“EM ANEXO” ou “ANEXO”?
Explicação: de acordo com a norma culta, há muita divergência entre os gramáticos quanto ao uso correto dessas duas expressões amiúde presentes, mormente no mundo corporativo.
Analisando cada caso, e sustentados pelos melhores autores, concluímos, pela lógica e a boa linguagem, que a forma mais correta é o uso de anexo, um adjetivo que concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere.
Exemplos: – segue anexo o arquivo ARTE DE ESCREVER BEM, com diversas dúvidas de Português a serem anexas no Portal: vivenciaespirita.org;
– naquele pacote, havia documentos anexos para orçamento;
– obséquio lerem todos, primeiramente, a informação anexa;
– envio-lhes, anexas, todas as informações requeridas.
A expressão adverbial “em anexo” não se justificaria nesses casos citados, pois, para sermos precisos, quando enviamos documentos num envelope ou pacote, estamos anexando-os tão somente nesse único local indicado, e não “em (outro) anexo”.
Portanto, é bom que se evite essa expressão adverbial “em anexo”, e outras formadas pela preposição “em”, tais como: “em absoluto”; “em definitivo”; “em suspenso”; “em aberto” etc., que são galicismos (expressões afrancesadas).
[mc4wp_form id="3050"]Em linguagem culta e genuína, estas locuções devem ser substituídas por um advérbio de modo, terminado em “mente” ou por um adjetivo com força adverbial. Assim, em vez de “em absoluto”, digamos: absolutamente; em vez de “em definitivo”, digamos: definitivamente; em vez de “em suspenso”, digamos: suspenso; em vez de “em aberto”, digamos: abertamente.
Não cabe, igualmente, em bom português, o uso da preposição “em” também nestes galicismos: em vez de “em bronze”, devemos dizer: de bronze; em vez de “em platina”, devemos dizer: de platina; em vez de “em mármore”, devemos dizer: de mármore; em vez de “em tafetá”, devemos dizer: de tafetá; em vez de “em material”, devemos dizer: de material; em vez de “em cetim”, devemos dizer: de cetim; em vez de “em cimento”, devemos dizer: de cimento; em vez de “em ouro”, devemos dizer: de ouro; em vez de “em jacarandá”, devemos dizer: de jacarandá; em vez de “em pau-a-pique”, devemos dizer: de pau-a-pique etc.
Nota: para corrigirmo-nos dessas más expressões que, consciente e inconscientemente, utilizamo-las de forma equivocada, frisamos, necessitamos de boas leituras e devemos vigiar-nos quando falamos ou escrevemos.
Para refletir:
– “Quando alguém lhe magoar ou ofender, não retruque ou não responda da mesma forma. Apenas sinta compaixão daquele que precisa humilhar, ofender e magoar para sentir-se forte” – Chico Xavier.
– “O único mal a temer é aquele que ainda existe dentro de nós” – Chico Xavier.
Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.