Comentário: ambas as expressões estão corretas.
É comum vermos em frente de edifícios e de empresas comerciais o comunicado com esses dizeres: a) “é proibido a entrada de pessoas estranhas”; b) “é proibida a entrada de pessoas estranhas” e c) “é proibido entrada de pessoas estranhas”. Quais desses 3 avisos é o correto, em consonância com a norma culta da Língua? Fica a dúvida, não é mesmo? Resposta: os itens b) e c) estão corretos; e o item a) é incorreto.
Para dirimirmos tais dúvidas e equívocos, vejamos a regra que é bem simples e fácil: há na Língua Portuguesa 4 vocábulos que geram equívocos nesse sentido: “necessário”, “bom”, “permitido” e “proibido”, citado acima. Esses termos são variáveis em gênero e número só quando seu sujeito for precedido de artigo ou outro determinante como: esta, aquela, a, uma, etc.; caso contrário, permanecem invariáveis.
Exemplos com “necessário”, “bom” e “permitido”:
a) – necessário – é necessária a prática do bem para evoluirmos espiritualmente (com o determinante “a”, flexionamos o termo “necessário” ao gênero feminino); ou
– é necessário prática do bem para evoluirmos espiritualmente (sem determinante, o termo “necessário” permanece no masculino, pois está generalizado).
b) – bom – a prática da Caridade é boa (com o determinante “a”, flexionamos o termo “bom” ao gênero feminino); ou
– prática da Caridade é bom (sem determinante, o termo “bom” permanece no masculino, pois está generalizado).
[mc4wp_form id="3050"]c) – permitido – é permitida a livre expressão a todos os brasileiros (com o determinante “a”, flexionamos o termo “permitido” ao gênero feminino); ou
– é permitido livre expressão a todos os brasileiros (sem determinante, o termo “permitido” permanece no masculino, pois está generalizado).
Nota: doravante, observemos com mais critério as placas que apresentam o adjetivo “proibido” ou “proibida”. Reiterando, esse adjetivo só pode aparecer na forma feminina quando o substantivo a que se refere for precedido de um artigo ou pronome feminino. Portanto, “é proibido permanência da dúvida com relação a esse assunto”; ou “é proibida a permanência da dúvida com relação a esse assunto”.
“EM SUA OPINIÃO PESSOAL, PREFERIU ADIAR PARA DEPOIS A VIAGEM” ou “EM SUA OPINIÃO, PREFERIU ADIAR A VIAGEM”?
Correto: em sua opinião, preferiu adiar a viagem.
Comentário: nessa primeira frase, dispensa-se a palavra “pessoal”; pois, sendo sua a opinião, é óbvio que é pessoal. Da mesma forma, na sequência, com relação ao verbo “adiar”: quando se prorroga / adia algo, subentende-se que será para depois. Na primeira frase do título, há, portanto, duas redundâncias. Evitemo-las, na medida do possível.
Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.