Correto: haja vista
Comentário: convivemos dia a dia com dúvidas sobre o bom uso dessa expressão linguística. “Haja vista” é a forma sintetizada equivalente a “veja”, e é sinônima de: “tendo em conta”, “tendo em vista”, “a julgar” etc. É sempre invariável em qualquer gênero e número que estejam seus complementos. A palavra “vista” é usada na forma feminina e é sinônima de “olho”.
Exemplos: – haja vista a lógica e a conduta segura da Doutrina que professas;
– haja vista seus esforços para atingir um patamar mais elevado;
– haja vista suas interpretações com traduções tendenciosas.
- “HAJA” ou “AJA”?
Comentário: há muitos brasileiros que têm dúvida sobre o uso desses dois verbos homófonos.
Haja – é a flexão ou conjugação do verbo “haver” na 1ª e 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo ou do imperativo. É sinônimo de “acontecer”, “existir”, “ocorrer” etc.
Exemplo: nosso desejo é que haja (exista) sempre muita harmonia e bem-estar entre as pessoas.
Aja – é a conjugação do verbo “agir” na 1ª e 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo ou do imperativo, significando “atuar”, “proceder”.
Exemplo: convém que ajas (procedas) sempre dentro de uma boa conduta para seres uma pessoa de bem.
Nota: vejamos, numa mesma frase, a diferença entre um e outro verbo: convém que ajamos (atuemos) sempre com bom senso para que não haja (ocorra), posteriormente, nenhum arrependimento.
[mc4wp_form id="3050"]- “GOSTAMOS E COMEMOS MAÇÃS”?
Correto: gostamos de maçãs e comemo-las
Comentário: o verbo “gostar”, no caso, é transitivo indireto e exige uma preposição (gostar de alguma coisa) e “comer” é transitivo direto (comer alguma coisa); portanto, cada verbo deve ter, em frases desse tipo, complemento próprio.
Nota: nossa gramática parece-nos um pouco complicada, não nos parece? É só questão de mantermos, sempre, um olhar crítico sobre o que dizemos, e ampliarmos, na medida do possível, nosso conhecimento dos fatos que norteiam a Língua Portuguesa.
Ninguém pode desistir porque achou isso ou aquilo difícil ou porque se equivocou. Sigamos essa máxima: “É mais fácil chegarmos ao acerto pelo erro que pela confusão” (Francis Bacon – 1561 – 1626).
Nossa Língua é linda, majestosa, eclética! “É a Flor do Lácio Inculta e Bela”, como nô-la definiu Olavo Bilac (1865 – 1918), referindo-se à última Língua derivada do Latim Vulgar, falada no Lácio, uma região italiana.
Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.
Parabéns! Infelizmente, há muitas pessoas que escrevem erradamente em nosso país.