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“AO CONTRÁRIO” ou “DIFERENTEMENTE”?

Explicação: estas duas expressões: “ao contrário” e “diferentemente” têm significados bem distintos entre uma e outra; porém, devido à correria do dia a dia, cometem-se, amiúde, equívocos em seu emprego.

a) Ao contrário – segundo a linguagem formal (culta), significa: “ao invés”; ou seja, indica, sempre, oposição entre os demais termos.

Exemplo: ao contrário (ao invés) do que muitas pessoas pensam a respeito desse parlamentar, considero-o, pela sua vida pregressa, um indivíduo bom e não ruim.

Nota: neste exemplo, bom está em oposição a ruim; portanto, a expressão “ao contrário” está correta neste contexto.

b) Diferentemente – este advérbio é empregado como sinônimo de “em vez” ou “de modo diferente”.

Exemplo: diferentemente (em vez) do que foi noticiado ontem, sabemos hoje que a temperatura aqui em São José dos Campos chegou a 35 graus e não, apenas, a 30.

Nota: o número 35 da frase em questão não está em oposição a 30. Diz-se  que 35 graus são um número diferente de 30, e não (um número) oposto.

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“PENSE DIFERENTE” ou “PENSE DIFERENTEMENTE”?

Explicação: apesar de, na língua inglesa, não ser correto dizer, por exemplo, “think different” (pense diferente), mas, sim, “think differently” (pense diferentemente), na Língua Portuguesa, podemos utilizar, seguramente, as duas formas indistintamente, mesmo havendo adesão maior pela segunda forma: “pense diferentemente”.

A razão disso é que o termo “diferente” é um adjetivo de dois gêneros que atribui uma qualidade a um substantivo e não modifica o sentido de um verbo; enquanto que “diferentemente” é um advérbio que modifica um verbo, adjetivo ou outro advérbio.

Em contrapartida, sabemos que é legítimo, na Língua Portuguesa, nesses casos, o uso do adjetivo na forma masculina singular (neutra) ou o seu respectivo advérbio que lhe deu origem.

Exemplos: – aquela oradora falou claro ou claramente;

                 – aqueles homens saíram rápido ou rapidamente;

             – elas  apreciam  a  cerveja  que  desce redondo ou redondamente. (Está,  aqui,  então,  dirimida a obstinação de muitos indivíduos que sempre acharam deva essa cerveja descer “redonda”).

Para refletir: “Existem momentos na vida onde a questão de saber se se pode pensar diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou a refletir” – Michel Foucault.

 

Antonio Nazareno Favarin Antonio Nazareno Favarin
Professor de Português, Revisor de livros de São José dos Campos-SP.

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