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Este tipo de anúncio: “aluga-se” ou “alugam-se” casas, apartamentos etc. é corrente em todo Brasil, registrado em faixas defronte de casas, prédios, imobiliárias etc.

A primeira expressão do título acima “aluga-se casas”, com o verbo apassivado no singular e com o respectivo sujeito “casas” no plural, de acordo com nossa estruturação gramatical, está incorreta. Seria como se disséssemos na voz passiva analítica: “casas é alugada”. Fica totalmente incoerente e não faz, o verbo “é”, concordância com o sujeito “casas”.

 

A segunda enunciação “alugam-se casas” está correta, pois o verbo “alugam-se”, na 3ª pessoa do plural, coaduna-se com o sujeito “casas” que, também, está pluralizado.

Passando esta expressão para a voz passiva analítica, fica: “casas são alugadas”.

Então, estes tipos de anúncios, expressos na voz passiva sintética: “aluga-se” ou “alugam-se”, o verbo deve estar em concordância sempre com aquilo que é proposto a alugar, a vender etc.

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As palavras “casas”, no plural, nos dois exemplos acima, constituem os sujeitos em sentido apassivado das duas expressões; ou seja, em vez deles (os sujeitos “casas”) praticarem a ação expressa pelo verbo, a sofrem: “alugam-se casas” em vez de “casas são alugadas”.

Vejamos, seguindo a mesma regra, mais exemplos: – “afiam-se tesouras” (em vez de “tesouras são afiadas”); – “vendem-se terrenos” (em vez de “terrenos são vendidos”); – “alugam-se automóveis” (em vez de “automóveis são alugados”); – “contratam-se operários” (em vez de “operários são contratados”) etc.

PENSAMENTO

“Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado”- Rui Barbosa (1849 – 1923).

Antonio Nazareno Favarin Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.

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2 Comentários

  • Excelente questionamento!
    A forma correta é alugam-se casas. Por quê?
    Porque ao passar para a voz passiva – casas são alugadas. O “se” é agente apassivador, portanto, irá para o plural.
    nota: quando eu cursava a faculdade de Humanidades, certa vez, indaguei o professor sobre o alusivo assunto: se modificarmos o sentido de “se” agente apassivador para “símbolo de indeterminação do sujeito”, ficaria correta a forma “aluga-se casas. Ele concordou e sugeriu-me defender tese sobre o assunto mas deixou-me claro que a Academia Portuguesa de letras rejeitaria tal tese. Na verdade, se houvesse tal possibilidade de interpretação dupla do “se”, não haveria erro na construção da frase como citei no referido exemplo. Mas, sigo a Gramática da Língua Portuguesa e sempre escreverei “alugam-se casas”.
    Meus sinceros parabéns, pela iniciativa em esclarecer aos espíritas, afinal, instrução é parte integrante da boa educação. Gostei muito e sugiro humildemente que continue assim, trazendo outras reflexões!
    Gilberto Pinheiro

  • Caro Gilberto Pinheiro.
    Muito obrigado pelos cumprimentos e comentários a respeito do tema acima proposto.
    Vale a pena cultuarmos este nosso maior patrimônio – nossa Língua Portuguesa, tão rica na expressão e, infelizmente, transgredida nas suas regras gramaticais.
    … “instrução é parte integrante da boa educação”, nô-lo disse. Sim, e enfatizamos o que nos foi preconizado pelo nosso Codificador: “Espíritas! amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo” – ESE, VI, 5.
    Um fraternal abraço e que Deus continue iluminando-o.
    Antonio Nazareno Favarin.

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