Correto: dos quais.
A expressão “sendo que” constitui um péssimo recurso de expressão, evitável em todos os casos, e há inúmeras formas em que deve ser substituída, tais como: “uma vez que”, “desde que”, “visto que”, “porquanto”, “dos quais”, “posto que”, “mas”, “e” etc.
Exemplos:
– hoje, dia 27/10/17, pela manhã, acordamos agradecidos ao Pai pela chuva benfazeja, em São José dos Campos (SP), visto que (e não “sendo que”) passávamos por uma estiagem prolongada;
– Jesus curou 10 leprosos, dos quais (e não “sendo que”) só 1 retornou para agradecê-Lo;
– três pessoas foram contempladas nesse concurso e (e não “sendo que”) uma delas é minha amiga.
Nota: vimos, então, que esse gerundismo “sendo que” é evitável em todos os casos e o seu não uso contribui para melhorarmos a redação de nossos textos.
- “Sequer” ou “Nem sequer”?
Comentário: segundo a gramática normativa, a expressão “nem sequer” é preferida e mais correta; porém, a forma “sequer”, que significa “ao menos”, “pelo menos”, pode, também, ser usada.
Exemplo: aquele que prejudica seu próximo, imaginamos, nem sequer (ou sequer) pensa nas consequências, ou seja, em seu comprometimento futuro.
Nota: existe, também, a formação “se quer”(*), utilizada em linguagem informal/ cotidiana, e significa: “se desejar”, que não pode ser confundida com “sequer”.
(*) em contextos formais, é mais adequado usar “se quiser”.
Exemplo: se quiser adquirir bom entendimento, com discernimento lógico e bom senso, dos ensinamentos de Jesus, estude-os e pratique-os com afinco: são o seu maior tesouro.
[mc4wp_form id="3050"]- “Ninguém viu nenhum sinal” ou “Ninguém viu qualquer sinal”?
Comentário: os pronomes indefinidos “nenhum” e “qualquer” deixam-nos muitas dúvidas. Para termos clareza de seu uso, é importante empregarmo-los com cautela; pois, a rigor, há diferenças de significado entre ambos.
a) Nenhum – indica negatividade absoluta.
Exemplo: não há nenhuma dúvida de que: “Fora da Caridade não Há Salvação”. Aqui, o entendimento é completo, não nos deixa hesitantes. É a aplicação da linguagem formal, que segue as regras gramaticais e é utilizada pelos técnicos, acadêmicos e juristas.
b) Qualquer – é legítimo o uso em negatividade relativa, na linguagem do dia a dia.
Exemplo: não quero tomar qualquer remédio.
O indefinido “qualquer” apresenta-nos, na frase, um sentido vago; ou seja, abre-nos um leque a várias opções. Para precisarmos o seu sentido, teremos que questionar: o remédio que quero é esse mesmo que o médico receitou? Qual será, então? Todavia, se dissermos: não quero tomar nenhum remédio, a afirmação torna-se clara, não haverá outras interpretações.
Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.