“DISPOR” ou “DISPUSER”?
Explicação: dispor/dispuser são duas formas verbais derivadas do verbo irregular “pôr” e são conjugadas de acordo com este verbo, que é acentuado para ser diferenciado da preposição “por”; porém, nenhum destes seus derivados é acentuado, graficamente, no infinitivo: “dispor”, “depor”, “propor”, “sobrepor”, “repor” etc.
Para dirimirmos equívocos no uso destas duas formas verbais: “dispor” e “dispuser”, vejamos o uso correto de cada uma delas:
Dispor – este verbo é utilizado somente na 1ª e 3ª pessoas do singular, no infinitivo pessoal. Eis sua conjugação completa, nesse tempo:
dispor eu; dispores tu; dispor ele/a; dispormos nós; dispordes vós e disporem eles/as.
Exemplo: por dispor eu (e não “dispuser eu”) de mais tempo que ela, fui ao mercado sozinho.
Dispuser – este verbo é, também, utilizado somente na 1ª e 3ª pessoas do singular, no futuro do subjuntivo. Eis sua conjugação, nesse tempo:
Quando eu dispuser; quando tu dispuseres; quando ele/a dispuser; quando nós dispusermos; quando vós dispuserdes e quando eles/as dispuserem.
Exemplos: – quando eu dispuser (e não quando “eu dispor”) de mais tempo, poderei realizar melhor seu trabalho.
– quando ele dispuser (e não quando “ele dispor”) seu carro à venda, eu irei propor-lhe minha oferta.
Nota: o verbo “dispor” pode, em alguns casos, ser um substantivo com o sentido de “escolha”, “arbítrio” etc.
Exemplo: o carro estará ao seu dispor a partir de amanhã.
“DISPOR” ou “DISPUSER”
[mc4wp_form id="3050"]“DEVIDAS PROVIDÊNCIAS” ou “PROVIDÊNCIAS”?
Correto: providências.
Explicação: “pedir as devidas providências” é um vício de linguagem que não se enquadra no padrão culto da Língua Portuguesa. O adjetivo “devidas”, nesta expressão, é desnecessário e redundante, pois em “providências” já está inerente a devida obrigação!
Exemplo: peçamos providências (e não as “devidas providências”) a fim de que ações adequadas sejam tomadas no sentido de melhorarmos nossa situação financeira.
Para refletir: “habituai-vos a não censurar o que não podeis compreender, e acreditai que Deus é justo em todas as coisas. Muitas vezes o que vos parece um mal é um bem; mas vossas faculdades são tão limitadas que o conjunto do grande todo escapa a vossos sentidos obtusos” – Allan Kardec.
Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.