Comentário: É num contexto que saberemos qual das duas formas verbais é a correta. Precisaremos distinguir a quem o sujeito da frase, mesmo posposto ao verbo, refere-se e se o verbo está no singular ou no plural; pois, é regra básica sabermos que o verbo concorda sempre com quem pratica a ação, ou seja, com o sujeito em pessoa e número.
Observamos, frequentemente, entre os comunicadores da Língua, equívocos de concordância verbal com o sujeito, mormente quando este (o sujeito) estiver no plural e posposto ao verbo no singular. Para dirimirmos tal dúvida, basta ajustarmos a oração em ordem direta, e, assim, a concordância será facilitada.
Caso o sujeito, posposto ou não ao verbo, estiver no singular, logicamente, ambos os termos (sujeito e verbo) permanecerão no singular e essa concessão é recíproca: o verbo será conjugado no plural, se o sujeito estiver, também, pluralizado. Vejamos isso com demonstrações:
– esses momentos de reflexão sobre a Doutrina causaram-me um bem-estar muito grande e, ao mesmo tempo, emoção (e não esses momentos de reflexão sobre a Doutrina “causou-me” um bem-estar muito grande e, ao mesmo tempo, emoção). O sujeito, aqui, é: esses momentos e o verbo causaram-me concorda também no plural;
– participaram do “Parnaso de Além-Túmulo” -, primeira obra mediúnica de Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) -, 56 poetas e são registradas 256 poesias (e não “participou” do “Parnaso de Além-Túmulo” -, primeira obra de Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) -, 56 poetas e são registradas 256 poesias). O verbo é participaram, pois o sujeito, aqui, são os 56 poetas (no plural);
[mc4wp_form id="3050"]Nota: devido à grande importância desse assunto relacionado à concordância verbal, detenhamo-nos, nessa publicação, sobre esse único tema a fim de que obtenhamos melhor fixação: o verbo deve concordar sempre com o sujeito: sujeito no plural – verbo também no plural, mesmo que este (o verbo) esteja, na frase, anteposto ao sujeito.
Enfatizando: é preciso cuidado com a concordância do verbo quando este vier antes do sujeito; pois até bons autores de nossa Língua deixam-se conduzir por esses equívocos, sem nexo e discernimento lógico pelo nosso léxico.
Em quarenta anos de trabalhos em revisão de textos, observamos que esses tipos de deslizes são os “calcanhares de Aquiles” entre os autores de textos. Diríamos que é pelo uso correto e adequado dos verbos, concordando-os adequadamente com o sujeito, que se delimita entre as pessoas seu conhecimento e domínio pela Língua falada ou escrita e, com equívocos nesse sentido, pode-se colocar até em xeque a credibilidade dos argumentos em pauta.
Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.