Allan Kardec,em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, utiliza essa frase como título do capitulo XV:
Fora da Caridade não há Salvação”
Porém, muitas vezes relutamos em entender o real sentido da palavra “caridade”.
Nós, os espíritas cristãos, estamos tendo a oportunidade de entender essa virtude de modo diferente e ao mesmo tempo de uma forma mais abrangente.
Nós ainda imaginamos que caridade é esmola. Não é verdade, a caridade não é apenas esmola, mas muito mais, muito além do que esmola.
Em “O Livro dos Espíritos”, a principal obra do espiritismo cristão, vamos ver a pergunta e a resposta da questão 886:
Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?”;
e a resposta:
Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão das ofensas”.
Olha a interpretação que a Espiritualidade Superior dá a Allan Kardec a respeito da maneira que Nosso Senhor Jesus Cristo via e entendia essa importante virtude.
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Vamos estudar o que vêm a ser as palavras “benevolência”, “indulgência” e “perdão” segundo nosso dicionário:
Benevolência:
1. Qualidade do que é benévolo; boa vontade para com alguém.
2. Complacência, indulgência”.
Portanto, aquele que está sempre disposto a ajudar o próximo, seja ele quem for.
Indulgência:
1. Facilidade em perdoar os erros cometidos pelos outros; demonstração de perdão a um castigo, a uma pena, a uma ofensa”
Mostrando que essa virtude caminha ao lado do perdão e ao mesmo tempo do esquecimento do que foi feito por outrem.
Perdão:
1. Remissão de uma culpa, dívida ou pena.
2. Indulgência.
3. Desculpa, esquecimento, renúncia”.
Só deixaremos de sentir a necessidade de perdão quando não possuirmos mais o orgulho, pois a partir do momento que não me sentir mais magoado ou ferido, não terei a necessidade de perdoar.
No momento derradeiro de Jesus na cruz, Ele nos diz:
Pai, perdoa-lhes por que não sabem o que estão fazendo”.
Em momento algum Jesus nos perdoou, porque em momento algum se sentiu ofendido.
Quando estudamos com afinco “O Evangelho segundo o Espiritismo”, veremos o roteiro para a transformação moral de todos.
No capítulo IX, “Bem-aventurados os mansos e pacíficos”, no item VII, “A Paciência” (mensagem ditada per um Espírito Amigo, em Havre, em 1862), ele afirma:
Sede paciente, pois a paciência é também caridade, e deveis praticar a lei de caridade, ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste em dar esmolas aos pobres é a mais fácil de todas. Mas há uma bem mais penosa, e consequentemente bem mais meritória, que é a de perdoar os que Deus colocou em nosso caminho para serem os instrumentos de nossos sofrimentos e submeterem à prova a nossa paciência”.
Nesse trecho, o Espírito Amigo vem mostrando, por exemplo, que a paciência também é um tipo de caridade, e que a caridade é como se fosse uma grande escada em que o primeiro degrau é a esmola, e o último é o perdão, sendo que eles se dividem em duas categorias: a caridade material e a caridade moral.
E nós que imaginávamos que éramos caridosos, vamos ao trabalho, com Jesus e por Jesus…
André Luis Chiarini Villar