A palavra crase é de origem grega (krásis) e significa “fusão”, “mistura”. É, então, a união de duas vogais idênticas: a fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a”. Portanto, sempre que houver a junção destes elementos, assinalamos a crase com o acento grave sobre o à.
Empregamos a crase quando:
- substituindo um vocábulo feminino por um masculino, apareça a combinação “ao” antes do nome masculino.
Exemplos: – Vou à feira; porque podemos dizer: vou ao mercado.
– Ela foi à praia; porque podemos dizer: ela foi ao campo.
- constatamos que existe, realmente, o artigo “a” antes da palavra feminina.
Exemplos: – fomos à cidade de São José dos Campos; porque podemos dizer: a cidade de São José dos Campos é a mais progressista do Vale do Paraíba.
[mc4wp_form id="3050"]Entretanto, não usamos crase em frases tais como: vou a Recife, porque não podemos dizer: a Recife é denominada a “Veneza Brasileira”; mas dizemos: Recife (sem o “a” antes) é denominada a “Veneza Brasileira”.
- substituímos o “a” pelas expressões: “para a”, “com a”, “na” e “pela”.
Exemplos: – ela está às portas da aposentadoria; porque podemos expressar: ela está nas portas da aposentadoria.
– tudo era novidade às curiosidades dos meus netos; porque podemos dizer: tudo era novidade para as curiosidades dos meus netos.
– chegarei lá, amanhã, às 15:00 horas; porque se pode dizer: chegarei lá, amanhã, pelas 15:00 horas.
- particularizamos nomes próprios.
Exemplos: – vamos sempre à Santa Catarina dos “barrigas verdes”.
– chegamos à Curitiba dos pinheirais.
(Continuaremos na semana vindoura)
Antonio Nazareno FavarinProfessor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.
Parabéns, pelo esclarecedor comentário.
Obrigado, Gilberto, pelos incentivos. É sempre bom ouvir isso de alguém que acompanha e comenta esses nossos temas sobre a Língua Portuguesa.
Um abraço e fique com Deus.
Antonio N. Favarin.