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Recentemente, um confrade nos perguntou porque o dízimo não é aceito nos Centros Espíritas, que também precisam pagar suas contas, uma vez que o mesmo aparece no próprio Antigo Testamento?

De fato, no Velho Testamento encontramos que o dízimo era uma renda recebida pelo verdadeiro dono do solo; portanto, devida a Iahweh, que é considerado o verdadeiro dono da terra de Israel.

Encontramos no Deuteronômio que o dízimo era relativo ao que é produzido nos campos, sendo levado ao Templo, e que a cada três anos deveria ser deixado para os pobres.

Em Números, ele aparece como um imposto devido aos levitas, sendo que estes retiravam uma décima parte para os sacerdotes, como antecipação ao Deus dos Judeus. Segundo Levítico, deve incluir o rebanho.

Portanto, não se pode negar que o dízimo lá se encontra. Tratava-se de uma exigência da lei, segundo a qual o povo israelita era obrigado a dar um décimo do fruto de tudo que fosse gerado pelo seu trabalho para Iahweh, Deus dos judeus.

Se analisarmos o seu destino, tratava-se de uma forma de taxação, cujo objetivo era prover as necessidades dos Levitas e sacerdotes.

Já, no Novo Testamento (Evangelhos, Atos dos Apóstolos, Cartas e o Apocalipse de João), não está registrada a obrigatoriedade do cumprimento desta lei.

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Jesus não recomenda e nem obriga aos seus discípulos fazê-lo. Em duas de suas cartas, Paulo solicita que, para aqueles que possam ajudar a Igreja, que o façam; mas, não estipula obrigatoriedade e nem valores. (I Cor, 16:1-2 e Hebreus, 7:18)

Na Doutrina Espírita, igualmente, nada encontramos que obrigue o pagamento da décima parte dos proventos realizados pelo fiel.

Allan Kardec registra, logo no 1º capítulo do Evangelho segundo o Espiritismo:

Na lei moisaica, há duas partes distintas: a lei de Deus, promulgada no monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés”

para mais à frente explicar que:

Jesus não veio destruir (…) a lei de Deus; veio cumpri-la (…). Mas, quanto às leis de Moisés (…), ele, ao contrário, as modificou profundamente, (…) reduzindo-as a (…): ‘Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo’, e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas”.

Nos Evangelhos encontramos que Jesus recomenda aos seus discípulos:

(…) anunciai que o Reino dos céus está próximo; curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!” (Mt, 10:5-8)

Por esse motivo, na era apostólica, nada se cobrava ou se exigia dos discípulos e atendidos. Nem na Casa do Caminho, nem nas primeiras igrejas: Jerusalém, Antióquia, Corinto, etc.

Se, a bem da verdade, era costume todos dividirem seus bens com os demais, nada era obrigado. Tudo devia ser feito espontaneamente.

É, por isso, que em Centro Espírita, que siga Jesus Cristo e a Codificação Kardequiana, não se encontrará nenhum tipo de coleta, a título de pagamento pelos atendimentos; bem como, nenhum voluntário, mesmo dirigente da Instituição, é remunerado. Nem obrigatoriedade e nem quantia, por parte dos atendidos; nem salário, para os voluntários da Casa Espírita.

Aceitam-se doações, desde que espontâneas. Como entidade jurídica, precisarão ter associados, que até contribuam como tais; contudo, a afiliação não é obrigatória para se poder usufruir da caridade exercida dentro da Instituição.

Fábio Dionisi

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