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Correto: DEFERIU.

Comentário: o verbo “deferir” indica, por si só, algo outorgado ou aprovado; pois, se fosse uma decisão contrária, usaríamos o verbo “indeferir”. Então, quando deferirmos alguma coisa, só pode ser a favor, dispensando-se, portanto, este advérbio favoravelmente; senão, teríamos uma redundância.

Exemplo: o gerente do banco deferiu o empréstimo para a compra da casa. Só assim, dá sentido completo e o cliente fica tranquilo quanto ao empréstimo.

Eis mais exemplos de redundâncias, com os respectivos excessos anulados (riscados):

  1. O médico vai analisar o resultado do laudo.

Comentário: quem assim se expressar ignora que laudo é, por si só, o resultado ou confunde “laudo” com “exame”. Então, podemos dizer, sem medo de errar: “o médico vai analisar o resultado do exame” ou “o médico vai analisar o laudo”. Nestes casos, não há redundância.

  1. Falta de ar e dor no peito podem ser sintomas indicativos de doença cardíaca.

Comentário: este tipo de pleonasmo vicioso é uma armadilha sutil, na qual até renomados profissionais da saúde caem. Isto ocorre não na hipótese de desconhecer o significado do vocábulo sintoma; mas, por hábito e falta de atenção.

  1. A hepatite no fígado significa, geralmente, a inflamação do fígado por diversas causas.

Comentário: a hepatite só pode referir-se ao fígado; portanto, sabendo de seu significado, evitemos seja a hepatite apontada ao fígado com a intenção de relevar-lhe, inutilmente, o sentido, quando assim nos expressarmos.

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  1. Esse senhor costuma comparecer pessoalmente em todas as sessões mediúnicas.

Comentário: o verbo “comparecer” denota a presença de alguém num determinado ponto; porém, a expressão “comparecer pessoalmente” deixará de ser redundância quando queremos confrontá-la com o comparecimento à distância, possível hoje, como em ocorrências pela internet, de videoconferências.

Exemplo: os alunos não compareceram pessoalmente naquela escola porque optaram por um curso monitorizado pela internet.

  1. As relações bilaterais entre os dois países são boas.

Comentário: essas relações podem ser satisfatórias; porém, podem melhorar caso eliminarmos a redundância, sabendo-se que os termos “bilateral” e “dois” repetem-se semanticamente.

  1. Esse casal continua fazendo planos para o futuro.

Comentário: todos os planos que fizermos só podem visar ao futuro, tornando-se  dispensável fazer a projeção; pois esta só poderia ser expressa em ficção, com a descoberta da máquina do tempo, como no filme de Michael Fox: “De Volta para o Futuro”. Tal expressão, imperceptível para muitos, foge da linguagem convencional e compromete a qualidade da mensagem.

Antonio Nazareno Favarin Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.

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