Comentário: – essas duas locuções existem em nossa Língua Portuguesa, e geram muitas dúvidas, na fala e na escrita, quanto ao seu emprego correto. Sendo sua grafia e prosódia semelhantes, vejamo-las, abaixo, em quais situações poderemos utilizá-las:
O termo “invés” é uma derivação da palavra latina “inversum”, que significa: “inverso/contrário”; daí podermos utilizar a expressão ao invés de somente a situações contrárias/opostas.
Exemplo: – aqueles cidadãos, ao invés de praticarem o bem, desvirtuaram-se a um mau caminho que, pela lógica Divina, comprometeram, seriamente, sua atual encarnação.
A locução prepositiva “em vez de” significa em lugar de e pode ser utilizada, também, para situações contrárias/opostas. Portanto, sendo seu uso mais abrangente, podemos, na dúvida, utilizá-la nos dois casos: em lugar de e ao contrário de.
Exemplos: – em vez de ler, assisti, no youtube, à palestra X.
– o orador, ao invés de ou em vez de falar baixo, elevou sua voz para que todos o ouvissem (aqui, nos dois sentidos: “ao contrário de” e “em lugar de”).
“De encontro a” ou “Ao encontro de”?
Comentário: – essas duas locuções estão corretas; porém, embora semelhantes, seus significados são totalmente opostos e dão margem a equívocos seriíssimos, distorcendo o sentido da comunicação formal e coloquial. Para dirimirmos tais dúvidas, que rondam em torno de seu uso, atenhamo-nos ao seu significado:
De encontro a: indica sempre discordância – algo contrário/oposto a.
Exemplo: – as decisões/determinações equivocadas de muitas pessoas vêm de encontro à coerência do Evangelho estatuído por Jesus – nosso Modelo e Guia (são opostas às reivindicações estabelecidas pelo nosso Mestre).
Ao encontro de: determina uma situação de concordância – favorável/de acordo com.
Exemplo: – todo nosso desempenho na Casa vem ao encontro dos assistidos que buscam socorro espiritual, moral e físico (indica concordância em favor das pessoas que vêm em busca de auxílio).
Nota: pelo exposto, entendemos facilmente a diferença dessas duas locuções prepositivas. São dois exemplos que desafiam nosso conhecimento linguístico; pois, diariamente, esbarramos com textos enigmáticos que, de antemão, parecem-nos corretos.
Por isso, é bom verificarmos o sentido exato das palavras, locuções ou expressões verbais de nosso léxico, que é riquíssimo em suas estruturas morfológicas.
Vale, aqui, o alerta a todo comunicador: “QUEM NÃO COMUNICA NÃO LIDERA” – Reinaldo Passadori – professor, conferencista e especialista em DHCV (Desenvolvimento Humano e Comunicação Verbal); e eu diria: “Quem não comunica com segurança não lidera”.
Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.
Muito bem explicado e exemplificado!!!
São exemplos de situações que sempre ocorrem no cotidiano e que realmente resultam em dúvidas!
Parabéns!!!
Parabéns, Sr. Antônio! Nossa língua portuguesa é riquíssima e precisa ser estudada com muito afinco!
Ressalto ainda que os exemplos utilizados pelo senhor vão ao encontro da vivência espírita! 🙂
Muito agradecidos, caros Renato e Marina, pelos estímulos.
Espero estar sempre ajudando-os, na medida do possível.
Um abraço e fiquem com Deus.
Antonio.