Diante de inúmeras dúvidas que temos quando falamos e, principalmente, quando escrevemos determinadas palavras ou expressões linguísticas, destacamos, neste bloco e nos seguintes, algumas mais utilizadas, iniciando com esta:
1. “Olá, tudo bom” ou “Olá, tudo bem”?
Correto: Olá, tudo bem?
Explicação: a palavra “bom” opõe-se ao termo “mau” (adjetivos) e a palavra “bem” opõe-se a “mal” (advérbios).
Esclarecendo: usando o adjetivo “mau”, que é o oponente de “bom”, poderíamos cumprimentar alguém dizendo: olá, tudo “mau” (contigo)? Evidentemente que não, mesmo que a pessoa, a quem saudamos, esteja deveras mal.
Então, reiterando, a este tipo de cumprimento, muito utilizado no dia a dia pelas pessoas, devemos empregar somente os advérbios “bem” ou “mal”.
Para quem tem o hábito, notoriamente arraigado, de utilizar esta expressão: “tudo bom”, em vez da forma correta e apropriada “TUDO BEM”, será um pouco difícil emendar-se caso não envidar, no momento do cumprimento, um pequeno esforço, até poder, espontânea e seguramente, fixar a expressão correta.
Não conhecemos outra receita “milagrosa”. Você tê-la- ia? Aplique-a, visando sempre a lógica, a coerência.
[mc4wp_form id="3050"]2. “Para mim fazer” ou “Para eu fazer”?
Correto: Para eu fazer.
Explicação: “mim” é um pronome pessoal oblíquo e deve ser usado na função de objeto indireto, sempre precedido por uma preposição. Jamais pode ser sujeito de oração.
Exemplos:
- Será que você está disposto a fazer isto para mim?
- Ela sempre contou a verdade para mim.
Em contrapartida, o pronome “eu” pertence ao caso reto e deve ser utilizado como sujeito e seguido de um verbo no infinitivo, indicando uma ação.
Exemplos:
- Pediram, nessa sessão, para eu fazer a prece de abertura;
- Deram-me o livro “A Caminho da Luz”, escrito em 1938, para eu ler.
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.
Parabenizo o Vivência Espírita pela singular e excelente iniciativa em orientar ao leitor sobre a melhor forma de se escrever. Se levarmos em consideração que o Brasil possui 74% de analfabetos funcionais (leem e não sabem interpretar), sendo 38% nas escolas e universidades; 12% de analfabetos totais, sem dúvida, um trabalho edificante, de muita utilidade e que deve ser paradigma para outros centros espíritas.