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Senhoras e Senhores,

                Olho por olho… Lei de Causa e Efeito… Lei de Ação e Reação… Muita coisa existe nessas leis e que poucas pessoas as analisam no critério do merecimento de cada um de nós. Merecimento… Teria você algum quando reconhece que ainda tem pendências para com a Justiça Divina? Como seria esse reajuste? Através de revolta ou de aceitação? Como reconhecer réu se não sabemos a causa dos nossos erros? O véu do esquecimento se nos apaga temporariamente as pendengas com o Criador, mas como reformar-nos se não sabemos do por que estamos em um mundo de sofrimentos onde eu como você são as causas do descontrole, do desequilíbrio, da loucura? Será que o meio em que vivemos ante as circunstâncias da vida é mero ensaio do por que passamos por certos desconfortos? Muitas perguntas não é mesmo? Mas vamos tentar responde-las a contento.

                No capítulo VIII do livro “Libertação”, narrado por André Luiz através da mediunidade de Chico Xavier, vamos encontrar a equipe de Gúbio em audiência com Gregório. Foi explicado a preocupação da mãe deste, mas não surtiu o efeito desejado. Agora Gúbio dá a sua cartada final: Margarida. Ela está sentenciada a morte por ordens dele. Está agindo segundo as leis que credita, acredita e obedece fielmente. E em uma das suas citações diz a Gúbio contrafeito: “Quem lavra sentenças, despreza a renúncia”. É o julgamento curto e grosso. Somos quais juízes das sombras onde sempre queremos ter razão, mas essa, está longe de um próspero entendimento. Renúncia, então, nem pensar. Muitos de nós apontamos os dedos nas feridas do próximo, olvidando que essas mesmas feridas se nos causam um verdadeiro martirológico de lágrimas e de dores internas que somente nós sabemos.

                Seguindo à conversa outra citação do hierofante das sombras: “Entre os que defendem a ordem, o perdão é desconhecido”. Muitos de nós assumimos essa posição, não de homens de bem, mas de julgadores que em nada o direcionam à razão mais translúcida. Ordem… que nada. Perdão… Imagina, jamais, pensamos às vezes. O pior disso tudo é que temos conhecimento hoje dos prós e contra de praticar ou não a Caridade uns com os outros. Mesmo assim pensando, nos fere o orgulho que com o seu cabresto nos direciona os pensamentos à servidão espiritual, onde as algemas – por ora invisíveis – se nos aprisionam no catre da obediência imposta.

                E para formalizar esse meu raciocínio da semana, vamos ver outra citação: “Determinavam os legisladores da Bíblia que os arestos se baseassem no princípio da troca: “olho por olho, dente por dente”. Gregório estava cumprindo a lei dos legisladores sobre Margarida diante das falhas que ela ainda tinha para com a justiça que era cumprida a ferro e fogo.

                Interessante o termo que ele usou para com essa lei – princípio da troca. O que seria para você? Saberia distinguir entre merecimento e cumplicidade numa terra onde a Lei da impunidade joga com as nossas santas esperanças? Quem está errado aqui: quem faz cumprir sentenças ou os condenados reconhecendo que realmente erraram? Como restaurar o equilíbrio emocional se a nossa moral está em frangalhos? É justo, pois, pagarmos à altura? Quem semeia ventos, colhe tempestades, não é mesmo?

                O mal, em si, tem muitas variantes, onde a nossa consciência determinará nossa tábua de salvação através de um ato de Caridade. Pagar o mal com o bem. Outra lei sábia, mas incompreendida por todos nós. Na grande maioria das vezes não conseguimos dar a outra face diante de palavras ofensivas dos nossos inimigos. E a Lei dos magistrados vem a galope.

                Gúbio nessa conversa com Gregório desejava ver a possibilidade deste reencarnar sendo filho de Margarida. Não seria a vontade dele diante desse intento. Creio que tanto um como a outra subjugaram o mal nas suas entrelinhas. E o mais acertado diante das Leis Divinas seria um encontro não só corpo a corpo, mas de alma com alma para que essas diferenças se dissipassem entre os dois. Todos nós estamos assumindo compromissos inadiáveis para com a Justiça do Eterno. Na hora certa iremos pagá-los indiferentes ou conscientes à ela.

