O uso dos “porquês” gera muitas dúvidas. Pretendemos aqui, sucintamente, esclarecer seu emprego correto a qualquer situação.
- POR QUE – separado e sem acento, é utilizado em:
a) perguntas.
Exemplo: por que há muita dor no mundo? A Doutrina Espírita explica a causa;
b) frases nas quais estiverem subentendidas as palavras: “razão” ou “motivo”.
Exemplo: na Doutrina Espírita, aprendemos por que (razão) há tanto desamor entre os homens e, também, por que (motivo) impera tanto egoísmo;
c) textos em que o “por que” pode ser trocado por “o motivo pelo qual”.
Exemplo: a reencarnação, como mecanismo perfeito da Justiça Divina, explica-nos por que (o motivo pelo qual) existe tanta desigualdade de destino das criaturas na Terra.
- PORQUE – assim grafado e sem acento, é uma conjunção explicativa equivalente a: “pois”, “já que” ou “uma vez que” e é utilizado, sobretudo, para responder perguntas.
Exemplos:
– “bem-aventurados os pacíficos porque (pois) eles serão chamados filhos de Deus” – ESE, IX, 2;
– “o trabalho é imposto ao homem? Sim, porque (uma vez que) é uma consequência de sua natureza corporal, uma expiação e, ao mesmo tempo, um meio de aperfeiçoar sua inteligência” – LE, 676.
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- PORQUÊ – junto e com acento, representa um substantivo, significando “motivo” ou “causa”, e pode ser acompanhado de artigo.
Exemplos:
– havia muitos porquês para poucas respostas;
– não conseguimos entender o porquê de sua ausência.
- POR QUÊ – com acento no “quê” e separado, é usado em finais de frases interrogativas, substituindo as expressões: “por qual razão” ou “por qual motivo”.
Exemplos:
– os torcedores nunca aceitam o resultado adverso, por quê? (por qual razão?);
– fiquei lendo bastante ontem à noite, sabe por quê? (por qual motivo?).
Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.