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Correto: EXULTA.

Exultai e alegrai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus” – Mt., V, 12.

Comentário: o verbo “exultar” já encerra o sentido de “alegria”, “júbilo” etc. e, mesmo porque ninguém “exulta de tristeza”; então, podemos perceber a redundância na frase acima. Todavia, seu uso é frequente em poesias e em cânticos litúrgicos para lhes enfatizar ou lhes realçar o sentido. Nestes casos, temos um pleonasmo estilístico, que adorna a linguagem, sem desencantá-la.

Exemplo: “O meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador” – Lc., I, 47.

Eis mais exemplos de redundâncias, com os respectivos excessos anulados (riscados):

  1. Fez empréstimo temporário do livro “Nosso Lar”, de André Luiz, por Chico Xavier.

Comentário: todo empréstimo é, evidentemente, temporário. Não o seria se a pessoa que lhe pediu algo emprestado não honrasse com a devolução. Basta, então, usar “empréstimo”.

  1. O preletor foi demasiadamente excessivo na abordagem do tema.

Comentário: o termo “excessivo” já é, por si, sinônimo de “exagerado”, “demasiado”. Não há necessidade do uso deste advérbio para lhe reforçar, ainda mais, o sentido. É bom mantermo-nos moderados, sem cometermos exageros. Diziam-nos os latinos: “modus in rebus” ou “nihil de nimis” = moderação nas coisas.

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  1. A última edição definitiva de “O Livro dos Espíritos” contém 1.019 perguntas e as respectivas respostas, ditadas pela Espiritualidade Maior.

Comentário: é evidente que, qualquer coisa definitiva seja, sempre, “concludente”. A forma correta: “a última edição de ‘O Livro dos Espíritos’ contém 1.019 perguntas…” ou, aos que conhecem a Magistral Obra: “a 2ª edição de ‘O Livro dos Espíritos’ contém 1.019 perguntas…” – anulando o adjetivo “definitiva” para não redundar.

  1. Mesmo surdo do ouvido, assistiu, no youtube, a belíssima palestra.

Comentário: “surdez” só pode ser do ouvido e não de outro membro do corpo. Usemos, portanto, pela evidência, somente “surdo”.

  1. “Deus é a Suprema Perfeição, com todos os atributos que a nossa imaginação possa imaginar e muito mais” – do folheto “Noções do Espiritismo” – Existência de Deus.

Comentário: neste texto, não há um pleonasmo, mas uma repetição de verbos: “imaginação” e “imaginar”, em que se poderia substituir este segundo verbo por “ter” ou reconstruir o final da frase assim: “… atributos que possamos imaginar e muito mais”. Tais deslizes são muito comuns e, para evitá-los, faz-se necessária mais atenção quando nos expressamos.

 

Antonio Nazareno Favarin Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.

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