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Senhoras e Senhores,

            Do Outro Lado do Espelho… Como nos comportaria se, ao olhássemos nosso reflexo do outro lado do espelho da vida descobríssemos algo diferente na nossa personalidade presente? Orgulhosos… Submissos… Vaidosos… Humildes… Vingativos… Puritanos… São tantos adjetivos comportamentais do ser humano se fosse coloca-los aqui preencheriam laudas e mais laudas de linhas do computador.

            Gúbio ainda conversava com o juiz desligado do corpo físico através do sono. Tentava lhe mostrar o erro cometido de um inocente. E, quando acordasse, realmente não lembraria da conversa tecida. E diante das incisivas do juiz “…mas ideias novas surgir-te-ão formosas e claras, com respeito ao bem que necessitas praticar. A intuição, contudo, que é o disco milagroso da consciência, funcionará livremente, retransmitindo-te as sugestões dessa hora de luz e paz…”. Aqui poderemos ver o quanto o corpo físico é perfeito, não? E nós não lhe damos o devido respeito.

            Infelizmente ainda não temos “órgãos” suficientes para escutar nossa consciência. Difícil atinar se ela realmente existe para alguns. Ela bem raciocinada e mantida ligada às nossas escolhas do dia a dia nos encaminhará para veredas mais justas, mais seguras ante tantos descalabros que atraímos para nosso caminho.

            Difícil viver sem ouvir os seus conselhos. Daí tantos disparates diários que maculam, e muito, uma raça possuidora de razão e sentimento, mas embrutecida pelo descontrole dos pensamentos que insuflamos em nossos comezinhos diários como um veneno a conta-gotas.

            Através da intuição é que muitas vezes poderemos auscultar melhor seus conselhos, facilitando também a intervenção de algum benfeitor espiritual que através dela, venha nos encorajar, nos encaminhar, nos espiritualizar a alma condoída e com muitas machucaduras de sofrimento no corpo e na alma.

            Uns parágrafos anteriores disse que ainda não temos “órgãos” para ouvir a consciência, porque em primeiro plano, não conseguimos controlar nossos pensamentos que, assim sendo, faz um verdadeiro tsunami de ações as mais diversas que no final aceitamos aquela da pior espécie. Segundo é que não tendo a verdadeira consciência desses pensamentos em burburinho em nossa cabeça, difícil atinar para um caminho seguro a escolher.

            Com toda certeza muitas coisas que fazemos em desagrado ao nosso composto psicofísico no nosso dia a dia é falta de tino, de observância, de análise do que pensamos, falamos e agimos. São faltas gravíssimas que, dependendo dos escândalos que causarmos, numa só existência será difícil aliviar o fardo para a próxima.

            Sei que a dúvida impera os nossos pensamentos porque são tantos qual uma metralhadora lançando dardos venenosos ao léu da nossa psicosfera. E, segundo o que eu digo, vamos ver mais uma citação de Gúbio dirigida ao juiz: “No coração hesitante, o raciocínio vulgar luta contra o sentimento renovador, turvando-lhe a corrente límpida, com o receio da ingratidão ou com ruinosa obediência aos preconceitos estabelecidos”. Nada mais que justo, não é mesmo?

            Esse juiz quanto nós mesmos, guardava um passado delituoso e, com toda certeza, “… nem a dor, nem a morte apagam as aflições da responsabilidade que só o regresso à oportunidade da reconciliação consegue remediar. (…)  Fora do entendimento construtivo, da bondade ativa, do perdão redentor…”. Magnifica essa citação. E mais iluminado ainda quando o Juiz reconhecendo o erro foi ao encontro de Jorge o seu réu confesso em que ambos, enfim, se abraçaram.

            Não é à toa que sofremos nessa vida. Não é por acaso que alegrias e tristezas contrabalanceiam nossos sentimentos na justa medida de despertarmos para a vivência e convivência com aquele que, direta ou indiferentemente a Justiça Divina colocou em nosso caminho. É mais fácil reclamar, revoltar, desacreditar em um Deus que é Todo Bondade. Mas, mesmo com os nossos achincalhes, a hora aprazada se nos colocará frente a frente com amigos e inimigos para que exista certo equilíbrio na responsabilidade da escolha desses momentos.

            O sofrimento quando ele é aceito através da resignação é divino. Muitos até dizem que o espírita gosta do sofrimento. Ledo engano assim que muitos pensam. Não que gostem, mas que já estão cientes dele ante o que fizeram, agora com consciência. Aí vem a consciência novamente. Agora, não é por causa de terem consciência do sofrimento à baila que aceitarão todos os empecilhos como dívidas a serem pagas.

            Mesmo o espírita, tem os seus devaneios, as suas dúvidas, os seus desequilíbrios morais. Nada os impedem de tê-los só porque segue uma Doutrina esclarecedora de consciências. Todos nós, espíritas, evangélicos, católicos, umbandistas, mórmons, ainda somos falíveis diante de muitos erros. Procuramos muitas vezes até colocar nosso lixo mental debaixo do tapete de uma Igreja, de um Templo, de uma Casa Espírita. Mas é em vão. Somos influenciáveis muita das vezes indo a perigosos caminhos insondáveis, porque a nossa visão é obtusa demais pelo que arrecadamos de conhecimento, de experiência, de aprendizado até então. E através da dor é que iremos clarear o nosso campo sentimental auxiliados por essa Doutrina que esclarece e ao mesmo tempo consola e ampara.

            Voltando ao caso do Juiz, o tirano de Margarida em lágrimas emotivas diante do quadro que visualizava, foi ao encontro de Gúbio para agradecer-lhe por tudo, mas o servo da Luz lhe disse confiante: “Saldanha, nenhum júbilo, depois do amor de Deus, é tão grande quanto aquele que recolhemos no amor espontâneo de um amigo”. Comigo e com ele, meu Caro Leitor Amigo?

26/01/2023 – Até a próxima quinta-feira pessoal. Divulguem-na para nós. Muita paz.

Aécio César Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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