiritualidade com mais tranquilidade de alma e espírito? Vale a reflexão.

            Assim meditava o juiz: “Crescera, estudara, casara-se. Todas as lutas, no fundo, não lhe haviam modificado a personalidade.”. Assim caminha a Humanidade. Apreensiva? Inconsequente? Desvairada em conceitos de humanidade falhos? Satisfeita nos meandros da própria existência? A vida em si resume à citação acima? De fato não. Em tudo isso falta-lhe a Cristandade para alicerçar todas as nossas boas intenções no sentido de assegurar paz de espírito fornecendo também essa mesma paz àqueles que ainda não compreendem o que seja o próprio Deus, a que muito não se conhece nas Suas manifestações de carinho paternal. Consciência pesada?

            Outra citação: “Respondera a milhares de consultas em caso de harmonia social, mas, na vida íntima singular deserto que povoava a alma toda. Sentia sede de fraternidade com os homens”. Disse a verdade. “Sentia sede de Fraternidade com os homens”. Esse é o Caminho, a Verdade e a Vida de todo ser humano que se condigna com os exemplos inquestionáveis de Jesus, o Cristo de Deus e nosso Irmão Maior. Sem anuir a essa receita divina, difícil, dificilmente, o homem sobre a Terra não conseguirá despir-se das vestes das desilusões e vestir a túnica nupcial a que o Nosso Senhor nos aguarda para traçar novas diretrizes da paz e união ao mundo.

            E para complemento aos nossos questionamentos: “No entanto, os dogmas das religiões sectárias e as discórdias entre elas, afastavam-lhe o espírito de qualquer acordo com a fé atuante no mundo”. Queria que você refletisse nessa citação, antes que me julgasse como revolucionário. Não serei jamais. Apenas mostro que muitos religiosos tentam tapar o sol da iniquidade com a peneira da discórdia, das dissenções, das variadas variantes do “ter” e não do “ser”. Nem sempre conhecimento que dizer ser um sábio no mundo se não coloca o saber juntamente com o fazer. O mundo como vemos – entra ano e sai ano – é a mesma coisa. A humanidade parece estar hipnotizada pelo comunismo que além de barrar-lhe a visão para novos horizontes de esperança, a impede de ser ela mesma, ou seja, de não se tornar “Maria vai com as outras”.

            Vamos dar, sim, nosso testemunho, mesmo reconhecendo que estamos muito longe, mas que um dia nos tornaremos como os Luminares Celestes – Cristo, Madre Tereza, Ghandi, Santo Agostinho, Eurípedes Barsanulfo, Chico Xavier – que já nos visitaram no mundo. Decerto longe estamos de alcançar esses degraus, mas eles, sendo misericordiosos para conosco, vieram até nós trazendo o Código Sagrado do Bem e do Amor a ser por nós praticado, como passaporte exclusivo para a nossa entrada nos Reinos Divinos com transparência no coração e melhor manuseio com a razão.

            E para refletirmos: “Dar um osso a um cão não é caridade. A caridade é partilhar o osso com o cão quando estás tão faminto como ele.” (Jack London – 1876-1916). Não valeria a prática dessa Caridade em nossas vidas, Caro Leitor Amigo? Muita paz.

12/01/2023 – Até a próxima quinta-feira pessoal. Divulguem-na para nós. Muita paz.

Aécio César Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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