                Margarida estava assessorada por sessenta entidades à mando de Gregório sob a supervisão de duro perseguidor. Seria o preço do mal praticado por ela? Seria torturada como ela o torturou? Tal é a Lei imposta. Olho por olho, dente por dente. Ação e Reação. Causa e efeito. São leis independentes do significado que damos a elas. O acaso não existe. Sempre digo isso nas minhas matérias. Tudo está em equilíbrio até mesmo em pleno caos. Em tudo existe uma explicação, às vezes envolvida em pontos de vista, em teses, dissertações que sempre levam à polêmicas descabidas. Criar polêmicas é para quem tem dúvidas, receios, melindres, medo de algo ou alguma coisa que venha ferir seus supostos conhecimentos. Quem estaria, pois, certo nessa história? Eu, você ou aqueles que indiretamente fazem parte da nossa história?

                Gúbio diante de Gregório pede para fazer parte da falange que estava levando à morte Margarida. Ele por sua vez, fez igual Pilatos. Lavou as mãos. Independentemente do que iria acontecer infiltrando, nela, a equipe de Gúbio, estava ele extremamente indiferente à libertação da sua rival. Mas não a livraria tão fácil em momento algum do seu decreto de morte. Mas…

                Quantos de nós julgamos senhores das ações principalmente quando falhas sensoriais do próximo, aplicam em nós o antídoto do desespero e da loucura? Quem somos realmente? Estaremos agindo certo? Não digo diante dos nossos posicionamentos acerca da vida que levamos, mas aquela outra, a Vida Eterna que não nos apagará as amarras com que ainda estamos aprisionados tanto com o passado quanto para com aqueles ligados direta e indiretamente, que, querendo ou não, fazem parte do nosso séquito de amarguras ou alegrias.

                Ah!!! Quantas dúvidas, não? Quantos descalabros de sentimentos contrários ao que realmente nos interessa! Quantos pensamentos tresloucados que não sabemos ao certo serem nossos ou não, se certos, errados ou duvidosos! O que faz a mente em estado de colapso quando empreendemos fuga de nós mesmos caindo nas garras de leis antagônicas, mas presentes em nossas existências?

                Por que a rebeldia? Por que ignoráramos os Mandamentos do Senhor como sendo nossa carta de alforria para a liberdade espiritual? Que sentido ainda temos no culto de adoração já sabendo que Deus é um Pai Misericordioso e Justo que envia Seus mensageiros no alívio e na paz quando que merecedores das Suas graças?

                Por que desgraçamos nosso destino com sentenças incriminatórias olvidando realmente quem é o réu nesse julgamento? Olho por olho… ou seja, livra-se do mal conhecendo suas fraquezas… Dente por dente… ou seja, mal com o mal se paga com o próprio mal destilado em circunstâncias em que o nosso entendimento ainda não está bastante maduro para entender certas cogitações bíblicas. Valeria aqui o esforço? Esse desiderato?

                Estamos presos a tradições que impede-nos retirar o véu da idolatria. Estamos subjugados às Leis Divinas que sabemos bem pouco como elas realmente funcionam. Diante delas e com elas, estamos no jardim de infância. Temos, assim, um caminho muito diversificado entre sombras e luz, entre o bem e o mal, entre ser o carrasco ou nos tornarmos as vítimas ou vice-versa. Na verdade, temos tudo a nosso favor independente do que cremos ou não. A fé consubstancia nossa cristandade sempre. E a Caridade será nossa cruz da salvação no Gólgota da renunciação. Salve réprobos da Criação que através de sofrimentos acerbos virá a liberdade! Salve os cristãos da Boa Nova que são raros, mas que estão na lida, a maioria anônimos. Eu os saúdo. Comigo nessa comiseração, Leitor Amigo?

14/09/2022 – Até a próxima quarta-feira pessoal. Muita paz.

Aécio César Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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